Archive for September 2016

Aviso de Adiantamento


Gente, olá.

Venho nesse post pedir desculpas. Eu não consegui trazer o capítulo 37 dessa quinta-feira, dia 22 de Setembro. O motivo é que eu não consegui terminá-lo a tempo. A faculdade consume demais o meu tempo e eu acumulei muita coisa esse semestre, então, eu estou tendo que correr atrás e tudo o mais, as primeiras provas e trabalhos do semestre estão chegando - vida de adulto. :(. Tanto que até mesmo as Notas do Autor acabaram sumindo do blog - eu não tive tempo de fazer coisas mais elaboradas. Lidei muito bem com isso durante a primeira temporada, mas, de uma forma ou de outra, eu imaginava que chegaria o dia em que eu não conseguiria publicar algum capítulo no dia.

Enfim, ele chegou.

Vou tentar trazer o capítulo 37 o mais rápido possível - talvez esse fim de semana ainda. O Pokémon Generations de amanhã está confirmado (traduzir e legendar é menos trabalhoso). Peço desculpas por esse inconveniente, eu não poderia de deixar de ser honesto com vocês.

Obrigado a todos vocês que estão sempre acompanhando o blog e dando o maior apoio pra história. É por vocês que eu me dedico tanto. ♥

Espero que me perdoem por esse vacilo.

See ya!

Capítulo 36


Após ganhar sua quinta insígnia, Ethan, junto a seus amigos Amy e Forrest, segue em direção à Cidade de Olivine. Amanhecia em Cianwood e, logo cedo, os garotos já estavam no porto da cidade. Aproveitando o lindo Sol que surgia no horizonte, os garotos estavam sentados em um dos bancos de madeira no píer próximo ao porto e aguardavam a chegada do S.S. Aqua. Finalmente, após dias, o navio estava totalmente reparado dos danos causados pelo ataque da Equipe Rocket próximo à Ilha dos Redemoinhos.

O céu estava gradiente. Tons de laranja, azul e vermelho se misturavam e deixavam o amanhecer ainda mais belo.

— E pensar que eu achava que o amanhecer só era bonito enquanto eu estava dormindo... — Comentou Ethan soltando um bocejo.
— Acho que muitas coisas maravilhosas acontecem enquanto a gente dorme. — Disse Forrest.
— Eu aproveito tudo nessa viagem. A vista, os amigos, as cidades... Quero guardar cada detalhe comigo. — Suspirou Amy, encantada.

Os garotos jogavam conversa fora esperando o tempo passar. O Sol já tomava conta do céu quando um rapaz apareceu correndo desesperado em direção ao píer do navio.

Ethan, Amy e Forrest olharam e se depararam com Joey, ofegante, acompanhado de Rattata.

— Hey, Joe. O que faz por aqui? — Questionou Ethan curioso.
— Eu... Dormi... Demais... E... Perdi... O... Navio... Pra... Oli... Vine... — O garoto mal conseguia falar. Apoiado em seus joelhos, deixava as gotas de suor escorrer até o chão.
— Relaxa, cara. O navio nem chegou ainda. — Respondeu Ethan.

Joey o encarou perplexo.

— N... N... Não?!
— Não. Estamos aqui desde as cinco da manhã. O navio sai às sete e meia. — Respondeu Forrest.
— Sim. Chegamos mais cedo pra evitar imprevistos. — Complementou Amy.

Joey sentou no chão e suspirou aliviado. Ethan retirou da mochila uma garrafa de água e a entregou para o garoto que virou-a de uma vez só.

Rattata também foi servido de uma porção de água fresca por Forrest, que colocou em uma das tampas das garrafas térmicas que o garoto sempre levava.

Joey e seu Pokémon levaram alguns minutos para recuperar-se totalmente da correria. Ao longe, o S.S. Aqua se aproximava do porto de Cianwood. Os garotos deixavam Joey informado sobre os acontecimentos da jornada desde a última vez em que se viram e o garoto ouvia atentamente.

— O que você faz aqui em Cianwood, Joey? — Perguntou Ethan.
— Eu? Ah, eu vim desafiar o Líder do Ginásio daqui. Eu já tenho seis insígnias. Mais duas e eu alcanço a Liga. Meu próximo objetivo é o Ginásio em Mahogany.

Ethan soltou uma sonora exclamação.

— Você já tem seis?! E eu ainda tenho cinco!

Joey deu um sorrisinho.

— Você tá ficando pra trás, manolinho.
— Pois saiba que eu só não batalho com você agora porque o navio já está chegando! Mas quando a gente desembarcar em Olivine, você não perde por esperar! — Bradou Ethan.
— Você não conseguiria peitar eu e Rattata. — Disse Joey em seu tom convencido de sempre.
— Ora, seu... — Ethan só não terminou seu xingamento porque foi interrompido pela grande sombra do S.S. Aqua aproximando-se do cais. A magnificência do navio fez todos ali soltarem um suspiro.

Rapidamente, uma fila de pessoas tomou conta do local. Os marinheiros do transatlântico logo desceram para auxiliar os passageiros com suas bagagens e seus aposentos.

Ethan, Amy e Forrest ficaram no mesmo quarto, na primeira classe. Joey, estava na classe econômica.

Passava das dez da manhã quando, após o café, foi solicitado que os treinadores Pokémon a bordo se dirigissem ao convés.

Em dez minutos, como solicitado, várias pessoas estavam reunidas no local combinado. Uma enorme cortina vermelha escondia o que seria a área das piscinas e os treinadores que iam chegando foram formando um enorme retângulo, cobrindo toda a extensão daquela área. Se entreolhando e comentando baixinho, eles aguardavam os alto-falantes anunciarem o que viria a seguir.

— Senhoras e senhores passageiros, devido ao incidente ocorrido na última viagem, nós do S.S. Aqua queremos nos redimir com todos vocês. Para isso, preparamos um torneio especial de batalhas e queremos que todos vocês participem! — Uma voz masculina ecoou por todos os lados. Os treinadores ouviam atentos a cada palavra e muitos pareciam confusos.
— Pera aí, os caras acabaram de reformar um navio chiquérrimo e querem fazer uma batalha Pokémon bem aqui?! Alguém não tá batendo bem da cabeça... — Comentou Ethan para os amigos.

O capitão do navio voltou a falar.

— Nós daremos um Lapras ao vencedor! Essa é uma oportunidade única para vocês conseguirem um Pokémon raríssimo! Então, por favor, que abram-se as cortinas!

O tecido vermelho veio ao chão e revelou as piscinas do navio. Os presentes descobriram que elas seriam os campos de batalha. Havia montada a área para os treinadores e uma pequena passarela onde os Pokémon que não sabiam nadar poderiam enfrentar seus oponentes. Haviam seis grandes piscinas ao total, uma próxima a outra, e o burburinho dos treinadores só foi aumentando.

— Um Lapras, hein? Seria uma excelente aquisição pro meu time. — Comentou Ethan.
— Bem... Acho que seria interessante. Faz tempo que eu não batalho contra alguém. — Disse Amy.
— Bem, já que vocês vão participar, eu quero também. — Sorriu Forrest.

Um homem baixinho, gorducho, calvo, de óculos escuros e vestido com uma roupa de marinheiro branca e uma boina em detalhes dourados aproximou-se com um microfone na mão. Passando por entre os treinadores, ele se dirigiu a uma das piscinas adaptadas e começou a discursar.

— Bom dia, treinadores! Eu sou o capitão do S.S. Aqua, Bob! Se estão aqui, é porque vocês querem este Lapras! — O capitão levantou uma das mãos e ergueu uma PokéBola, que cintilou ao receber a luz do sol. — Portanto, para começar, vamos fazer a primeira fase da competição, a fase “mata-mata”! Vocês poderão utilizar apenas um Pokémon e quem perder, TÁ FORA!

Um dos treinadores que prestava atenção no capitão ergueu a mão. Quando Bob o encarou, o jovem comentou.

— Somos muitos. Como faremos isso?

Bob soltou uma risada macabra.

— Hahahahaha! Façam uma fila! Quem for perdendo, volte aos quartos. Quem for ganhando, dirija-se à proa! Simples. Vamos começar isso, sim? Agora!

Os treinadores rapidamente formaram uma fila indiana. De dois em dois, eles se dirigiam a um dos campos disponíveis. Conforme iam perdendo a timidez, as batalhas iam começando, sempre com os olhares atentos de Bob e dos curiosos treinadores.

As batalhas iam se desenrolando de forma bastante irregular. Umas acabavam rápido. Outras, demoravam bem mais de dez minutos para serem concluídas. Entre treinadores habilidosos e novatos, Ethan ia percebendo diversas estratégias diferentes sendo utilizadas simultaneamente por quem batalhava, e isso acabou fazendo o garoto se interessar mais por aquilo, até mais do que o Lapras premiado.

Chegou a vez de Ethan. Ele duelaria contra a garota que estava a sua frente. Ao olhar para trás, ele percebeu que Amy batalharia contra Forrest e que, possivelmente, eles não tinham sacado isso ainda.

Os dois dirigiram-se até o campo de batalha. Ethan acabou reparando melhor na oponente. Ela, de fato, era muito bonita. Alta, seus cabelos lisos estavam penteados de uma maneira bastante original. As mechas soltas nos ombros harmonizavam com o cabelo da franja, que era penteado para o lado e terminava num coque perfeito amarrado atrás da cabeça. Ela era muito fechada e estava extremamente tímida por ser observada por aquelas pessoas. Ela cruzou as mãos na frente de seu corpo e ficou olhando para baixo, constrangida. Seu rosto angelical estava corado. Vestia uma camiseta azul estampada com dois Pikachu, que deixava seu ombro descoberto.  Usava uma calça legging preta e uma saia vermelha xadrez por cima e uma sapatilha também de cor azul.

O garoto aproximou-se da menina e estendeu a mão.

— Oi. Meu nome é Ethan. Como você se chama?

A garota pareceu corar mais ainda.

Mim serr Gabrrielle. — Respondeu a moça, com a voz fraca.
— Ora, não se acanhe. Você está entre amigos. E não parece ser daqui. — Disse Ethan com um sorriso.

Gabrielle o encarou pela primeira vez.

— Venho de Lumiosê, em Kalos. Você conhecer? — Ela tinha um forte sotaque francês.

Ethan não respondeu de imediato. Estava paralisado, encantado com a moça. Gabrielle o trouxe a realidade repetindo a pergunta.

— Quê? Ah, não, não... Eu nunca saí de Johto... — Respondeu o garoto sem graça.

Bob interrompeu a conversa dos dois.

— Muito bem, que comecem a batalha! — Berrou o capitão em seu microfone.

Ethan e Gabrielle se assustaram e ficaram sem graça. O garoto recuperou a concentração e sorriu para a oponente.

— Não se preocupe. Faça a melhor batalha que puder! Boa sorte.

Os dois tomaram seus lugares e pegaram suas PokéBolas. O escolhido de Ethan era Wooper. O de Gabrielle era um Pokémon azul, bípede que parecia um pato. Ele tinha olhos vermelhos, um bico de cor creme, e quatro espinhos na parte de trás de sua cabeça. Havia uma pequena pedra em sua testa.


Ethan imediatamente sacou a PokéAgenda.

“Golduck, um Pokémon Pato. É a forma evoluída de Psyduck. Quando ele nada a toda velocidade usando seus longos membros, compostos por membranas, a pedra em sua testa começa a brilhar. Ele aparece em canais navegáveis quando anoitece. Ele pode usar poderes telecinéticos se a sua testa brilha misteriosamente.” — Informou a voz robótica do aparelho.

Bob autorizou o início da partida.

— Wooper, Mud Shot! — Exclamou Ethan.

Wooper disparou pedaços de lama na direção de Golduck, que recebeu o ataque. Gabrielle apenas observava o pequeno Pokémon.

Ethan esperou, mas não veio nenhum tipo de contra-ataque da parte de Gabrielle.

— Ora... Se você não vai atacar, deixa que eu faço isso então. Wooper, Slam!

Wooper derrubou Golduck no chão com sua cauda e começou a agredi-lo várias vezes em seguida.

Mas Golduck, mesmo visivelmente machucado, ainda não fez nada. Gabrielle continuou a apenas observar.

Ethan estava começando a perder a paciência.

— Ei! Você não quer batalhar comigo? Por que é que diabos você não ataca?! — Bradava o garoto para a jovem que o olhava fixamente, sem dizer uma única palavra.

Wooper olhou para seu treinador com uma feição preocupada.

— Não se preocupe, garoto. Vamos continuar atacando. Mud Bomb!

Wooper abriu sua boca e começou a metralhar bolas de lama marrom na direção de Golduck que, outra vez, não esboçou reação alguma. Apenas recebia os golpes e mantinha-se concentrado.

Ethan se irritou e bateu o pé no chão.

— Você vai realmente me deixar acabar com o seu Pokémon?! — O garoto estava visivelmente incomodado.

Gabrielle sorriu.

Analyse complète. Golduck, Confusion!

O Pokémon de Gabrielle colocou as duas patas à frente de seu corpo e a pedra em sua testa brilhou. Um intenso tom de azul tomou conta de seus olhos e as pontas de seus dedos brilharam.

Uma aura da mesma cor tomou conta do corpo de Wooper, fazendo-o sentir-se completamente controlado.

— Wooper, você tá bem? — Questionou Ethan, estranhando a súbita mudança de comportamento de seu Pokémon. Ele estava totalmente ereto e olhava seu oponente fixamente.
Agorra, Golduck! — Exclamou Gabrielle.

O Pokémon Pato começou a mexer os braços. Ele fazia Wooper flutuar a seu bel-prazer, deixando o pequenino assustado. Tal qual seu Pokémon, Ethan não sabia o que fazer. Ficava parado, olhando para aquela cena, sem reação alguma.

Golduck começou a jogar Wooper no chão de forma violenta. Controlando seu corpo, o Pokémon de Gabrielle fazia isso duas, três, dez, quinze vezes sem parar. Wooper estava perdendo os sentidos devido aos impactos seguidos na superfície dura do casco do navio.

Gabrielle estendeu a mão para o céu. Golduck cessou o ataque imediatamente.

Wooper estava zonzo e Ethan estava perplexo. A garota analisou totalmente seus ataques e sua estratégia e apenas um ataque havia causado o triplo do dano físico que seu Pokémon havia causado no início da batalha. O nível de Golduck era forte e Ethan lamentou profundamente não ter dado um treinamento melhor para Wooper.

Gabrielle sorriu para Ethan de uma forma sínica.

— O que foi, mon chèr? Você não vai se mover?

O garoto fechou os punhos com força.

— Wooper, você está bem? Pode continuar? — O Pokémon de Ethan levantou-se com certa dificuldade do chão, mas acenou positivamente com a cabeça para seu treinador, confiante.

O garoto sorriu. Olhando para Gabrielle, apontou o indicador da mão direita na direção da oponente.

— Eu te subestimei, mas isso não vai acontecer de novo.

A garota sorriu.

Verremos. Golduck, Water Pulse!

Golduck concentrou suas energias em suas patas. A pequena pedra em sua cabeça brilhou e uma esfera azul se materializou.  Apoiando o peso de seu corpo em uma perna e equilibrando-se com auxilio da outra, o Pokémon colocou os braços juntos ao lado de seu corpo e empurrou a poderosa esfera na direção de Wooper.

— Evasiva! — Gritou Ethan.

Para escapar com sucesso do veloz ataque, Wooper jogou-se na piscina a sua frente. A poderosa esfera do Water Pulse atingiu o chão onde segundos antes estava o Pokémon de Ethan.

— Golduck é a melhor nadador de todos Pokémon! Serrá fácil... Aqua Jet!

O corpo de Golduck foi envolto por água. Como um foguete, disparou veloz na direção de Wooper que boiava na água esperando algum comando urgente de seu treinador.

Mud Shot! — Exclamou Ethan.

O pequenino, no susto, disparou vários pedaços de lama em Golduck, que vinha em alta velocidade. Ao penetrar na defesa de Wooper, o pato azul recebeu o ataque em seu rosto e a pedra em sua testa fora atingida.

Golduck parou o ataque imediatamente e caiu na água. Levou as mãos à testa, no local onde sua preciosa pedra vermelha estava. Estava visivelmente com dores de cabeça.

— Golduck! — Exclamou Gabrielle.

Wooper saltou da água de volta para a passarela da piscina. Ethan observou curioso aquela cena. Golduck estava com dor de cabeça?

Ao se recuperar, o Pokémon de Gabrielle imitou o oponente e se ajeitou na passarela. Os dois se encararam.

— Golduck, Scratch! — Ordenou Gabrielle.

Ágil, Golduck disparou na direção de Wooper. Ethan percebeu que, diferente dos golpes anteriores, a pedra vermelha na testa do Pokémon não brilhou.

— Não se mova, receba o ataque! — Disse o garoto ao seu Pokémon.

Wooper teve o rosto arranhado pelas afiadas garras de Golduck, mas resistiu. Aquilo foi o suficiente para Ethan ter uma ideia.

— Chegou a hora da gente encerrar a batalha, amiguinho. Mud Bomb!

Wooper abriu sua boca e disparou bolas de lama marrom na direção de Golduck que esquivou facilmente.

— Não adianta. Isso não vai funcionar. Water Pulse! — Exclamou Gabrielle.

A pedra na testa de Golduck brilhou e o Pokémon começou a preparar o ataque.

Ethan pensou rápido.

Mud Shot, Wooper! Mire no rosto do Golduck! — Ordenou Ethan.

O pequenino encheu seus pulmões com oxigênio e concentrou-se. Sua velocidade poderia ser menor do que a de Golduck, mas carregar e disparar o Water Pulse consumia mais tempo.

Wooper metralhou diversos pedaços de lama e mirou no rosto do oponente, que arregalou os olhos. A lama atingiu os olhos de Golduck que desconcentrou-se e parou de carregar o Water Pulse. Ele estava cego por um instante e tentava desesperadamente limpar sua visão, mas a cada vez que passava suas patas em seus olhos, mais lama espalhava neles.

— Golduck, caia na água! — Exclamou Gabrielle.

Seguindo as orientações da treinadora, o Pokémon deixou-se cair. Aquilo aliviou quase que imediato a ardência nos olhos de Golduck.

Pela primeira vez, Ethan viu Gabrielle confusa. E aquilo era uma brecha.

— Wooper, Slam! — Pediu o garoto ao seu Pokémon.

Wooper correu na direção da plataforma e saltou. Dando um mortal, atingiu violentamente sua cauda na cabeça de Golduck, deixando-o completamente tonto.

Gabrielle olhou assustada para Ethan. Ela não esperava aquela reviravolta.

Golduck chacoalhou sua cabeça. Retornando à passarela do campo de batalha, esperava atento as novas ordens de sua treinadora.

— Golduck, agorra é tudo ou nada... Confusion!
Mud Bomb!

A pedra na testa de Golduck brilhou.
Wooper disparou uma grande bola de lama.
Tudo passou em câmera lenta por um breve momento.

A aura azul tomou conta do corpo de Wooper. Enquanto Golduck tentava controlar o oponente, preocupava-se em não ser atingido pelo golpe de Wooper.

No entanto, ele não podia controlar duas coisas ao mesmo tempo.

O tiro de Wooper atingiu a testa de Golduck, bem em sua pedra valiosa. Aquilo desligou imediatamente seus sentidos e o fez cair para trás, nocauteado, ao mesmo tempo que o Pokémon de Ethan era liberto de sua prisão psíquica, caindo na piscina.

Nem Gabrielle e nem Ethan pareceram acreditar naquela cena. Golduck estirado no chão, defronte à sua treinadora e Wooper na água, atento a qualquer coisa. Porém, ainda com energia.

Ethan pareceu aliviado. Aquela batalha havia terminado. Gabrielle pareceu decepcionada.

J'ai perdu... — “Eu perdi...”, suspirava a moça.

Ethan retornou Wooper.

— Obrigado, amiguinho. Você foi sensacional. — Sorriu o garoto.

Gabrielle sorriu para Ethan.

­Merci. Você ser muito gentil. — A moça beijou o rosto do menino, deixando-o rubro.

Gabrielle se dirigiu ao corredor que levava às suítes do navio. Ethan, rumou para a fila dos desafiantes, atrás de Joey. Logo o encontrou — ele seria o próximo. Estava esperando um dos campos de batalha vagarem.

— Onde estão Amy e Forrest? — Questionou o garoto.

Joey apontou para um dos campos de batalha. Ethan viu seus amigos concentrados, batalhando entre si. Amy usava seu Dewgong enquanto Forrest arrasava com a agilidade de seu Shuckle.

Mas Ethan não estava interessado no duelo dos amigos, que também nem perceberam quando o garoto seguiu pelo caminho contrário do que deveria ir, seguindo para o corredor dos quartos.

Ethan conseguiu alcançar Gabrielle, que adentrava seu quarto na parte da primeira classe do navio.

— Ei, Gabi! Espera aê! — Chamou o garoto.

Gabrielle o encarou surpresa.

— Oh! Vejam se não é o menino Ethan...!
— Eu não podia deixar de te dizer o quanto eu adorei batalhar contra você. Tipo, sério! Você arrasou!

A moça fez um olhar confuso. Não tinha entendido metade das gírias de Ethan.

— Eu disse que você batalhou muito bem. Foi uma honra pra mim ter tido a oportunidade de ter você como oponente.

Gabrielle corou.

— Oh... Merci. Vous êtes très gentil.

Dessa vez, fora Ethan que fez uma expressão confusa.

— Disse que você serr muito gentil.
— Ah, imagina. Não foi nada. — Foi Ethan quem corou. — Achei muito poderoso aquele seu Water Pulse...
Aprrendi de um trreinador quando disputei a Pokémon League de Kalos. Posso ensinar, se você querrer.

Gabrielle deu um passo e aproximou-se de Ethan. Era engraçado, pois ela era um pouco mais velha que Ethan e sua altura fazia com que ela tivesse que olhar para baixo para que pudesse ver o garoto.

Mas não eram os olhos de Ethan que ela fixava.

— Claro! Seria muito legal se um dos meus Pokémon pudesse aprender esse golpe!

Ethan foi surpreendido. Gabrielle encostou seus lábios nos do garoto e fechou os olhos. O garoto não sabia exatamente o que estava acontecendo ali. O rosto angelical da moça estava totalmente relaxado. Ethan transpirava em partes estranhas de seu corpo que o garoto nem tinha noção de que podiam transpirar. Ele fechou os olhos e apenas tentou imitar o que Gabrielle fazia.

Sozinho com Gabrielle naquele corredor, Ethan estava tão desligado do mundo real que esquecera-se completamente que Amy e Forrest ainda duelavam lá fora.



TO BE CONTINUED...


Pokémon Generations - Trailer Legendado


Saudações!

Depois de umas semanas meio sumido, eu voltei. A faculdade, novamente, me deixou off, e a garantia dos semanais novamente foi garantida (por enquanto). Enfim, hoje, o canal oficial de Pokémon no YouTube anunciou "Pokémon Generations" com um trailer maravilhoso e o poster acima. Eu acabei legendando o vídeo e trazendo aqui pra vocês. Como o AeJ basicamente é composto apenas dos capítulos da história, diferenciando-se dos demais blogs, com conteúdos mais variados. Então, vou trazer toda semana, começando a partir dessa (o primeiro episódio dos curtas sai na sexta-feira agora, dia 16 de Setembro) o episódio do dia. São 18 episódios ao todo, indo até o dia 23 de Dezembro, e como os vídeos são curtos - de três a cinco minutos - creio que não vai ser tão pesado fazer isso. 

Para ver o video - upado no Google Drive -, basta só ter uma conta do Google (como seu email no Gmail ou YouTube). Rápido e fácil!

Enfim, espero que vocês curtam. Vai ser bom pra trazer uma cara nova ao blog e quem sabe trazer novas pessoas. =]

Divulguem!



Capítulo 35



            — Você tem certeza mesmo? — Perguntou Forrest pela trigésima vez aquele dia.
— Sim. Total. — Respondeu Ethan confiante.

Os eventos do dia anterior fizeram Ethan e Forrest chegar a uma conclusão: Rocky seria melhor treinado nas mãos de um especialista em Pokémon de Pedra. Brock, o irmão de Forrest e atualmente o Líder do Ginásio de Pewter, em Kanto, usava Pokémon do tipo Pedra e era inspirado no irmão que Forrest tinha sua equipe composta, basicamente, de Pokémon... Do tipo Pedra.

Amy evitava dar opiniões nessas horas, mas ela também havia se impressionado com a atuação de Forrest perante Rocky. A experiência do moreno com um Onix com certeza permitiu que ele pudesse controlar a criatura que estava descontrolada. Rocky também pareceu estar confiante em aceitar Forrest como seu novo mestre. A sugestão de troca de Pokémon foi logo posta em discussão.

No entanto, para haver uma troca, Forrest também precisaria trocar um Pokémon de sua equipe com Ethan.

            Mas havia uma ideia melhor.

            Do lado de fora do Centro Pokémon, Ethan convocou Onix. Tendo a certeza de que Rocky se sentia confortável com Forrest e tendo a consciência de que o amigo treinaria o Onix com afinco e amor, Ethan colocou a PokéBola de Rocky no chão e a quebrou, pisando em cima da cápsula.

            Forrest exclamou assustado. Ethan o encarou sorrindo.

— Se a única maneira de liberar o Rocky for ter que acabar com a única ligação material que eu tenho com ele, isso não é mais problema. Agora tente captura-lo.

Forrest fechou o punho e pareceu refletir.  Rocky estava defronte a ele, o encarando com curiosidade.

O moreno sacou uma PokéBola e apontou para o gigante. Rocky olhou para Ethan que o incentivou com o olhar e voltou a encarar Forrest que o observava parecendo estudar a reação de Onix.

Rocky abaixou a cabeça e tocou o botão central da cápsula com seu focinho, ativando-a. A PokéBola abriu e Rocky foi sugado pra dentro dela, não saindo mais de lá.

Forrest olhou para Ethan que o encarava de forma séria.

— Por favor... Cuide bem dele. — Pediu o garoto.

O moreno acenou de forma positiva devagar com a cabeça.

Ethan sorriu e abraçou o amigo.

— Eu sabia que podia contar com você. — Cochichou.

Forrest segurou a PokéBola de Rocky e a encarou por alguns segundos. Deu alguns passos para trás e jogou o objeto para cima, liberando o colosso.

O grande corpo de Rocky materializou-se defronte a Forrest. O Pokémon sorriu para o novo treinador.

— Bem-vindo à equipe. — Saudou o moreno.

O corpo de Rocky foi envolto por uma aura branca e um clarão tomou conta daquele ambiente. Começou a crescer e a se expandir.

Rocky agora era um Pokémon maior, composto por um corpo cinza-prateado dividido por rochas feitas de ferro. Três dessas divisões tinham longos espinhos de aço saindo pelos lados. Sua cabeça maciça era composta principalmente de seu grande queixo largo, com conjuntos de grandes dentes quadrados dentro de sua boca imensa. Suas órbitas eram profundas e os olhos eram vermelhos cor de sangue.

Ethan pegou sua PokéAgenda e conferiu as informações.



“Steelix, um Pokémon Cobra de Ferro. Seu corpo foi comprimido pela profundidade do chão. Como resultado, é mais duro que um diamante. Dizem que se um Onix vive por cem anos, a composição de seu corpo se torna um diamante e então ele evolui sozinho para um Steelix.” — Informou o dispositivo.

Ethan se aproximou de Rocky.

— Cara, que Pokémon massa! Rocky, você tá maravilhoso! — Exclamou o rapaz encantado.

Forrest sorriu.

— Rocky é tão bom que agora tem uma armadura de aço para protege-lo de tudo!

Rocky encarou seu novo corpo. Forrest estava certo: Seu corpo estava mais resistente. Ele estava começando a se acostumar a não ter medo de encarar desafios.

Amy aproximou-se dos rapazes.

— A melhor coisa que vocês dois fizeram foi essa troca. Ao menos, todo mundo saiu satisfeito. — Sorriu a garota.

Ethan coçou a cabeça.

— Ao menos, eu perdi a oportunidade de ter um Pokémon forte na minha equipe. — Sorriu sem graça.

Forrest o encarou sem jeito.

— Você quer desfazer a troca? — Perguntou o moreno.
— Nah. Nem tem como também. Eu quebrei a PokéBola dele, lembra?

Amy deu de ombros.

— Bem, acho que o melhor agora é se preocupar com o Ginásio. Você já sabe qual Pokémon vai usar?
— Eu nem parei pra pensar nisso. Mas eu acho que não adianta eu pensar muito nisso. Eu não sei qual o tipo do Ginásio e eu não sei quantos Pokémon eu vou usar. — Respondeu Ethan.

Forrest o olhou intrigado.

— Então o que você vai fazer?

Ethan sorriu.

— O que sei fazer de melhor: Improvisar.

Amy deu um tapa no ombro do garoto.

— Você não sabe improvisar e não me venha com essas frases clichês de heroizinho de desenho animado! Vamos estudar estratégias.

Ethan ficou cabisbaixo e Forrest riu alto.

***

A tarde caia e a caminhada pela praia ajudou Ethan a relaxar. Já quase anoitecia quando os garotos avistaram o prédio do Ginásio. Diferente do que eles já tinham visto, não era um Ginásio com uma construção convencional. A arquitetura do lado de fora lembrava antigos templos espadachins japoneses, com suas telhas de concreto sendo sustentadas por colunas de aço douradas que esculpiam formas de Pokémon em relevo. Não havia portas — a entrada era convidativa a qualquer um que passasse por ali.

Dentro do Ginásio, uma estrutura de madeira sustentava e cobria o teto, o chão e as paredes. Pendurado nas paredes, vários troféus e medalhas de campeonatos que logo revelaram-se ser premiações de lutas internacionais. Várias pessoas praticavam artes marciais nos mais diversos estilos em tatames espalhados pelo grande hall de entrada.

Ethan, Amy e Forrest estavam encantados e confusos. Aquilo não parecia nada com um Ginásio da Liga Pokémon. Ainda que houvessem Pokémon naquele local, eles não estavam batalhando entre si, mas sim, contra seus treinadores humanos. Ali era um verdadeiro recinto de Pokémon do Tipo Lutador: Machoke, Machamp, Hitmonlee, Hitmonchan e outros Pokémon batiam e apanhavam dos humanos em uma cena bizarra.

— Sejam bem-vindos a academia de artes-marciais da Cidade de Cianwood! Eu sou Chuck, o mestre daqui! — Uma voz alta e rouca surgiu atrás dos garotos.

Chuck era um homem forte. Barrigudo, mas forte. Sua calça vermelha rasgada era presa por uma faixa preta, mostrando o domínio de alguma arte marcial. Seus cabelos eram castanhos, da mesma cor de seu bigode.



— Boa noite. Eu sou Ethan, e estou procurando o Ginásio da Cidade de Cianwood. Mas eu acho que entramos em um lugar errado. — Disse o garoto com um leve receio de apanhar a qualquer instante.

Chuck fez uma expressão alegre.

— Não errou. Aqui também é o Ginásio de Cianwood! — Exclamou ele.

Forrest soltou uma exclamação.

— Eu nunca soube que os Ginásios podiam funcionar como academias de lutas!
— Não só como academias de lutas. O Ginásio de Rustboro, na Região de Hoenn, também funciona como um museu E o Ginásio da Cidade de Celadon trabalha também com pesquisas sobre flores, assim, transformando sua essência em perfume e auxiliando os Centros Pokémon com poções naturais feitas das plantas. — Explicou Chuck em um texto visivelmente decorado e automático.

Ethan observou o máximo que podia daquele ambiente esquisito. Se aquilo era um Ginásio, aonde estava o campo de batalha?

— Então... Senhor Chuck, que dia você pode aceitar meu desafio? — Perguntou Ethan com visível temor na voz.

Chuck bateu uma palma forte, que ecoou pelo campo de treinamento.

— Discípulos, preparem-se. Chegou um novo duelo para mim. — Anunciou Chuck.

As pessoas e os Pokémon que treinavam espalhados pararam abruptamente. De repente, eles começaram a gritar de forma ensurdecedora e a comemorar, aproximando-se correndo em direção de Chuck e dos garotos.

— Debandada de discípulos suados vindos a oeste! — Exclamou Ethan com uma expressão de pânico no rosto.

Os discípulos de Chuck pegaram os garotos e os ergueram do chão. Correram com eles até uma sala que ficava ao lado de fora da academia. As estrelas já começavam a surgir, garantindo lugar na arquibancada do céu para assistirem ao duelo que estava para ser iniciado.

Um dos discípulos aproximou-se da lateral do campo de batalha.

— Mestre da Academia de Luta e Líder do Ginásio de Cianwood, Chuck, e desafiante Ethan, por favor, posicionem-se em seus lugares!

O grupo de discípulos jogou Ethan no campo de batalhas enquanto levavam Forrest e Amy para uma espécie de arquibancada, erguida grosseiramente sob suporte de madeiras e bancos de alvenaria.

— Eles poderiam ter sido mais delicados... — Xingou Ethan do chão, levantando-se.
— Atenção, desafiante. Eu usarei apenas este Pokémon. Você poderá utilizar todos os Pokémon que você tem para tentar ganhar a insígnia do Ginásio. Entendido? — Perguntou Chuck.

Ethan sentiu um frio na barriga.

Quanta confiança... Será que o Pokémon dele é forte? — Pensou o garoto.
— Você entendeu? — Perguntou Chuck novamente.
— Sim, tudo bem pra mim.
— Ótimo. Eis o meu Pokémon. Vai, Poliwrath! — Chuck arremessou uma PokéBola no campo de batalha.

Poliwrath era um Pokémon bípede azul com braços musculosos. Ele tinha olhos bulbosos que se projetavam a partir do topo de sua cabeça. Sua barriga estava coberta por um redemoinho branco e preto. Parecia ter luvas brancas em suas mãos. Ethan tirou a PokéAgenda do bolso da bermuda.




— “Poliwrath, um Pokémon Girino. É uma das últimas formas evoluídas de Poliwrath e o último estágio evolutivo de Poliwag. Este nadador forte e qualificado é capaz de atravessar o Oceano Pacífico apenas chutando. Apesar de ser um nadador enérgico, habilidoso e que usa todos os seus músculos, ele vive em terra seca”. — Informou a voz robótica da PokéAgenda.
— E então? Qual vai ser sua primeira escolha? — Perguntou Chuck.

Ethan levantou-se do chão e sacou uma PokéBola.

 — Poliwrath é do tipo Água... Sand e Quilava não aguentariam o tranco... — O cérebro de Ethan trabalhava a mil por hora. — Scyther, eu escolho você! — Ethan arremessou uma PokéBola na arena.

Scyther pousou majestoso no campo. Olhou para seu treinador e lançou um olhar frio.

O estômago de Ethan embrulhou.

— Putz... Só falta agora ele dar pra trás... — Pensou o garoto.
— A batalha entre Scyther e Poliwrath vai começar... Agora! — Anunciou o discípulo juiz.
— Poliwrath, agora, use Hypnosis!

Veloz, Poliwrath fez Scyther cair ao chão, dormindo profundamente.

— Mas o quê?! — Exclamou Ethan, pego totalmente de surpresa.
— Finalize com Body Slam!

Poliwrath investiu com agilidade e violência para cima de Scyther, que foi arremessado com violência para a parede atrás de Ethan, caindo nocautado.

— Scyther está fora de combate, o vencedor é Poliwrath! — Anunciou o juiz.

A torcida de discípulos vibrou. Ethan teve seu primeiro Pokémon derrotado sem ter dado tempo de o garoto fazer um único movimento.

Esse Pokémon não é desse mundo...! — Ethan sentia o medo tomar conta de seu corpo.

Da arquibancada, Amy e Forrest estavam apreensivos.

— Esse Poliwrath é muito bem treinado! Chuck não dá tempo do oponente pensar muito...! — Exclamou Forrest para Amy.
— Espero que o Ethan não passe muito vexame... — Suspirou a garota.

Chuck encarava Ethan com um olhar superior.

— E então? Qual será a sua próxima escolha? — Perguntou Chuck.
— Preciso ganhar tempo... Nido, eu te escolho! — Convocou Ethan, arremessando a PokéBola para cima. Nidoran pousou contente. Parecia ansioso para lutar. Não deixou-se intimidar com o olhar sádico de Poliwrath e o devolveu na maior intensidade que podia.
— Comecem! — Autorizou o juiz.
— Poliwrath, ataque com Hypnosis!
— Dessa vez isso não vai funcionar... Double Kick!

Por ser menor, Nidoran conseguia ser mais ágil que o gigante Poliwrath. O pequeno correu ao redor do oponente e o atingiu com dois chutes certeiros no rosto, um seguido do outro usando cada uma de suas patas. No susto, Poliwrath caiu sentado no chão do campo de batalha.

Por um instante, Chuck pareceu incomodado. Era a primeira vez em muito tempo que ele era surpreendido daquela forma. Mas ele ainda era o maior treinador daquele lugar, sua reputação estava em jogo.

Estalou os dedos. Seu Pokémon levantou-se e encarou o pequeno Nidoran, que estava confiante. Ethan permanecia em silêncio, analisando cada passo do Líder de Ginásio que parecia ler seus pensamentos. De fato, aquilo podia ser apenas uma estratégia para deixar o garoto desconcentrado, mas ele não podia deixar a insegurança dominá-lo.

Chuck olhou para seu Pokémon que ergueu-se em um salto. Com a confiança reestabelecida, o Líder de Ginásio se permitiu dar o próximo passo.

— Vamos jogar sério, Poliwrath. Surf!

Os olhos de Poliwrath brilharam em azul intenso. Sob suas patas, uma enorme onda de água surgiu e levou o Pokémon às alturas. Nidoran não conseguiu nem se desvenciliar, afogou-se imediatamente com a grande quantidade de água que caiu sobre sua cabeça. As fortes ondas o empurraram e o lançaram ferozmente contra uma das paredes da sala, transpassando-a.

Quando o ataque cessou, Poliwrath retornou à sua posição e Ethan correu na direção de seu Pokémon para checar se estava tudo bem.

Nidoran choacoalhava a cabeça para retomar os sentidos. Aquela surra não era o suficiente para nocauteá-lo.

Ethan e Nidoran retornaram aos seus lugares no campo de batalha.

— Se é com força bruta que você trabalha, é com força bruta que nós vamos combater. Nido, Peck!

Nidoran partiu veloz em direção à Poliwrath e cravou seu chifre no estômago do grande oponente que cambaleou para trás ao receber o golpe. O ataque super-efetivo foi suficiente para deixá-lo atordoado.

Ethan olhou para Chuck e sorriu.

— Meu Nidoran tem história. Ele já enfrentou inimigos maiores que ele e não é hoje que ele vai perder só porque é menor que o oponente.

Nidoran olhou para Ethan e sentiu uma confiança enorme vinda de seu treinador. A segurança que o garoto passava era o lar que o andarilho Pokémon procurava para descansar. Ele não ia decepcionar o seu mestre.

Chuck cruzou os braços.

— É, garoto. Eu confesso que o subestimei. Meus oponentes não costumam dar tanto trabalho... Você é jovem, mas é bem esperto. Permita-me. Poliwrath, Focus Punch!

A luva na pata de Poliwrath brilhou. Como um raio, o Pokémon de Chuck avançou na direção de Nidoran e o atingiu com um poderoso soco, fazendo o Pokémon de Ethan ser arremessado alguns metros.

Poliwrath apoiou o joelho no chão e arfou de cansaço. Ethan percebeu que ele não poderia atacar naquele momento.

— Nido, Focus Energy! — Exclamou o garoto.

Nidoran se apoiou nas patas dianteiras e concentrou-se. Uma aura azulada tomou conta de seu corpo e limpou sua mente. Poliwrath agora havia se estabelecido como um alvo a ser detonado e nada o impediria de atingí-lo.

Poliwrath levantou-se. Ele sentiu que ainda tinha energia para continuar, mas não podia vacilar. Olhou para seu treinador e sorriu.

— Poliwrath, Body Slam!
Nidoran, não deixe! Double Kick!

O Pokémon de Ethan correu veloz na direção do oponente, pegou impulso com as patas dianteiras e executou uma voadora, atingindo em cheio o rosto de Poliwrath, o lado direito e em seguida o lado esquerdo. Poliwrath balançou a cabeça, levemente zonzo, e aguardou as ordens de Chuck, que foi rápido.

Body Slam de novo!

Poliwrath jogou seu corpo pesado em cima de Nidoran que não teve como fugir. O peso do oponente fazia pressão sobre seu corpo minúsculo, impedindo-o de se mover.

— Nido! — Exclamou Ethan, nervoso.

Chuck gargalhou.

— Esse seu Pokémon é bastante escorregadio. Mas eu consegui prendê-lo e agora ele não pode mais fazer seus truquezinhos baratos!

Ethan fechou os punhos e sua mente trabalhava em tal velocidade que quase era possível ouvir o barulho de seu cérebro em funcionamento. Ele não conseguia pensar em nada para tirar Nidoran daquela armadilha.

O garoto pegou a PokéBola e retornou seu Pokémon. Chuck sorriu.

— Você vai desistir?

Com a outra mão, Ethan pegou uma terceira cápsula.

— Larvitar! — Convocou Ethan lançando o Pokémon em campo.

Chuck riu.

— Esse Pokémon tampinha aí é a sua escolha, desafiante?

Ethan sorriu para Larvitar.

— Tamanho não é documento. Larvitar, vamos detonar. AncientPower!

Um brilho branco tomou conta do corpo de Larvitar, que colocou suas duas patas na frente de seu corpo e criou uma bola de energia prateada que lançou no oponente, atingindo-o em cheio. No entanto, Poliwrath pareceu não sentir absolutamente nada.

— Ataques do tipo Pedra não funcionam conosco. Mostre pra ele o verdadeiro poder de um Pokémon, Poliwrath! Surf!

Os olhos de Poliwrath voltaram a brilhar num tom de azul intenso. A enorme onda de águas poderosas materializada pelo Pokémon rapidamente abraçaram Larvitar, que começou a perder os sentidos dentro daquela enorme corrente de água. O Pokémon de Ethan fora arremessado, tal qual Nidoran, e o deixou extremamente tonto.

— Força, Larvitar! Vamos com tudo! Bite, agora!

Larvitar se recuperou e saltou em direção ao oponente, mordendo a cabeça de Poliwrath que pareceu não sentir nada.

— Hahahah! O ataque Bite não funciona em Poliwrath! — Gargalhou Chuck. — Tire-o daí!

Poliwrath realmente não parecia sentir dor alguma. O Pokémon de Chuck balançou a cabeça violentamente por diversas vezes até Larvitar soltar a boca de sua cabeça.

Aquele movimento contínuo de Poliwrath deu a Ethan uma ideia.

Bite de novo! — Exclamou Ethan.

Larvitar voltou a morder a cabeça do oponente que insistia em balança-la ainda mais para soltá-lo. A cada vez que Poliwrath conseguia tirar Larvitar de sua cabeça, o pequenino voltava a cravar seus dentes cada vez mais forte e profundo em sua cabeça. Aos poucos, a expressão de Poliwrath ia mudando. O sorriso gabado deu lugar a lágrimas nos olhos. O Pokémon de Chuck começou a correr pelo chão do campo de batalha com fortes dores de cabeça e Larvitar continuava a cravar cada vez mais fundo seus dentes no crânio de Poliwrath.

No desespero, Poliwrath dirigiu-se para uma das paredes laterais do campo de batalha e investiu violentamente contra a estrutura, atingindo Larvitar e nocauteando-o.

— Larvitar está fora de combate! A vitória é de Poliwrath! — Anunciou o juiz.

Chuck soltou um suspiro aliviado.

— Por um momento, eu achei realmente que estava em apuros. Essa batalha está me deixando empolgado, garoto.

Ethan olhou para Poliwrath enquanto retornava Larvitar. Percebeu que um galo nascia no lugar onde seu Pokémon havia mordido incessantemente e que Poliwrath estava meio tonto de tanto se esforçar para tirar Larvitar de sua cabeça.

O garoto sorriu.

— Você foi excelente, Larvitar. Agora é a sua hora de terminar o que começou, Nido! — Ethan arremessou a PokéBola de Nidoran na arena novamente.

O pequeno Pokémon parecia exausto. Não havia se recuperado totalmente dos danos tomados de Poliwrath nas rodadas anteriores. Mas Ethan só precisava de um pouco mais de esforço para concluir a batalha.

— Poliwrath, Hypnosis!
— Evasiva, Nido!

Poliwrath tentou fazer Nidoran dormir, mas o pequeno foi mais rápido e desviou das ondas hipnóticas que eram mandadas até ele.

Peck! — Exclamou Ethan.

Nidoran correu em direção a Poliwrath com velocidade mirando seu chifre nas costas do Pokémon.

— Arremesse-o! — Gritou Chuck.

Ethan soltou uma exclamação.

Poliwrath girou ao redor do próprio eixo e pegou Nidoran pelo chifre. Pegou impulso e o jogou para o alto, fazendo o roedor pegar velocidade na queda graças à gravidade e caindo violentamente no chão.

— Nidoran! — Exclamou Ethan.

O Pokémon de Ethan estava estirado no chão, imóvel.

Nidoran está fora de combate. O vencedor é Poliw... — O juiz foi interrompido quando uma luz branca envolveu o corpo de Nidoran e o fez ficar maior. Seu corpo ganhou várias manchas roxas mais escuras em seu comprimento e suas orelhas tornaram-se grandes e espinhosas. Seu focinho longo tinha dois dentes pontiagudos advindos de sua mandíbula superior. Tinha uma crista de espinhos tóxicos em sua parte traseira e um longo chifre pontudo em sua testa, que era mais duro que o diamante.




Ethan sacou sua PokéAgenda.

“Nidorino, um Pokémon Espinho Venenoso. É a forma evoluída do Nidoran. Ele levanta suas orelhas grandes para verificar seus arredores. Se ele sente alguma coisa, ataca imediatamente. Se enfurecendo rápido, ele apunhala inimigos com seu chifre para injetar um veneno poderoso quando fica agitado.” — Informou a voz robótica.

O juiz encarou Chuck que sorriu. Acenando com a cabeça, o Líder permitiu que Nidorino levantasse e encarasse Poliwrath mais uma vez.

Nidorino berrou. Gritou tão alto que queria que sua voz transpassasse as paredes, ecoasse pelos oceanos e chegasse ao espaço. Ele não iria cair.

Poliwrath entendeu. Seu oponente havia evoluído para conseguir vencê-lo de forma justa. De forma onde os dois pudessem testar os limites um do outro. E ele um dia teve aquele mesmo sentimento.

Chuck e Ethan se encaravam com um sorriso no rosto. Faíscas saíam dos olhos dois dois treinadores que lutariam até o fim.

— Nidorino, Double Kick!
— Poliwrath, Body Slam!

Nidorino avançou veloz enquanto Poliwrath aguardava o ataque. Ao aproximar-se, o Pokémon de Ethan preparou o ataque enquanto Poliwrath jogou todo o peso de seu corpo para frente. Nidorino esquivou do golpe e atingiu o oponente por trás.

Focus Punch! — Exclamou Chuck.

Poliwrath ergueu-se do chão e mirou em Nidorino, atingindo-lhe um soco no rosto, arremessando-o na parede ao lado.

 — Força, Nidorino! Focus Energy! — Exclamou Ethan.

Nidorino se recompôs e relaxou. Deixou sua mente limpa e concentrou-se apenas em Poliwrath.

Surf! — Ordenou Chuck.

A imensa onda materializada por Poliwrath aproximava-se com rapidez. Nidorino continuou concentrando sua energia em seu corpo.

— Aguente firme! — Gritou Ethan ao Pokémon.

A onda do golpe de Poliwrath atingiu o Pokémon de Ethan com toda potência. Nidorino fincou suas garras afiadas no piso do Ginásio e manteve-se preso na terra. Prendeu sua respiração e aguardou pacientemente a ordem de seu treinador.

A água passou. Nidoran abriu os olhos e olhou no fundo dos olhos de Ethan. Eles leram o pensamento um do outro. Sabiam o que iam fazer.

— Agora, Nidorino! — Exclamou seu treinador.

O Pokémon correu em direção à Poliwhirl que estava se recompondo do ataque. Abaixou sua cabeça para mirar seu chifre pontiagudo no oponente. Estava há poucos centímetros de altura quando ouviu Ethan gritar.

Peck!

Poliwrath não conseguiu se esquivar. Foi atingido bem no meio da testa e arremessado para atrás de Chuck, transpassando a parede igualzinho como o próprio Poliwrath tinha feito minutos antes. Uma nuvem de fumaça subiu quando o reboco da parede desmoronou, mas era nítido que Poliwrath estava ali, totalmente nocauteado e com um galo onde o chifre de Nidorino tinha atingido.

— É impressionante, mas... Poliwrath está fora de combate! O vencedor da disputa é o desafiante Ethan! — Anunciou o juiz.

Houve um minuto de silêncio até os discípulos começarem a gritar e a fazer baderna. Eles desceram correndo como animais desembestados das arquibancadas para pegar Ethan nos braços e começar a jogá-lo para cima.

— Chega! — Bradou a voz de Chuck.

Os discípulos pararam imediatamente, deixando Ethan cair no chão.

Chuck aproximou-se.

— Você fez uma batalha espetacular. Como prova disso, lhe dou, de coração, a Insígnia da Tempestade. — Disse Chuck estendendo as mãos. Nela, havia uma insígnia em forma de punho de cor amarronzada.



Ethan pegou a Insígnia, a olhou por uns instantes e a estendeu de volta para Chuck.

— Essa Insígnia é a prova da maior batalha que eu já tive na minha vida. — Disse o garoto.

Chuck gargalhou alto.

— Você batalhou muito bem, desafiante! Eu, assim como você, já fui um treinador Pokémon. Posso não ter ganhado a Liga, mas eu realizei um grande sonho: Me tornar mais íntimo com meus Pokémon e passar para o maior número de pessoas possível todo o meu conhecimento sobre eles e sobre como você não deve desistir do que você deseja. Então, filho, chute o traseiro de todos os seus desafiantes e boa sorte na Liga Pokémon. — Disse Chuck apertando um dos ombros de Ethan e fechando, com a outra mão, o punho de Ethan que segurava a Insígnia.

O garoto sorriu.

— Obrigado, Chuck. Eu aprendi muito batalhando contra você. E espero que você torça por mim na Liga. — Sorriu o garoto.
— Torcerei. Você tem muito chão e treinamento até lá, mas saiba que eu serei um dos seus maiores fãs! — Disse Chuck sorrindo.

Amy e Forrest aproximaram-se.

— Estou sem palavras... Essa batalha foi sensacional! — Exclamou o moreno.
— Você me surpreende todos os dias. — Sorriu Amy.

Ethan abraçou os dois amigos e os deixou encabulados.

— Eu não sei o que seria de mim sem vocês. Obrigado mesmo!

Nidorino aproximou-se de seu mestre e o cutucou com seu chifre. Ethan abaixou-se para falar com seu Pokémon.

— Obrigado por ter se esforçado por mim. Por ter evoluído por mim. Você vai ser o líder da minha equipe, o mais forte de todos! Igual a um imperador! — Disse o garoto acariciando seu Pokémon que retribuía o carinho. — É... Você agora é o Imperador da minha equipe.

Os discípulos de Chuck aproximaram-se de seu mestre e cochicharam em seu ouvido. Ele sorriu e logo em seguida virou-se para Ethan.

— Garoto, por que você não fica aqui conosco e treina até a Liga Pokémon?

Ethan encarou o Líder de Ginásio surpreso.

— Treinar? Aqui? — Questionou o garoto.
— Sim! Aqui nós treinamos duro para nos fortalecer junto aos Pokémon! Tenho certeza de que vai ser uma ótima experiência para você. — Disse o Líder.

Ethan pareceu refletir um pouco e olhou para Amy e Forrest que o encaravam atentos.

— Eu fico muito honrado com o convite, Chuck, mas eu não posso agora.

Chuck ergueu uma das sobrancelhas.

— Hmmm. Se fazendo de difícil, não é mesmo? Pois não tem problema! Assim que quiser, é só comparecer em minha academia! Eu terei um treinamento especial para fazer com você!

Ethan sorriu.

— Estarei ansioso!

Ethan passou por uma árdua batalha no Ginásio de Cianwood. Com a ajuda fundamental de Imperador, seu Nidorino, o garoto conseguiu sua quinta insígnia da Liga Pokémon. O próximo objetivo da viagem é o retorno para a Cidade de Olivine e o reencontro com Jasmine e Amphy, que o aguardam ansiosamente. E a jornada continua...!



TO BE CONTINUED...



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