Posted by : Dento Aug 4, 2016




Ethan, Amy e Forrest continuam seguindo sua jornada Pokémon. Seguindo para a próxima Cidade, Olivine, Amy e Forrest comem berries colhidas das árvores da Rota 39 enquanto Ethan preocupa-se com seu próximo desafio de Ginásio.

— Essas berries estão muito boas, Ethan. Você devia provar. — Disse Forrest.
— Eu não estou com fome. Acho que ela foi embora com a minha preocupação com o próximo Ginásio... — Respondeu o garoto, cabisbaixo.
— Ah, Ethan, relaxa. Você se saiu bem contra os outros quatro líderes. É só se concentrar. — Disse Amy com um sorriso, fazendo Ethan retribuir.
— Obrigado, gente... Eu vou desencanar um pouco.

Os três pararam. O Sol começava a se pôr no horizonte, então decidiram acampar naquela rota por hora.

Com as barracas montadas, os três jogavam conversa fora enquanto Forrest cozinhava.

— Esse cheiro da comida do Forrest é maravilhoso... — Dizia Ethan com saliva escapando da sua boca.
— É uma comida maravilhosa. Dei muita sorte de estar viajando com um grande chef. — Elogiou Amy.

Forrest ficou sem graça.

— Que isso, gente... Tudo o que sei, aprendi com meu irmão, Brock. Ele sim é o cara.

O cheiro da comida atraía alguns Pokémon selvagens que, vez em quando, colocavam a cabeça para fora de seus ninhos para ver de onde vinha aquele cheiro apetitoso.

O som da mata se mexendo chamou a atenção dos três. Um Pokémon bípede azul com as mãos e os pés rudimentares apareceu timidamente. Ele tinha olhos vermelhos redondos e uma flor vermelha enorme crescendo de sua cabeça. As pétalas arredondadas da flor eram vermelhas e cobertas com manchas brancas. Ethan pegou sua PokéAgenda.



— “Vileplume, um Pokémon Flor. Ele tem as maiores pétalas do mundo em sua cabeça. A cada passo que este Pokémon dá, as pétalas liberam nuvens pesadas de pólen tóxico venenoso.” — Informou o aparelho.
— O que será que esse Pokémon tá fazendo aqui? — Perguntou Ethan.

Amy aproximou-se do Pokémon.

— Olá, amiguinho. Você está perdido? — Perguntou a garota de forma simpática.

Vileplume deu um berro. Abaixou sua cabeça e disparou um pó dourado do núcleo de sua grande flor. Era o Stun Spore.

Forrest foi tentar defender Amy e acabou sendo atingido também. Quando Ethan chegou correndo para atacar, Vileplume saiu correndo para dentro da mata de onde veio.

— Amy! Forrest! Vocês estão bem?! — Perguntou o garoto correndo para auxiliar os amigos.
— Estamos ótimos, Ethan! Nós fomos atacados por um Pokémon selvagem! É tudo o que eu queria! — Respondeu Amy de forma ríspida.

Forrest caiu de joelhos no chão.

— Ethan... Rápido, veja se tem... Alguma Cheri Berry... Nas mochilas...

Ethan correu para procurar a tal Berry na mochila do amigo e na bolsa de Amy. Não encontrou nada.

— Não tem nada aqui, Forrest! — Exclamou o rapaz com certa tensão na voz.
— Essa... Não... — E Forrest desmaiou.

A cabeça de Amy estava girando. Ela olhou com desespero para o amigo.

— Me ajuda... Eu acho que vou desmai... — A visão de Amy escureceu e ela caiu no chão.

Ethan desesperou-se. Seus dois amigos estavam desmaiados e ele não podia fazer nada.

— Rocky, Lava, Sand, Flaaffy, Wooper, saiam! — Exclamou o garoto desesperado libertando seus Pokémon. — Preciso que vocês protejam Amy e Forrest. Não deixem nada de ruim acontecer com eles! Eu vou buscar ajuda!

Ethan saiu correndo pela Rota 39 sem dar maiores explicações para seus Pokémon. Onix, Quilava, Sandshrew, Wooper e Flaaffy se entreolharam e notaram a importância e a urgência do pedido de seu Mestre. Se posicionaram em roda e deixaram os corpos de Amy e Forrest no centro.

Ethan corria sem rumo fixo. Ele procurava algum humano, alguma ajuda que pudesse auxiliar seus amigos.

Luzes brilhavam no horizonte. Ethan percebera que era uma fazenda. O garoto correu para lá.

Conforme o garoto corria em direção da casa, percebeu muitas Miltank no pasto. Ele parou por alguns segundos para observar aqueles Pokémon enquanto lembrava-se do seu último encontro com um deles.

“— Miltank, Rollout! — Exclamou Whitney.
— Rebata com Mirror Coat! — Disse Ethan para Wobbuffet.

Miltank aproximava-se com velocidade. O impacto com Wobbuffet seria inevitável. No entanto, o Pokémon azul emanou uma luz violeta e assim que Miltank bateu com força em Wobbuffet, saiu voando para trás. Miltank teve o Rollout anulado. E o pior: O Pokémon de Whitney havia ficado entalado no buraco outrora cavado por Sandshrew. E por causa do Water Gun de Wooper, o tal buraco estava cheio de lama, o que tornava a situação de Miltank ainda pior.

— Miltank! — Gritou Whitney desesperada.
— Retorne, Wobbuffet! Você fez como treinamos. Agora é a vez de realmente atolar essa vaca mais um pouco! Vai, Butterfree!

Butterfree saiu voando. Parecia demasiadamente alegre.

— Vamos nessa, Butterfree! Confusion!

As pupilas de Butterfree sumiram e foram substituídas por um leve tom de branco. Estava emanando raios psíquicos invisíveis ao olho humano, mas, pelas caras e bocas de Miltank, via-se que ela estava sendo atingida.

— Miltank, tente sair daí! — Berrava Whitney desesperada.

A cada esforço que Miltank fazia para sair do buraco, mais rápido o veneno do Poison Sting de Sandshrew agia.

Gust!

Butterfree começou a bater suas asas e um forte vento saiu delas. Miltank recebeu o ataque sem poder se defender. O efeito do ataque mais o veneno fez com que Miltank caísse nocauteada.”

Ethan pegou sua caixa de Insígnias e encarou a Insígnia da Planície, que havia conseguido no Ginásio de Goldenrod há meses... Ele não estava com Butterfree e nem com Wobbuffet, que estavam em New Bark no Laboratório do Professor Elm. Ethan chegou a conclusão de que, se as Miltank o atacassem, Larvitar, o único Pokémon que trazia consigo, não daria conta de derrubar aqueles tanques de guerra de uma só vez.

— É melhor eu sair logo daqui... — Disse o garoto guardando a caixa e voltando a correr em direção da casa.

Ethan chegou até a casinha que havia no centro da fazenda e começou a bater desesperadamente na porta. Estava tudo escuro dentro da residência.

Um homem velho — com seus 60 anos —, bigode por aparar, calvo, alto e magro aproximou-se do rapaz. Ele tinha um olhar zangado. Ethan não percebeu sua aproximação até ele falar.

— O que você tá fazendo aqui a essa hora, moleque?!

Ethan se assustou e olhou para trás.

— Quem é o senhor?!
— Eu quem tenho que fazer essa pergunta! Quem é você e o que faz na minha fazenda?!
— Eu preciso de ajuda! Meus amigos...
— Eu não ligo pros seus amigos! Suma já daqui!
— Meus amigos estão desmaiados no meio na estrada! Fomos atacados por um Vileplume selvagem, por favor, ajuda a gente!

O velho pareceu refletir um pouco.

— Muito bem. Vou ajudar vocês.

Ethan suspirou aliviado e sorriu.

— Obrigado! Muito obrigado mesmo!

Os dois voltaram correndo até o trecho da Rota 39 onde Amy e Forrest permaneciam desmaiados. Ethan correu para tentar socorrer os amigos enquanto o velho pareceu analisar a situação.

— Mamoswine, saia. — O velho lançou uma PokéBola e um Pokémon sapo saiu de lá.

Mamoswine era um Pokémon que se assemelhava a um mamute cruzado com um javali. Sua pele marrom era muito grossa e as suas presas eram feitas de gelo puro, sólido. Mamoswine tinha um formato de máscara azul com uma borda branca em torno de seu rosto. A pele em seu focinho era morena e desgrenhada, e seu nariz se assemelhava ao de um porco. Os pés de Mamoswine eram pretos com três dedos de espessura, e sua cauda era pequena.

— “Mamoswine, um Pokémon de Presa Dupla. Um Mamoswine congelado foi descoberto e datado de 10.000 anos atrás. Este Pokémon existe há muito, muito tempo. Ele se espalhou por todo o mundo durante a era glacial, mas a sua população diminuiu quando as massas de gelo começaram a derreter.”. — Informou a voz robótica da PokéAgenda de Ethan.
— Mamoswine, preciso que você ajude a levar esses dois garotos até a fazenda. — Pediu o velho.

O gigante Pokémon acenou positivamente com a cabeça. Ethan e o velho colocaram Amy e Forrest no dorso de Mamoswine, que rumou em seguida para a fazenda.

Ethan recolheu seus Pokémon que ficaram de guarda e guardou as coisas que seus amigos estavam começando a montar. Após isso, seguiu o senhor.

Ao voltarem para a fazenda, Mamoswine parou em frente à entrada da casa. O velho passou pelo Pokémon e abriu a porta.

Era um local aconchegante. A casa, feita de madeira, trazia uma sensação de conforto que Ethan não havia sentido antes — talvez apenas em sua casa, em New Bark. Nas estantes da residência, insígnias, PokéBolas e troféus dos mais variados tamanhos e banhados a ouro. Ethan impressionou-se.

— O senhor deve ter sido um treinador muito bom! — Exclamou.

O velho o encarou irritado.

— Me ajude a descer esses pirralhos! — Berrou.

Ethan rapidamente correu para o Mamoswine e desceu Amy e Forrest, pousando-os no chão. O velho retornou o imenso Pokémon para a PokéBola.

— Eu tenho um remédio para paralisia. Por favor, fique aqui. — Disse o idoso se retirando.

Ethan encarou os amigos desmaiados. Eles faziam uma expressão de dor no rosto. O rapaz quis, por um momento, ter sido o alvo do Vileplume.

Instantes depois, o homem voltou para a sala com duas garrafas de leite. Dirigiu-se até a cozinha e pegou dois copos de cristal. Encheu-os com o leite e dirigiu-se a Ethan.

— Faça-os beber.
— O que é isso?
— Leite das Miltank da fazenda. Ele tem propriedades nutritivas que curam até o pior dos efeitos. — Explicou o idoso.

Ethan pegou um dos copos e aproximou-se do corpo de Amy. Lentamente, encostou o copo nos lábios da garota e fez o líquido descer por sua garganta. Amy tossiu e acordou. Ethan a segurando foi a primeira coisa que viu.

A garota sentou-se no chão com a cabeça rodando. Ethan estendeu o copo para ela, incentivando-a a beber o resto do leite de Miltank.

Forrest foi o próximo. Sofrendo o mesmo processo que sua companheira, o rapaz despertou do sono. Olhou o ambiente em que estava enquanto Ethan entregava o copo de leite para o rapaz tomar.

Alguns instantes passaram-se até que Amy e Forrest se levantassem do chão.

— Amy! Forrest! Vocês estão bem? — Perguntou Ethan, preocupado.
— Eu estou bem melhor. Eu não sinto mais os efeitos dos esporos do Vileplume... — Disse Forrest.
— Eu me sinto ótima. — Comentou Amy espreguiçando-se.

Ethan sorriu e correu para abraçar os dois amigos.

— Eu fiquei tão preocupado com vocês! — Exclamava o garoto enquanto Amy e Forrest ficavam sem graça com aquela demonstração de carinho.
— Bom ver que vocês estão melhor, jovens. — Disse o velho.

Os três se viraram para ele.

— Obrigado, senhor. Como se chama? — Perguntou Forrest.
— Meu nome é Baoba. Eu sou o caseiro dessa fazenda. — Respondeu o homem.
— Eu sou Amy. E estes são Forrest e Ethan. — Disse a garota apresentando os amigos.
— Esse rapaz... Ethan... Ficou muito preocupado com vocês. Ele correu até aqui para pedir ajuda. A sorte é que eu estava em casa. — Disse Baoba.

Ethan ficou sem graça.

— Foi o desespero. Desculpe...

Amy olhou pela janela e encarou a paisagem.

— Acho melhor a gente partir logo. Tá ficando tarde...

Baoba olhou para a garota.

— Ora, ora, ora... Vocês acabaram de sobreviver ao ataque de um Pokémon selvagem. É perigoso rondar essas estradas à noite. Durmam aqui. Amanhã de manhã vocês vão embora e poderão ver se o perigo se aproximar. — Sugeriu Baoba.

Forrest olhou para o velho.

— Mas não vamos atrapalhar? — Perguntou o moreno.
— De forma alguma! Eu vou preparar os colchonetes. — Disse o homem.
— Então permita-me ajudar o senhor. — Prontificou-se Forrest seguindo Baoba para outro cômodo da casinha, onde ele possivelmente guardava os colchonetes para visitas.

Ethan e Amy ficaram sozinhos na pequena sala de estar. Os dois analisavam os maravilhosos troféus e insígnias que Baoba guardava. Até que Amy suspeitou.

— Ethan... Por que esse cara tem insígnias iguais?

Ethan, que estava analisando as PokéBolas, olhou para a amiga, do outro lado da sala.

— Quê? Como assim?
— Esse homem, Baoba... Ele tem insígnias iguais. Tipo, e não é uma ou duas... Devem ter umas quinze Insígnias da Planície, do Ginásio de Goldenrod, aqui. — Disse a garota fazendo um rápido cálculo de cabeça.

Ethan sorriu.

— Ora, Amy. Ele é um idoso. Deve ter saído em jornada por muitos anos. Por isso, deve ter passado pelos mesmos Ginásios muitas vezes. — Teorizou Ethan.

Amy fez uma expressão séria.

— Ladrão com prática conhece os esquemas... — Disse a garota baixinho.
— O que foi que disse? — Perguntou Ethan.
— Ah, nada. Só pensei alto demais...

Logo menos, Baoba e Forrest retornavam com os colchonetes. Enquanto as quatro pessoas os arrumava no chão da sala, Amy se dirigiu ao velho.

— Senhor Baoba, essas Insígnias são suas?

Baoba parou e encarou a menina. Com a maior naturalidade possível, sorriu.

— São sim.
— Hmm... O senhor tem muitas. O senhor viajou por muito tempo?
— Sim. Foram anos rodando a região de Johto.

Amy voltou a organizar seu colchonete tentando disfarçar.

— É que eu acabei vendo elas. Tem um número muito desigual de Insígnias.

Baoba continuou estático. Sua expressão começava a enrijecer.

— Como assim...? — Questionou ele com leve receio no tom de voz.
— Por exemplo... Se são oito Ginásios em Johto, como o senhor pode ter um número desigual de Insígnias? Por exemplo, o senhor tem dezessete Insígnias do Ginásio de Azalea e sete do Ginásio de Violet. Como pode proceder, se o senhor viajou muitos anos?

Uma gota de suor escorreu da testa de Baoba que tentou manter a calma. Após alguns segundos de silêncio, a resposta.

— Algumas delas eu perdi quando me mudei para esta fazenda... Mas eu guardo muitas lembranças boas das minhas viagens... Agora é hora de dormir. — O velho cortou o assunto abruptamente.

Amy se virou e viu Baoba percorrendo a sala com tremenda agilidade. Analisando melhor, ele não parecia ser um velho tão frágil.

— Boa noite, jovens. Até amanhã. — Disse ele apagando as luzes.

Amy deitou-se e continuou encarando a sombra de Baoba parada no lugar, até desaparecer quando o mesmo se locomoveu para os fundos da residência.

— Esse velho não me engana. — Disse a garota baixinho.

Baoba ofegava apoiado em uma das paredes dos cômodos da casa.

— Essa pivete sabe demais... — Disse ele enquanto secava o suor com a manga da camisa que vestia.

***

Já era mais de duas da manhã. Todos dormiam. Exceto Amy, que, mesmo de olhos fechados, permanecia atenta a qualquer movimento dentro da casa.

Foi assim que ela percebeu passos se aproximando.

A garota esticou as orelhas numa tentativa de ampliar a entrada do ouvido para captar os maiores indícios de ruídos que pudesse. Ela ouviu um barulho constante vindo próximo da porta de entrada da residência, onde ela, Ethan e Forrest haviam deixado suas mochilas. Ao erguer a cabeça do travesseiro um pouco, conseguiu visualizar Baoba mexendo na mochila de Ethan.

Sem se preocupar em ser notada, perguntou em voz alta.

— O que o senhor está fazendo?

Baoba se assustou, caindo sentado para trás. Em suas mãos, uma garrafa de leite, aparentemente de Miltank.

Ele levantou-se e encarou Amy, que o olhava séria.

— Desculpe, senhorita. Eu não queria acordá-la... Eu só estava deixando essas garrafas de leite Moomoo junto às suas coisas para vocês tomarem amanhã cedo...
— É. Quem não conhece, pensa que o senhor está tentando roubar alguma coisa daí de dentro.

Baoba fez uma expressão como se tivesse tomado um soco na boca do estômago.

— O que é isso, senhorita? E o que eu furtaria de jovens viajantes como vocês?
— Que tal... Alguma Caixa de Insígnias? — Respondeu a garota, quase que afirmando.

Baoba ficou em estado de choque. Tentou falar alguma coisa, mas começou a gaguejar.

O velho então levantou-se e, sem dizer palavra alguma, dirigiu-se aos fundos da residência.

Amy levantou-se e se dirigiu até a mochila do amigo. Ao analisa-la, viu que o estojo onde Ethan guardava as insígnias estava aberto pela metade. Ela sorriu maliciosamente ao ver que as suspeitas se concretizavam.

— Viajou por muitos anos, né? Sei. — E fechou a mochila com a caixa de Insígnias dentro.

***

O dia amanheceu. Para evitar qualquer surpresa, Amy não pregou o olho. Com suas PokéBolas escondidas debaixo do lençol, a garota ficava a espreita por qualquer ataque suspeito do velho Baoba.

Ethan e Forrest espreguiçavam-se. Depois do grupo se desejar bom dia, levantaram, arrumaram as coisas e estavam prontos para a viagem.

— Será que o Senhor Baoba vai fazer alguma coisa pra gente comer no café da manhã? — Perguntou Ethan.
— Eu não sei, mas já estou com fome... — Disse Forrest.

Amy abriu a porta.

— Vamos embora. Comemos no caminho.

Os garotos fizeram uma expressão de surpresa.

— Como assim, Amy? Por quê? — Perguntou Ethan.

Baoba aproximava-se devagar dos hóspedes.

— Acho que já abusamos demais da hospitalidade do Senhor Baoba. — Disse Amy, encarando o velho de forma séria.

Baoba olhou para o grupo.

— Acho... Que você tem razão, mocinha. — Disse o velho de forma seca.

Ethan e Forrest se entreolharam, mas não disseram nada.

Ao saírem, a atenção do grupo foi chamada pelo velho Baoba.

— Por favor, levem isso consigo. É um pequeno presente meu para vocês: Leite de Miltank.

O velho estendeu as mãos. Três garrafas transparentes com o líquido branco dentro estavam ali.

Ethan e Forrest pegaram cada um uma garrafa, mas Amy não se moveu.

Baoba aproximou-se da garota com um olhar masoquista.

— Ora, menina... Você não vai recusar o presente de um pobre coitado, não é? — Disse ele dando um sorriso evidentemente falso, sem se preocupar em disfarçar.

Ethan sorriu.

— Vamos lá, Amy! Aceite! — Incentivou o rapaz.

Amy pegou a garrafa e deu de costas.

— Muito obrigado pela hospitalidade, senhor Baoba! Agradecemos muito! — Exclamava Forrest, enquanto Ethan acenava.
— Não há de quê, jovens! Creio que nós iremos nos encontrar muito... Brevemente. — Sorriu o velho.

***

O trio caminhava há alguns minutos pela Rota 39. Naquela altura da manhã, lá pras 9h, o Sol estava emanando um calor muito forte, fazendo os três ficarem com sede.

— Meu... Estou morrendo de calor... — Reclamava Ethan.
— Nem me fala... Ainda bem que o Senhor Baoba deu essas garrafas de leite de Miltank pra nós bem geladinho! — Sorriu Forrest.

Amy caminhava em silêncio encarando os amigos. Se não fosse a atenção dela, eles com certeza não estariam intactos e caminhando felizes.

No entanto, havia resolvido não comentar nada a respeito de Baoba para não assustar os garotos e estragar a viagem. E pensar que era ela quem acabou ficando de guarda-costas... No plano original, era pra ser o contrário.

Ethan olhou para a amiga.

— Vamos lá, Amy, vamos fazer um brinde!

Forrest sorriu, concordando.

— Isso mesmo! Você tá tão pra baixo hoje... Vamos levantar seu ânimo! — Disse o moreno com um sorriso.

Amy acabou sendo motivada pela alegria dos amigos e pegou sua garrafa. Os três removeram a tampa e ergueram o braço para o alto.

— Um brinde... A nossa aventura! — Exclamou Ethan, que foi imitado pelos demais.

A maravilhosa sensação daquele líquido refrescante descendo pela garganta dos três era indescritível. Talvez durasse um pouco mais se, alguns minutos depois, eles não começassem a sentir uma tontura inexplicável que havia chegado sem avisar. Os três se entreolharam. A enxaqueca bateu forte. As três garrafas de vidro caíram ao chão, espatifando-se.

Nenhum dos três sentiu quando perderam os sentidos e caíram no chão, inconscientes.

Um Vileplume surgiu detrás das árvores próximas. Era o mesmo Pokémon que, na noite anterior, havia atacado os viajantes.

Mas ele estava acompanhado.

Baoba aproximava-se do Pokémon com um sorriso maléfico.

— Bom trabalho ontem à noite, Vileplume. Novamente, você foi impecável. — Disse o homem, retornando-o para sua PokéBola.

O velho então aproximou-se dos três corpos desmaiados.

— Minha fórmula adulterada do leite de Miltank adoçada com PoisonPowder sempre dá certo... Eu não precisaria apelar dessa forma, mas... Ela me desafiou. — Disse o velho olhando com sorriso de vitória para Amy, que já não ouvia aquelas palavras.

E então, o silêncio.

Baoba revelou suas verdadeiras intenções. Agora Amy, Ethan e Forrest estão desmaiados em meio à Rota 39, indefesos. E agora?



TO BE CONTINUED...



{ 13 comentários... read them below or Comment }

  1. Eu me lembro desse personagem,mal agradecido,nós jogadores da 2 geração sempre salvavamos a Miltank,mesmo odiando esse pokemon(É que o Leite de Miltank é um dos melhores itens de cura,efetivo e barato)

    Poison Powder ? Nos humanos,isso é pesadão

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    1. Yo, Donnel!

      Baoba é um personagem marcante, e eu queria fazer algo marcante com ele. Mesmo que ele tenha uma passagem curta no jogo e também na Fic, eu tentarei fazer ele ser memorável. XD

      Poison Powder? Kd o MooMoo Milk pra dar pra eles? HAEUHAEUAEHUEA

      See ya, man!

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  2. Cara, sinistro. E eu pensando no início que Baoba era bonzinho, e no final ele que botou o povo paralisado!

    Poxa, isso foi surpreendente! E eu achando que tu ia fazer um velho bonzinho...

    Bem, fazer o quê né? Até o próximo cáp!

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    1. Yo, Sir!

      PLOT TWIST! Não devemos confiar em qualquer um na estrada, não é? kkkk

      O legal de você adaptar uma história é poder ter a liberdade de poder modificar alguns personagens pra poder surpreender, como eu consegui fazer. O próximo capítulo promete, espero que você curta e surpreenda tanto quanto esse!

      See ya!

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  3. cara não deu tempo pra comentar no capitulo 29 pra compensar isso vou comentar aqui mesmo:

    tive pena desse Onix ainda é possivel que o Electabuzz possa estar sendo maltratado tambem quero que esse Onix vire um Steelix forte mais tambem não perca muito essa personalidade inocente que ele tem rs

    agora ao meu comentario do capitulo 30:

    foi muito inovador so digo que o capitulo 31 vai ter confusões por causa desse velho rs

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    1. Yo, Megapikachu!

      Tudo bem você não ter comentado. O importante é estarmos aqui agora! =]

      Electabuzz maltratado? Acho que é uma possibilidade, viu? Afinal, pau que nasce torto... kkkk

      Acho que o diferencial do Rocky é esse comportamento. Eu também torço pra que, se ele evoluir, manter isso. Eu o adoro assim.

      Você nem imagina as tretas do 31... Esteja preparado! kkk Baoba vai mostrar pra que veio. XD

      Enfim, cara, espero que você tenha curtido!

      See ya!

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  4. Olá!

    OPÁ ESSE VELHO NÃO TÁ PARA BRINCADEIRAS!! Mas Amy sempre descobre a verdadeira carapuça deles!

    Vou continuar a ler, bye!

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    1. Yo, Angel!

      Baoba é um cara estranho demais! Nunca confie em pessoas assim. AHUHAUAHAUHAUA

      Amy é melhor que detetive! Afinal, ela tem suas experiências como ex-integrante da maior máfia do mundo, não é? kkkk

      Espero que continue curtindo e aproveitando!

      See ya, man!

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  5. Na sinceridade, eu achei que o fato de já saber o que ia acontecer ia estragar um pouco esse capítulo, mas eu estava errado. Mesmo sabendo que o Baoba era um velhote pilantra a cena final continuou marcante! Olha, como eu gosto de AEJ!

    Nem acredito que cheguei ao trigésimo, finalmente! Você me mostrou várias vezes como estava ficando, e tinha criado uma expectativa enorme nesse capítulo. Deu certo, cara! Deu certo.

    Uma coisa que eu não tinha notado antes era o fato de o Baoba só ter aceitado ajudar o Ethan depois que ele disse que os seus amigos tinham sido atacados por um Vileplume. Encaixou na mosca! Isso foi proposital mesmo, ou simplesmente você escreveu e a cena encaixou sem intenção? Fiquei com essa dúvida.

    Teremos pela frente mais um capítulo pra fechar essa treta, e em seguida estaremos em Olivine! Haja chão, mas a gente aguenta! Viajar por Johto a gente viaja com gosto!

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    1. Yo, Sigert!

      Às vezes eu me surpreendo com essas coisas. Mesmo você sabendo de coisas que vão acontecer, você ainda consegue ser pego de surpresa ao retomar as leituras e reler os fatos, agora cronologicamente em seus lugares. Melhor ainda é saber que nós dois (você como leitor e eu como autor) chegamos tão longe nessa jornada. Eu mesmo nem acredito às vezes.

      Sobre sua dúvida: Esse é um dos grandes mistérios que você terá que chegar à uma resposta sozinho. E não, isso não tem nada a ver com o fato de eu ter esquecido a resposta.

      Espero que você continue acompanhando essa saga, porque tende a ficar melhor.

      See ya!

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  6. Eu me lembro de quando você me mostrou esse capítulo a primeira vez, cara! É surpreendente como o tempo passou rápido de lá para cá. Eu li a Parte 1 naquela época e fiquei até hoje sem saber o desfecho, agora estou morrendo de curiosidade kkkk Esse velho Baoba malandro... Eu gostei muito desse capítulo na primeira vez que você me mandou porque brinca com a inocência do Mundo Pokémon, onde crianças saem por aí entrando na casa de qualquer desconhecido como se fossem velhos amigos de infância. Nem todos no mundo têm boas intenções. Você explorou bem essa questão das Berries, da breve lembrança agoniante que as Miltanks trazem para Ethan e esses pequenos detalhes que fazem a aventura dos seus personagens se tornar autêntica. Agora vamos ver que fim esse velho desgraçado levou! kkkkk

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    1. Yo, Canas! Quanto tempo, hein? kkkkk

      Esse capítulo e o próximo é um dos meus favoritos de Johto. É um arco que eu tentei usar tudo o possível pra surpreender os leitores, e acho que consegui te surpreender, né? O mundo não é um lugar 100% puro, então imagina o Mundo Pokémon, onde crianças domam criaturas selvagens com super-poderes??? Aonde está a lógica disso???

      Fico feliz por ter feito um bom trabalho e muito mais por ter a sua aprovação!

      Espero que continue curtindo e se surpreendendo!

      See ya!

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  7. Mds, pela primeira vez não foi o Ethan que levou o golpe! As voltas que a terra plana dá são incríveis, não é mesmo? Um dia é da casa e o outro do caçador. Muito bem, jovem Ethan, você venceu! E ele super fofo preocupado com os amigos.
    AAAAAA QUE RAIVA DESSE VELHO FDP, muita maldade dar veneno pra três CRIANÇAS. Tomara que alguém feche ele no soco! A Amy tbm, tadinha, foi mto inocente, na hora eu vi que tinha algo nesse leite, ela não devia ter bebido ou deixado os outros beberem.
    Agora resta esperar a conclusão. Espero que tudo fique bem.

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