Posted by : Dento Jan 17, 2019




Cidade de Goldenrod, Johto, cerca de três meses atrás.

Lyra caminhava alegremente pelas avenidas da Cidade de Goldenrod. Com seu Marill em seu encalço, a garota entrava no Centro Pokémon.

— Preciso recuperar meus bonitinhos, Marill. A última batalha me deixou exausta... — confessou a menina ao pequeno Pokémon bolha.

As portas da recepção se abriram. Silver entrara com sua feição séria e encarava com mal humor a todos que o encaravam.

O rapaz se dirigiu à Lyra.

— Onde está a Enfermeira Joy? — perguntou de maneira ríspida.
— Eu estou aguardando por ela também. Você tá de mau humor? — Perguntou a garota.
— No que lhe convém? — Perguntou Silver de forma grosseira.

Lyra se irritou.

— Escuta, eu nem te conheço e eu não te dei motivos pra você falar assim comigo! Então vê se fala direito com uma dama! — Exclamou Lyra quase gritando.

Silver a encarou sério.

— Tanto faz.

De braços cruzados, um sentou longe do outro. Marill observava aflito a discussão. Se mal se conheciam, como poderiam ter raiva um do outro assim?

— Humph! Era só o que me faltava. Já não me bastasse o Ethan, agora eu tenho que aturar outro babaca.

O ruivo a encarou com o canto do olho. Ele conhecia o dono daquele nome, apesar de não fazer a mínima ideia de quem era a garota ao seu lado.

As portas do Centro Pokémon abriram-se novamente. Stella, Kayla e Kevin conversavam bastante e tinham uma feição séria. Lyra levantou-se e se dirigiu ao grupo.

— Vocês estão bem? — Perguntou a garota.
— Ah, olá, Lyra. A gente tá se recuperando do susto ainda... Que batalha, né? — perguntou Stella.
— Nem me fala... — Suspirou Lyra em resposta.
— Fiquei sabendo que o corpo do Gary foi encontrado jogado em uma rua próxima... Red o acompanhou até o hospital — informou Stella.
— Caramba! A Equipe Rocket é mesmo cretina! — exclamou Lyra zangada.
— Você não tem ideia... — confessou Stella.
— Bem, gente, acho que tá na hora de seguir pra Azalea. — Disse Kayla.

Lyra exclamou.

— Vocês não vão para Ecruteak?!
— Nós já passamos por lá. O líder quase acabou com a gente, mas pegamos a insígnia — respondeu Kevin.

Lyra fez uma expressão tristonha.

— Então vamos ter que nos separar...

Os três se entreolharam. Stella segurou os ombros da garota com as mãos.

— Não se preocupe. Se seu objetivo é a Liga Pokémon, você pode ter certeza que nós ainda vamos nos encontrar. Se esforce, não se deixe ser derrotada por qualquer um! Você arrasou na batalha contra os Rockets! — sorriu a garota.

Lyra encarou a amiga e sorriu.

— Obrigado gente... E não se preocupem! Eu não vou perder! Nem mesmo pro Ethan! — exclamou a garota.

Silver que aguardava a Enfermeira Joy exclamou em silêncio.

— “Ethan”...? — E buscou em sua memória.

— Você mencionou um cara chamado Ethan? — perguntou Silver

Lyra o encarou com desdém.

— “No que lhe convém?” — repetiu a garota em tom de deboche.

Silver deu um sorriso sarcástico.

— Me convém que ele está com algo que é do meu interesse.

Lyra arregalou os olhos.

— O Ethan? E o que seria?

— Não é algo que crianças devem meter o nariz.

A garota fechou a cara.

— Eu não sou criança! Você fala como se fosse adulto, né?

Silver deu uma risadinha.

— Você fala como se eu não fosse.

Lyra continuou de cara amarrada. Em pouco tempo, aquele ruivo tinha conseguido tirá-la do sério.

Silver levantou-se. A garota olhou para o ruivo e sentiu-se aliviada por ver que logo estaria livre daquele incômodo.

— Você não me é estranha.

Aquela frase chamou a atenção de Lyra.

— O que quer dizer com isso?

— Eu não lembro onde, mas acho que a gente já se viu por aí, em algum lugar.


Os olhos dos dois se encontraram. E por um instante, suas mentes sincronizaram juntas de uma maneira que nenhum deles poderia explicar. E, quase como em um passe de mágica, eles se lembraram.

Cidade de New Bark, um mês antes daquele encontro.

Um barulho de vidro quebrando foi ouvido ao longe. Os assistentes do professor foram direto ao local do barulho. Elm correu para o local também enquanto Ethan recolhia Totodile, Chikorita e Cyndaquil que estavam correndo apavorados na sala. Assim que os retornou, os garotos deixaram as PokéBolas dentro de uma cabine dentro do PC do Professor Elm e correram para ajudá-lo.

O misterioso garoto dos cabelos vermelhos então conseguiu pular a janela. O barulho do choque dos seus pés com o chão chamou a atenção da Ethan.

— Ethan? O que foi? — Perguntou Lyra ao colega.
— Não... Nada. Acho que estou ouvindo coisas demais... — Respondeu.

Lyra deu de ombros e voltou a concentrar-se na cabine de vidro onde as PokéBolas dos Pokémon descansavam. Se certificou que estavam novamente seladas e seguiu o Professor Elm para outra área do laboratório para investigar de onde havia vindo o barulho de vidro quebrando.

Ela não viu quando um jovem invasor percorreu o corredor até o fim e conseguiu encontrar o local onde Elm fazia suas pesquisas. Ele admirou a estátua dos guardiões e encontrou o local onde estavam guardadas as PokéBolas.

Lyra viu Ethan correr de volta para a sala de onde ambos haviam acabado de sair. A garota tentou seguir o garoto, mas Elm a segurou pelo braço, balançando em negativo a cabeça.

— Não vá, é muito perigoso.
— Mas titio, os Pokémon podem estar em perigo! — cochichou a garota de volta.
— Não sabemos quantos são e nem se estão armados.
— Mas e o Ethan?
— Nós já chamamos a polícia, temos que torcer para que tudo dê certo até eles chegarem.
— Mas...

Lyra não conseguiu terminar seu argumento. O invasor corria em sua direção com uma PokéBola em mãos procurando a saída do laboratório. Como se fosse em câmera lenta, os olhos de ambos se cruzaram naqueles breves segundos. Ela reparou em seus olhos tão negros que davam a impressão de que trevas haviam sugado qualquer tipo de luz que pudesse, um dia, ter existido nos olhos daquela criança. As olheiras tão escuras quanto sua aura fizeram a garota, por um instante, soltar um breve suspiro de surpresa. Ele, ao olhar para ela, ergueu as sobrancelhas por uma fração de segundo, talvez ainda embebedado por adrenalina. Havia uma tensão no ar que pairou por aqueles micro instantes de realidade entre os dois. Tão rápido quanto aconteceu, aquela sensação de câmera lenta se esvaiu. Silver desviou seu olhar do de Lyra, concentrando-se logo em seguida em focar seu caminho para o lado de fora.

O garoto passou correndo. Desaparecendo pelo corredor, Ethan só teve tempo de pegar outra das duas Pokébolas restantes para perseguir o invasor. Passando pelos corredores, ele se aproximava cada vez mais do rastro ruivo que estava a sua frente, derrubando os cientistas, vendo o caminho livre para fugir. Ethan se atrapalhou, tropeçando em um dos cientistas. Elm e Lyra ficaram assustados, mas Ethan se levantou e saiu pela porta do laboratório perseguindo seu alvo.

Os olhos dos dois continuavam hipnoticamente grudados. Nem Lyra, nem Silver, ousavam piscar ou respirar.

A garota permanecia com a boca aberta.

— Você... Você... É o garoto que... Roubou o Totodile do titio...

Silver, ainda em transe, nada respondeu.

Abruptamente, virou o rosto, fechou os punhos e deu as costas para a garota, que, paralisada, não o impediu de se afastar.
A Enfermeira Joy retornara com Chansey para a recepção e se dirigiu ao ruivo.

— Posso ajudá-lo? — ela perguntou sorridente.
— Sim, pode... Eu vim pegar uma encomenda — respondeu Silver com um sorriso falso.
— Espera... — foi o que Lyra conseguiu dizer após alguns segundos, apesar de Silver ter fingido que não ouviu o chamado da garota, dando as costas e se retirando do Centro Pokémon.

***

Alguns dias se passaram desde aquele encontro estranho no Centro Pokémon de Goldenrod. Lyra não conseguia tirar aquele garoto ruivo da cabeça. Apesar de ter tido sucesso em sua batalha de Ginásio no dia anterior, ela não conseguia se gabar ou ficar feliz. Tinha alguma coisa que a incomodava.

A atenção da garota, felizmente, foi mudada quando ela, ao virar uma esquina, reconheceu um grupo de pessoas discutindo no meio da rua. Ela não os chamaria de amigos, mas colegas de viagem que, vez em quando, cruzavam seu caminho. E, entre eles, um garoto que fazia seu coração bater no peito furiosamente. Não por motivos de paixão, na verdade, era completamente o oposto.

Lyra suspirou e sorriu. Pelo menos uma vez na vida ela estava feliz em vê-lo, afinal, poderia colocar o esforço aonde realmente era necessário: Detestá-lo.

— Ethan! — ela exclamou.

A garota aproximou-se saltitante do grupo de jovens.

— Chegou por último, né, Ethan? Mulher do padre. — zombou ela.

Ethan, no entanto, estava tão nervoso que não teve reação nenhuma.

— Ué... Tá tudo bem? — Lyra observa o garoto de forma atenta.
— Ele está sim. Só o nível de hormônios dele que estão um pouco elevados. — Brincou Forrest.
— Vamos indo pro Centro Pokémon. Lá a gente vê se ele tá bem mesmo. — Sugeriu Joey.
— É uma ótima ideia. Se vocês quiserem, eu os acompanho. — Prontificou-se Lyra.
— Por que não? Vamos sim! — Concordou Forrest.
— Você ainda não escapou da pergunta, gatinho. — Amy sussurou discretamente no ouvido de Ethan que paralisou.

Lyra e Joey observaram o trio afastar-se em direção do Ginásio.

— Você não vai com eles? — questionou a garota.
— Eu não. Eles são merecem a companhia do grande Joey. — respondeu o outro.
— “Grande Joey”? Você tá mais pra “O pequeno Joey”.

O garoto se irritou.

— Quem você pensa que é pra falar da minha altura?!

Lyra deu um sorrisinho malicioso.

— Pode-se dizer que eu sou superior a qualquer um. Inclusive ao Ethan.

Joey fez uma expressão curiosa.

— O que quer dizer com isso?
— Segredo feminino. — Disse a garota com um sorrisinho.

Joey bufou.

— Tanto faz. Mas melhor que eu e Rattata, sei não, hein?

Lyra olhou para o garoto de cima a baixo e voltou a dar um sorrisinho sarcástico.

— De que bolso você tira tanta confiança?

Joey cruzou os braços e olhou no fundo dos olhos de Lyra, que sentiu um arrepio ao perceber o olhar “sedutor” que o garoto fazia. Na verdade, seus olhos estavam semicerrados e as sobrancelhas se uniam de forma bizarra, parecendo uma monocelha. O fato de o garoto ser menor que Lyra dava a impressão de que ele era uma criança fazendo birra para sua irmã mais velha.

Ela riu.

— Agora eu vi... Tá me olhando assim por quê?
— Tô te mostrando a minha confiança.
— Ah, tá.

Lyra virou-se para se dirigir ao Centro Pokémon. Joey a observou se afastar e deu um sorriso vitorioso.

— Essa menina é minha.

***

A tarde passava lentamente enquanto os garotos estavam no Centro Pokémon. Lyra contou sobre as batalhas que travara e sobre suas três insígnias — havia derrotado o líder do Ginásio de Goldenrod no dia anterior. No entanto, a garota, de pirraça, não contou quais os Pokémon que foram utilizados pelo líder.

— Quer saber? Eu desisto de esperar! Eu vou lá e vou chutar o traseiro de quem for que seja o líder do Ginásio! — Exclamou Ethan irritado, batendo na mesa do saguão onde estavam reunidos e se levantando bufando.

Lyra gargalhou.

— Ha-ha-ha! Sei... Essa eu pago pra ver!
— Amy, Forrest, vamos nessa. Eu tenho uma batalha pra vencer — o garoto virou as costas e se dirigiu à saída. Amy e Forrest se levantaram e deram um rápido aceno de despedida para Joey e Lyra que permaneceram sentados.
— A gente não devia seguir eles? — Perguntou Joey abocanhando uma coxinha.
— Sou uma dama, não um carrapato. Não sou obrigada a seguir ninguém — Lyra respondeu bebericando uma xícara de chá.

Joey a olhou confuso.

— Mas não foi você que sugeriu que todo mundo te seguisse até aqui?

A garota ergueu a sobrancelha direita e repousou a xícara na mesa.

— Eu treino Pokémon, certo? Durante batalhas, eles ficam cansados. Sugeri que viéssemos pra cá não porque eu gosto do Ethan, mas porque eu precisava recuperar meus lindinhos também, oras.

O garoto terminou de engolir a coxinha e limpou a boca com um guardanapo.

— Por que não vamos ao Parque Nacional?
— Fazer o quê?
— Sei lá, ver uns insetos?

Lyra terminou de beber o chá e virou-se para olhar para Joey.

— Você tá me chamando pra sair? Desiste.
— Ué, foi tão óbvio?
— Você precisa saber mais sobre as mulheres.

Ela se levantou e preparou-se para deixar a mesa, mas Joey segurou em seu pulso gentilmente.

— Então me ensine.

Ela deu uma risadinha em resposta.

— Vou ver o que eu faço por você. Me encontra às 15h.

Lyra se soltou das mãos de Joey e se dirigiu para o andar superior do Centro Pokémon, onde ficavam as suítes de hospedagem. O garoto a observou sumir de seu campo de visão com um sorriso de satisfação no rosto.

***

No dia 15 de Fevereiro, a Cidade de Goldenrod sediou o Torneio Pokémon de Caça aos Insetos, um torneio que mensal cujo objetivo era caçar Pokémon do Tipo Inseto. Joey e Lyra trataram logo de inscrever-se na competição apenas para conseguirem, mais uma vez, serem superiores aos seus rivais.

A competição seguiu-se na mais repleta tranquilidade. A primeira fase foi de capturas e a segunda de batalhas. E foi durante essa fase que Lyra acabou sendo derrotada por Forrest, o amigo de seu rival Ethan.

— Nããããããão!!!! — berrou Lyra, começando a chorar.
— Bom trabalho, Heracross. Descanse. — Forrest retornou seu Pokémon e se dirigiu a Lyra para consolá-la.

A garota retornou o Pinsir e deu as costas para o moreno.

— A derrota é a chave para a vitória, Lyra. — Disse o rapaz de forma amigável.
— Por quê? — Perguntou Lyra, ríspida.
— Nunca poderemos vencer se não pudermos superar nossas fraquezas. — Concluiu o rapaz.

Lyra parou por um instante e olhou para Forrest. Com um suspiro, retirou-se do campo de batalha.

— Você é uma ótima pessoa. Já vi que não é só bonitinho.

Forrest corou.

A garota sorriu.

— O que você acha de... Marcamos uma batalha qualquer dia desses?
— Eu... Eu acho ótimo. — Respondeu o moreno sem graça.

Lyra aproximou-se devagar.

— Vou precisar de uma prova de que você vai voltar a me ver.

A garota tascou um beijo em Forrest, que nunca havia beijado ninguém e não sabia direito como reagir. Pacientemente, Lyra foi usando seus lábios para guiar o rapaz que foi, aos poucos, reagindo de forma carinhosa. Lyra não era daquelas que se apaixonava. Ela gostava de se distrair e se divertir. Se alguém não lhe trazia esse tipo de coisa, ela tratava de passar para o próximo.

A garota deu as costas e se retirou da arena, sendo acompanhada com o olhar por Forrest, que tocava os lábios enquanto tinha um sorrisinho patético em seu rosto.

Joey foi atrás da moça nos camarins. A garota acabou humilhando-o, xingando-o de todos os nomes que conhecia, além de terminar seu breve relacionamento com o rapaz. Ela alegava “falta de interesse”, enquanto ele tentava argumentar que “os dois eram mais fortes quando estavam juntos”.

Lyra bufou e deu um tapa na cara do rapaz, indo embora em seguida.

***

A Equipe Rocket invadiu a Torre de Rádio de Goldenrod logo após a conclusão do Torneio Pokémon de Caça aos Insetos. Ao chegar ao local, Lyra percebeu Ethan, Amy, Forrest e um treinador montado em Charizard entrarem no prédio lendário. Não pensou duas vezes e correu para segui-los, mas deparou-se com membros da organização correndo do interior.

— Olha, mais aliados do Red! — um dos capangas Rocket anunciou ao ver Lyra aproximando-se.
— Eu não acredito que estamos correndo de pivetes malditos... — xingou um outro.
— Ela está sozinha, vamos descontar nela! — sugeriu uma terceira.

Em um piscar de olhos, Lyra se viu cercada por homens e mulheres da Equipe Rocket armados com PokéBolas. A garota não pareceu temê-los.

— Por favor, como se um bando de fracassados como vocês pudessem derrubar uma doce e linda garotinha como eu. Elekid, ThunderShock!

O Pokémon que Lyra havia capturado pouco antes de chegar à Goldenrod saiu de sua PokéBola tão rápido quanto o ego da garota era capaz de subir.

Eletrocutados, os agentes da Equipe Rocket não puderam sequer reagir, paralisados no chão. A garota correu em direção à torre procurando alcançar os garotos.

***


Shuckle e Heracross encaravam os oponentes sem demonstrar medo algum. O experiente Rhyhorn passava segurança para os novatos.

Para auxiliar Quilava, Sandshrew e Scyther dominaram o campo de batalha. Pareciam que eram os líderes do local que estavam prestes a enfrentar a gangue rival que invadiu a sua área.

— Não acredito que vocês iam me deixar fora dessa... — uma voz ressoou pela sala.

Lyra caminhou em direção aos garotos com três PokéBolas em mãos. Seus três escolhidos pareciam Pokémon com comportamento bastante duvidoso, como se sentissem os antigos reis do Egito. Herdaram da treinadora o jeito metido de andar, com os focinhos empinados, demonstrando segurança e dominância no local.

Ethan sorriu para a garota.

— Acho que chegou a integrante que faltava no nosso exército.
— Me chame de capitã — disse a garota, retribuindo um sorriso metido.

Bayleef, Azumarill e Furret encararam seus oponentes com olhares mortais.

Os Rockets atacaram. Seus grandes Pokémon atacavam juntos e suas defesas eram quase impenetráveis. Começou um grande falatório, onde os dois lados se atacavam, gritando golpes e explosões aconteciam. Os Pokémon se enfrentavam como se aquela fosse a última batalha de suas vidas, como se elas dependessem disso. Cada Pokémon lutava pela honra de seu treinador. Eles só parariam quando o último oponente fosse derrotado.

Sandstorm! — berrou um dos Rockets ao imponente Tyranitar.

O Pokémon ergueu os braços e deu um rugido tão grande que poderia ser ouvido há quilômetros. O chão começou a tremer e uma cratera apareceu quando uma massa enorme de areia passou por ele. A areia espalhou-se pela sala e parcialmente cegou os treinadores e Pokémon. A maioria dos Pokémon em batalha era atingida pela areia. Sandshrew, Rhyhorn, Shuckle e o próprio Tyranitar pareciam não sentir nada.

— Como se isso fosse atrapalhar alguma coisa. Scyther, Wing Attack! Quilava, Ember!  Sand, Swift!
— Rhyhorn, Rock Blast! Shuckle, Bide! Heracross, Brick Break!
— Mega, Magical Leaf! Blue, BubbleBeam! Ota, Fury Attack!

Os Rockets também ordenavam ataques simultaneamente.

— Tyranitar, Dark Pulse!
— Kabutops, Aqua Jet!
— Muk, Mud Bomb!

Foi uma bagunça. Rhyhorn quebrava o chão para arremessar pedras nos oponentes enquanto Muk arremessava pedaços de seu corpo tóxico. Tyranitar atingiu Shuckle que resistiu bravamente devido à sua defesa de ferro e Heracross atingia o crânio do monstruoso Pokémon com um golpe super-efetivo, deixando Tyranitar tonto. Blue, a Azumarill e Mega, a Bayleef concentravam seus golpes em Kabutops ao mesmo tempo em que Quilava (que havia, ao invés de soltar o Ember, envolvido seu corpo em uma roda flamejante – Flame Wheel), seu parceiro Sandshrew, Scyther e Ota, o Furret derrubavam os outros Pokémon que estavam no campo de batalha, como os Ekans, os Koffing e também vários Zubat.

Uma explosão gerada pelos golpes que eram atingidos ao mesmo tempo gerava uma enorme nuvem de fumaça. Ethan, Lyra e Forrest suavam enquanto seus Pokémon resistiam bravamente. Tyranitar, que havia sido criticamente atingido por Heracross, cambaleou para trás quando Shuckle devolveu com gosto o dobro do dano que a criatura havia causado nele com o Dark Pulse, devido à técnica Bide.

Ethan olhou para Forrest e Lyra avisando que iria acabar com aquilo naquele instante. Os dois acenaram com a cabeça e olharam para seus Pokémon.

— Sandshrew, Dig!
— Rhyhorn, Stomp no chão, agora!
— Mega, Grass Knot!

Sandshrew cavou um buraco no chão, abalando toda a estrutura do andar.

Rhyhorn auxiliou na destruição jogando todo o peso de seu corpo para baixo.

Mega, a Bayleef prendeu as patas dos oponentes, impedindo-os de fugir.

Todos começaram a sentir um repentino tremor. Um terremoto chacoalhou toda a estrutura do prédio e o chão partiu-se em dois, quatro, oito, dezesseis pedaços. Uma enorme cratera abriu-se e todos que estavam ali naquele andar começaram a cair em queda livre aqueles sete andares até o solo.

Vine Whip! — Exclamou Lyra.

Bayleef, com os cipós em seu pescoço, agarrou-se em uma das pilastras do andar de cima, firmemente presa. Ethan subia novamente em direção ao topo graças à Scyther, que voava com o garoto, enquanto Heracross levava Forrest. Os dois retornavam seus Pokémon rapidamente enquanto voavam.

O poder da gravidade fez Bayleef pegar impulso em uma das paredes dos andares abaixo que já não existiam mais e se lançar para o alto, levando Lyra consigo. Em um último movimento, a garota se jogou das costas de Bayleef e rumou para baixo, recolhendo Azumarill e Sentret, que estavam em queda livre. A garota só não alcançou o chão porque sua cintura foi agarrada pelos cipós de Bayleef, que a conduziu de volta para cima.

Lyra, Ethan e Forrest voltaram a se reunir após recolherem seus Pokémon. Juntos, avançaram pelos escombros com cuidado para não cair novamente no imenso buraco no meio da sala e dirigiram-se até a saída de emergência, onde havia escadas que davam para os demais andares, tanto inferiores quanto superiores. O destino do trio era justamente procurar Amy, que havia sumido para procurar a Equipe Rocket.

O trio correu por dois acessos de escada e adentraram na sala onde Red, Amy e grande parte dos Rockets se encontravam localizados. Estavam suados, roupas arregaçadas, arfavam muito, mas tinham um sorriso inabalável. Um sorriso confiante.

Lyra, no entanto, exclamou baixinho ao encontrar de novo com o garoto do Centro Pokémon de dias atrás. Seu coração palpitou mais do que o convencional e ela fechou os punhos com força e por um momento pareceu hesitar. Nunca antes uma batalha pareceu mexer tanto com seu emocional. O porquê ela não sabia.

Ethan deu um passo à frente e apontou para Silver com o indicador.

— A gente deu um jeito em uns carinhas pau-mandados de vocês. Eu não sabia que vocês eram tão fracos.

Silver levantou-se.

— E não somos. Então quer dizer que a Amy trouxe toda a sua trupe de treinadores trouxas que a protegem junto com ela... Fico surpreso que vocês tenham chegado até aqui intactos... Eu me surpreendi.

Archer agora era quem aproximava-se curioso daquele grupo infame.

— Por que vocês estão protegendo ela? Se ela virou as costas até para a Equipe Rocket quando fazia parte dela, eu imagino que não vai faltar muito pra ela se virar contra vocês também.

Ethan e Forrest encararam a garota surpreso. Red não se manifestara.

Amy engoliu o riso. No entanto, não se dirigiu à Red, Ethan ou Forrest.

— Vocês são tão panacas que adoram reviver o passado. É por isso que vivem atrás do Celebi... Mas vamos acabar com isso — a garota sacou uma PokéBola. — Primeape, é com você.

O Pokémon de Amy encarou os velhos conhecidos. Mas ele mesmo sabia que eles queriam fazer coisas ruins com a sua treinadora e ele não podia deixar.

Ethan caminhou e foi parar ao lado de Amy.

— Eu não ligo. Eu não ligo se ela virou as costas pra vocês. Eu não ligo se ela pertenceu ou não à Equipe Rocket. Vocês são nojentos. Eu imagino que eu faria o mesmo no lugar dela — o garoto ergueu uma PokéBola para frente. — Quilava.

Um brilho intenso iluminou a sala quando Quilava marcou presença ativando as chamas em suas costas. Encarava seus oponentes com um olhar sombrio.

Rhyhorn e Azumarill tomavam a frente. Cinco ferozes Pokémon encaravam a Equipe Rocket de forma assustadora. Porém, nenhum dos executivos ou agentes demonstravam ter medo. Pareciam apenas aguardar alguma coisa.

O rádio no bolso de Petrel deu a resposta. A voz grave de Giovanni ressoou.

— Está feito. Avançar.

As paredes da sala explodiram. Uma grande nuvem de fumaça tomou conta do lugar. Os membros Rocket fugiam dali por várias saídas improvisadas da explosão. O prédio fora totalmente esvaziado.

Red fez menção em segui-los, mas Amy segurou com força em seu braço. Apontou para os reféns presentes na sala. O garoto entendera.

A polícia chegou minutos depois, mas não conseguira deter nenhum dos agentes. Os reféns foram levados ao Centro Pokémon para serem curados enquanto Red, Amy, Ethan, Lyra e Forrest permaneciam sentados em uma calçada do outro lado da rua onde ficava o prédio, agora destruído, da Torre de Rádio.

— Você sabe que eles ainda não desistiram, não é? — Perguntou Red à Amy.

A garota suspirou.

— Eles nunca desistem.

Ethan, que permanecia calado, se virou para a garota.

— Então quer dizer que você era agente da Equipe Rocket, aquela PokéBola bizarra que você carrega consigo pra cima e pra baixo contém um Pokémon lendário e agora nós estamos sendo perseguidos pela máfia?

Amy ficou em silêncio por alguns segundos, mas, sem olhar para o garoto, respondeu.

— Sim.

A garota levantou.

— Obrigada por vocês terem viajado comigo todo esse tempo. Eu não vou mais atrapalhar.

Forrest soltou uma exclamação.

— Mas como assim?!
— Eu vou seguir viagem sozinha.

Foi a vez de Ethan se levantar e encarar Amy com um olhar sério.

— Escuta aqui. Eu nunca vou deixar você sair por aí sozinha, me ouviu bem? Cê tá maluca? Quer morrer? Você vai continuar seguindo viagem com a gente!

Amy olhou zangada.

— Você não manda em mim.
— Você tem razão. Mas eu tenho atitude o suficiente pra falar isso pra você. Eu te sigo até o Polo Norte se você insistir nessa maluquice.

Os dois se encararam de forma intensa. No entanto, Amy acabou cedendo.

— Está bem então. Mas saibam que vocês vão precisar se fortalecer muito para a próxima batalha contra eles.
— Não é problema. Temos o cara mais poderoso do continente seguindo a gente. A retaguarda tá protegida. — Sorriu Ethan.
— Não se preocupe. A gente dá conta. — Disse Forrest.

Red também sorriu.

— É, gatinha... Acho que você tá em boas mãos. E a propósito, adorei o gosto do seu batom. Morango, né? Mas eu adoro uva. Fica a dica pra próxima vez.

Charizard fora convocado da PokéBola. Red o montou e decolou rumo ao horizonte.

Lyra suspirou.

— Vocês só causam problemas... Eu vou seguindo pra Cidade de Ecruteak. A gente se vê.

A garota deu as costas e foi andando pelo caminho que dava à Rota 36, que seguia para a próxima cidade.

Ela se aproximava da saída de Goldenrod quando viu Silver de relance. Os cabelos vermelhos não traziam qualquer dúvida. A palpitação em seu peito voltou a incomodar, com um frio na barriga que ela nunca havia sentido antes. Ela podia dar meia-volta e chamar a polícia, que permanecia ainda a alguns bons metros de onde ela estava agora.

Por algum motivo estranho, Silver sabia que ela não faria isso. Ele não conseguia desviar os olhos da garota e sentia sua respiração ficar cada vez mais pesada. A sensação hipnótica e eletrizante que ele sentia ao encará-la começou a aflorar ainda na torre, quando ele a viu entrar pela porta. Ela era poderosa, utilizava seus Pokémon muito bem. Apesar de aparentemente ser aliada de Amy, não era repulsa que ele sentia por ela. Na verdade, ele não sabia o que sentia por aquela desconhecida.

E ela não sabia o que era aquilo que sentia por aquele ladrão.

Silver não se moveu quando viu Lyra se aproximar. Nenhum deles tinha controle sobre o próprio corpo. As pernas dele não se moviam, paralisadas. As dela caminhavam sozinhas na direção do ruivo, sem ordens dela, quase inconscientemente. Os olhos dos dois não piscavam, como se tivessem medo de, ainda que por um milésimo de segundo, perder de vista o que enxergavam.

O ruivo não conseguia dizer uma única palavra. Sua garganta, seca, impedia que a boca emitisse qualquer tipo de som exceto pelo balbuciar dos lábios do rapaz.

— Seu nome... É Silver, não é? — as palavras escaparam da boca de Lyra sem que ela tenha pensado em dizê-las.

Silver deu alguns passos para trás, sem tirar os olhos fixados na garota.

— Fique longe de mim. Por favor, fique longe de mim.
— Mas eu não... Eu não quero te fazer mal. Eu não vou contar pra ninguém que você roubou o laboratório do meu tio, eu só... — ela hesitou.
— Por favor, fique longe.

O garoto novamente conseguiu forças para virar o rosto e quebrar a hipnose causada sobre ele por Lyra. Virando as costas, sumiu por entre as árvores do bosque que dava início à Rota 36. Ela, ainda em transe, só conseguiu ver Silver se afastar para cada vez mais distante até perdê-lo completamente de vista, mais uma vez.

— O que é que eu estou fazendo...? — disse ela para si mesma.

***

Março ainda estava em seus primeiros dias quando Lyra entrou pela primeira vez em Ecruteak. Sua jornada Pokémon começou a perder a graça, ela já não encontrava mais motivações para continuar treinando Pokémon. Nem mesmo a recente evolução de seu Ekans, um pouco antes do previsto, a deixou animada. Desde o último encontro com Silver há algumas semanas, ela havia mudado. O ruivo não saia de seus pensamentos e, por mais que ela odiasse admitir por sempre ter tido medo desse tipo de coisa, ela resolveu assumir que, por algum estranho motivo, estava apaixonada por ele. O destino havia aprontado e feito com que ela sofresse do mesmo mal que causava a outros garotos, como Joey e mais recentemente, Forrest.

Perdida em pensamentos, nem reparou quando, ao aproximar-se da entrada do Centro Pokémon, três conhecidos deram de cara com ela.

— Lyra! O que faz aqui?! — Perguntou Ethan surpreso.
— Tentando ganhar minha quinta insígnia — respondeu a garota indiferente.
— Caramba, incrível! Cinco insígnias?! — questionou o rapaz impressionado.
— É. A última foi na Cidade de Olivine — Lyra dirigiu-se até o balcão, ignorando aquele trio.

Forrest aproximou-se da garota com a intenção de beijá-la. Lyra virou o rosto.

O moreno ficou sem graça e afastou-se.

As portas do hospital abriu-se novamente. Red aproximava-se com Pikachu em um dos ombros chamando a atenção de todos. Amy fez uma cara de quem não gostou da surpresa.

— Olá a todos. — Cumprimentou.
— Red? Você também está por aqui? — Questionou Ethan surpreso.
— O que você quer, Red? Veio encher outra vez? — Perguntou Amy de forma agressiva
— Boa tarde para a senhorita também. Nem vim encher. Fiquei sabendo que a Equipe Rocket está aprontando em Ecruteak e vim investigar. — Falou o garoto.
— Equipe Rocket? — Perguntou Lyra.
— Sim. Uma organização criminosa que rouba Pokémon para vendê-los no mercado negro por um preço muito alto. — Explicou Red.
— É... Eu ouvi falar deles na minha viagem... Eles são tão maus assim? — Perguntou Lyra.
— É a maior facção existente atualmente. Eles roubam Pokémon e não hesitam em matar para conseguir seu objetivo. — Disse Red.

Lyra arrepiou-se.

Será que foi por isso que Silver pediu para que eu me afastasse dele? Mas não faz sentido...”, pensava ela.

— Você disse que a Equipe Rocket está em Ecruteak? — Perguntou Forrest interessado.
— Ah, sim. Eu tive uma impressão sobre isso e obtive a informação posteriormente. Então, estou indo checar. Você não sabe de nada, não é, Amy? — Perguntou Red sério.
— Não te interessa. O que eu fiz ou deixei de fazer não interessa a ninguém. — Disse a garota, ríspida.
— Certo, certo, não vamos brigar. Vamos para Ecruteak. Se a Equipe Rocket estiver mesmo lá, podemos ajudar você, Red. — Disse Forrest.
— Não tem problema eu ir com vocês, tem? — Perguntou Lyra.

Red encarou Amy.

— Não. Na verdade, quanto mais pessoas forem, melhor.

***

Red guiou o grupo para a Torre do Sino onde a Equipe Rocket ocupava o topo. A polícia já cercava o local e tentava fazer os curiosos não se aproximarem da entrada da torre. Oficial Jenny, com um alto-falante, tentava fazer com que a Equipe Rocket se rendesse.

— Vocês estão cercados! Não têm para onde ir! Se retirem da torre agora, Equipe Rocket! — gritava ela.

Segundos depois, um Pokémon roxo com duas cabeças que soltava fumaça tóxica por buracos em seu corpo começou a cair da Torre.  Uma espécie de Pokémon Morcego, com uma mandíbula enorme e uma língua gosmenta que pendia para o lado de fora de sua boca voava na frente de Weezing soltando um raio quase imperceptível a olho nu na multidão ao pé da Torre.

Jenny sentiu uma forte enxaqueca repentina. O Confusion Ray, misturado com o tóxico Smokescreen, a fez ficar tonta e, segundos depois, desmaiar. A mesma coisa aconteceu com o público que fazia prontidão.

Enquanto Weezing e Golbat atacavam a cidade, o grupo liderado por Red chegava à torre. Ao olharem para cima, viram os agentes Rockets monitorando tudo das janelas e correram para a entrada do local.

— Com aqueles dois atacando vai ser difícil invadir a Torre... — analisou Red.

Amy olhou para o helicóptero pousado nas proximidades. Ela sabia que apenas um membro Rocket usava helicópteros para se locomover. E ele estava dentro da Torre.

A garota saiu correndo sacando uma PokéBola da bolsa.

— Amy, não vá! — gritou Ethan.
— Vai, Gyarados! Hyper Beam! — disse a garota sacando a PokéBola.

Gyarados soltou um poderoso raio da boca atingindo Golbat e Weezing nocauteando-os. O raio atingiu uma das paredes da torre, demolindo-a e fazendo-a tremer.

Ethan e Lyra saíram correndo atrás da garota, desviando dos capangas da Equipe Rocket e de pedaços da estrutura do prédio que caíam sob suas cabeças. Alcançando as escadas que levavam aos andares superiores, os dois corriam pulando degraus para alcançarem mais rápido cada piso dos andares. Ethan só pensava em proteger Amy e Lyra se perguntou por um instante se Silver estaria no topo da torre.

— Amy! — chamou a voz de Ethan.

O garoto, seguido de Lyra, alcançava o patamar de escadas onde a conversa se desenrolava.

— Ethan! O que faz aqui? Por que me seguiu? — Amy ficava cada vez mais irritada.
— Sinto muito, mas não acho que você seja capaz de chutar o traseiro desses idiotas aí sozinha. Viemos auxiliar.
— Vocês não podem enfrentá-los! Saiam já daqui! — aquelas palavras saíram em um berro só.
— Eu não vou embora sem você, Amy. Flaaffy, vai! — Ethan jogou uma PokéBola.
— Vai, Elekid! — Lyra também arremessou uma PokéBola.
— Tch. Eu não tenho tempo para brincadeiras — disse Amy voltando seus olhos para cima.

A garota retornou Gyarados e pulou para frente. Archer e Ariana não conseguiram pegá-la.

— Vocês vão se arrepender por nos atrapalhar... Arbok! — Ariana arremessou uma PokéBola, sendo seguida por Archer.
— Elekid!
— Flaaffy!
ThunderShock! — bradaram os dois simultaneamente.

Os dois Pokémon combinaram seus golpes e um poderoso choque elétrico foi disparado na direção dos Rockets. Arbok e Houndoom imediatamente jogaram-se na frente de seus mestres e receberam o ataque. Apesar de saírem machucados, ambos os Pokémon encararam seus oponentes com um olhar maligno.

— Vamos ensinar as crianças que não se deve nunca se meter em assuntos de adulto. Beliel, Fire Fang.
— Arbok, Crunch!

Os dois Pokémon dispararam com violência na direção dos oponentes. Arbok abriu sua bocarra e envolveu o corpo de Flaaffy com uma mordida poderosa. O Crunch fez a Pokémon de Ethan soltar um grito de dor enquanto Beliel atingia Elekid com outra mordida, dessa vez flamejante. Suas presas ardiam em fogo ardente e o Pokémon de Lyra sentia não só sua pele ser quase estraçalhada pelos dentes afiados do Houndoom, mas também ser queimada em brasa, o que com certeza traria uma cicatriz eternamente gravada no Pokémon como uma tatuagem.

— Flaaffy, você está bem?! — exclamou Ethan ao Pokémon, que, apesar de sentir o corpo dolorido, acenou positivamente a cabeça. — Ótimo! Detone tudo com ThunderShock de novo!
— Elekid, Low Kick!

Elekid avançou diretamente contra Beliel, dando-lhe um chute na barriga enquanto Flaaffy disparou seu poderoso golpe elétrico em Arbok, que sentiu seu corpo paralisar. Ethan e Lyra vibraram, a garota sentiu-se novamente feliz por aquele momento. Talvez ela estivesse recuperando seu fogo por batalhas. Até se esquecera de Silver por alguns instantes.

Archer quebrou o clima alegre com uma risada maligna.

— Hahahaha, as crianças fizeram vinte pontos, Ariana! Fantástico, fantástico! Infelizmente... — o executivo mudou o tom de voz para um sussurro macabro. — ...chegou a hora das crianças dormirem. Beliel, Faint Attack.
— Arbok, Glare!

Os olhos de Arbok brilharam em um tom avermelhado. Ethan, Lyra e seus Pokémon paralisaram de medo ao sentirem-se penetrados pelo olhar da serpente, preparada para dar um bote certeiro e fatal. Houndoom correu para frente e desapareceu num piscar de olhos. Surgiu como uma sombra nas costas dos oponentes e, com suas garras, derrubou-os no chão, nocauteando Flaaffy e Elekid imediatamente.

Uma explosão imensa do lado de fora do prédio, fazendo-o tremer completamente. Lyra e Ethan já estavam semi-nocauteados no chão, junto a Flaaffy e Elekid, que já estavam desmaiados. Ariana e Archer venceram rapidamente a batalha e torturavam os garotos. A torre começou a desmoronar e Ariana, com ajuda de Archer, corria para se salvar, deixando Ethan e Lyra no chão, sem forças para se proteger dos escombros que caiam sobre eles.

As chamas do lado de fora eram fortes. Ardiam como nunca. A Torre do Sino sofria do mesmo castigo de sua irmã, séculos atrás. O helicóptero veio ao chão e capangas da Equipe Rocket tentavam apagar o fogo que o consumia de forma voraz. Havia um risco muito grande de haver uma nova explosão devido o tanque de combustível da aeronave estar cheio.

Ariana e Archer chegaram do lado de fora da Torre. Membros da Equipe Rocket berravam e tinham uma expressão de pavor no rosto. Ariana dirigiu-se à Petrel que estava metros de distância do helicóptero, imóvel como uma estátua vendo os destroços do helicóptero.

— Ele estava lá... — Disse apenas.

Ariana começou a chorar. Olhou para cima e viu o semblante de Amy olhando para o estrago que havia causado.

— RETIRADA! — Berrou Silver, com seus olhos inchados e vermelhos.

Os membros da Equipe Rocket não queriam sair de perto do helicóptero onde Giovanni jazia morto.

— EU MANDEI RETIRAREM-SE! AGORA! — O ruivo berrou de novo.

Os Rocket entraram na van preta e os executivos no helicóptero que estava na praça da cidade, partindo em seguida.

O helicóptero em chamas explodiu, fazendo a Torre do Sino, aos poucos, vir ao chão. Giovanni, o grande líder da Equipe Rocket havia sido assassinado. Amy estava vingada.

Ethan e Lyra, quase inconscientes, engasgavam-se com a fumaça preta do incêndio da Torre. Amy permanecia no topo da mesma enquanto Forrest encontrava-se perdido no meio da confusão, não estando ciente de que seus amigos encontravam-se em perigo. Red havia desaparecido.

Eles caíram inconscientes e não perceberam quando foram resgatados.

***

Lyra acordou após alguns dias no quarto da UTI do Centro Pokémon com Forrest ao lado de sua cama. E ainda que ela soubesse o quanto o moreno gostava dela, e que naquele momento o fato de ele estar ali só comprovava isso, a garota sabia que não era ele quem ela queria que estivesse ali.

— Por favor, me deixe sozinha.

Forrest ergueu as sobrancelhas, surpreso.

— Mas eu...
— Por favor — repetiu Lyra com mais firmeza.

O garoto abaixou a cabeça e fechou os punhos. Atendendo ao pedido da garota, retirou-se do quarto.

***

Após alguns dias, Forrest e Lyra aguardavam do lado de fora do quarto onde estava Ethan no Centro Pokémon. O garoto estava internado há três semanas devido aos acontecimentos ocorridos na Torre do Sino. O silêncio entre os dois era constrangedor. Lyra, concentrada em seu PokéGear, não puxava assunto e Forrest estava tão sem graça que havia perdido a habilidade de falar.

Vez em quando, o moreno olhava a garota com um olhar de súplica, tentando fazer com que Lyra dissesse o que estava acontecendo. Afinal, ela estava tratando-o diferente do que costumava.

Foi quando ela levantou-se abruptamente e dirigiu a palavra à Forrest pela primeira vez.

— Chegou a nossa vez de entrar no quarto — disse sem fazer contato visual. Forrest a seguiu.

A porta fora aberta. Os dois entraram no quarto e viram Ethan e Amy sozinhos e o garoto fazendo uma careta estranha. Forrest ficou com uma expressão de dúvida.

— Atrapalho alguma coisa? — Perguntou.
— Não. Estava vendo se o Ethan estava bem. E está muito bem. Até melhor do que era. — Sorriu Amy.

Lyra olhou para o garoto.

— Não morra, Ethan. Você será meu oponente na Liga Pokémon, até lá, mantenha-se vivo.

Lyra saiu do quarto tão rápido quanto entrou. Forrest ficou encarando a porta por onde ela saiu com a esperança de vê-la voltar.

Ela se retirou do Centro Pokémon e caminhou para a saída de Ecruteak.

— Liga Pokémon... — suspirou Lyra, perdida em pensamentos, enquanto olhava no horizonte o que restava da Torre do Sino.

Um barulho próximo chamou a atenção da garota. Um gemido baixinho em um soluço abafado que Lyra não sabia de onde vinha, mas tinha a certeza de ser um choro. De um Pokémon, talvez? Ela deu de ombros e continuou sua caminhada em direção à saída da cidade.

Mas os soluços abafados continuavam a incomodá-la.

— Ok, pode ser algo importante... Ainda que eu não tenha nada a ver com isso.

Deixando-se guiar pelo som, Lyra entrou no bosque que contornava toda a Rota 38 e os arredores de Ecruteak, terminando em um lindo jardim que se encerrava atrás das torres gêmeas da cidade. A garota soltou uma exclamação audível ao ver Silver sentado no chão, encostado em um dos troncos das centenas de árvores espalhadas abraçado às duas pernas, com a cabeça apoiada nos joelhos, chorando copiosamente.

Lyra perdeu o ar como se tivesse levado um soco no estômago. Ela não fez questão nenhuma de ocultar sua presença, e nem poderia, visto que arrastava os pés no chão. Ela só queria chegar perto dele.

Silver olhou para trás e a viu se aproximando. Ele ergueu as sobrancelhas em total espanto e fez menção de se levantar, mas Lyra correu para abraçá-lo.

— Por favor, não vá embora de novo...
— Eu não sei o que fazer... Eu não consigo sair daqui. Meu pai morreu e eu não pude nem me despedir dele... — Silver continuava a colocar sua frustração para fora em forma de lágrimas e soluços.

Lyra o abraçou carinhosamente, abrigando-o em seus braços e envolvendo-o em ternura.

— Eu prometo que nunca mais vou deixar nada de ruim acontecer com você.

A tarde continuou a passar. Silver continuou a se permitir ser envolvido pelo abraço de Lyra assim como ela se permitiu ser abrigo de cada soluço que rasgava o peito do ruivo.


A dor de um coração só pode ser curada por um amor bem maior que ela.




{ 19 comentários... read them below or Comment }

  1. Yo Dentoooo

    Que capítulo hein cara?Gostei bastante desse "capítulo da Lyra",muita coisa começa a fazer mais sentido,mas ainda tenho dúvidas,mistérios para serem resolvidos,mas isso significa que ainda temos muito para teorizar :v

    Cara,esse capítulo me deixou bem nostálgico,acredito que rever momentos da história,mesmo que por outra visão,me deixou assim,e cara,como eu gosto de AeJ,é tão bom rever esses pontos desde o comecinho com o roubo do Totodile até agora,mas vou deixar de nostalgia e ir para meus comentários :v

    Agora a relação do Silver e da Lyra faz mais sentido,tantas coisas aconteceram fora da jornada de nosso trio,gostei do desenvolvimento da Lyra,mesmo que ela só ignore o coitado do Forrest,ele só leva fora huahsuahsuas

    E tivemos Kayla,por um breve momento mas tivemos,certeza que o Killer deve ter ficado super feliz com a aparição dela huehuehueheu,falando no Killer,de AeK pra AeJ ocorre uma inversão de papéis né?O Red era o cara que só se lascava e o Gary era forte,agora o Red ficou monstro e o Gary é encontrado jogado pelas ruas huahsuahsuas

    Algo que eu notei foi que tivemos um Houndoom chamado Beliel,seria esse o futuro houndoom da Fire Tales,e a cegueira dele foi na verdade causada pelo Elekid da Lyra como vingança por sua cicatriz?

    E a Lyra arrasa corações né?Foram três, até agora,mas ela parece não querer alguém que não seja o Silver e isso é perceptível pela forma que ela trata o menino Forrest

    Também gostei do Joey,e da personalidade dele,ele não era um dos meus favoritos antes da zueira da ratatta,mas agora gosto mais dele :v

    "A dor de um coração só pode ser curada por um amor bem maior que ela."
    Agora eu entendi essa frase e o que ela significava,mas isso é meio perigoso,se algo acontecer com esse "amor bem maior que ela" o Silver vai ficar pior do que antes,e isso pode ser um problema bem grande

    Por hoje é só pessoal

    See Ya

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    1. Yo, Dark!

      Fico feliz que você tenha curtido!

      Eu não podia começar Mente de Cristal se não explicando o que aconteceu no final de Alma de Prata. E não podia explicar o final de Alma de Prata sem passar por Coração de Ouro. Sempre escrevi AeJ pensando em fazer um roteiro que fosse se amarrando aos poucos. Vez em quando, é sempre bom reviver esses (e certos) momentos pra relembrar de detalhes que a gente pode acabar perdendo. E focar na Lyra e no Silver nesse capítulo foi um modo de dizer que as pistas sempre estiveram por aí, mas que com o passar do tempo, vocês acabaram esquecendo. Eu avisei... KKKK

      Sim! Até a aparição da Kayla e os amigos teve, pra não dizer que não falei das flores. Talvez esse tenha sido o único arco que eles apareceram na história inteira. Eu tinha muito o que fazer com eles, mas eles acabaram sumindo. Tomara que AeJ permita no futuro que eles ressurjam novamente. ♥

      Sobre o Beliel: Será? Será? Os próximos capítulos dirão.

      Joey é o protagonista de todas as histórias da Aliança. O resto dos personagens é apenas coadjuvante da grande história dele. Ele é o guardião da timeline.

      Bem... Os problemas só estão começando. E agora com a lenha na fogueira, essas tretas todas só tendem a ficar ainda pior. Vamos ver o desenrolar disso tudo...

      Espero que continue se surpreendendo!

      See ya!

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  2. Mano Dento, você quer que eu fique sem saber o que dizer do capítulo?

    Amigo, nem consigo falar muito, o que eu posso dizer é que tem dois pontos principais neste capítulo.

    Ponto 1:
    Esse capítulo está recortando capítulos das duas temporadas anteriores na visão de Lyra, com novas informações adicionadas e alguns extras, o que leva ao...

    Ponto 2:

    Esse capítulo é um prelúdio para algo maior.

    No mais, vou voltar ali pra perto do começo do capítulo, uma coisa que me chamou atenção, o corpo do Gary jogado por aí. Mano, eu nem lembrava disso, sério. Aí eu comecei a fazer aqui as teorias aqui na cachola. Outra coisa que não lembrava é que o Beliel era de um dos Adm. Rocket, foi legal ver isso de novo.

    Agora eu vou dizer que, pois então, um capítulo desses não sacia curiosidade, só aumenta, então tipo, eu tô hypado, então manda LOGO A P*RRA DO CAPÍTULO SEGUINTE!

    Obrigado desde já,
    de seu fã e miguxinho,
    Sir Naponielli

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    1. Yo, Sir!

      Fico feliz demais que você tenha curtido!

      Seus pontos estão corretos. Antes de iniciar a última saga de Ethan, Amy e Forrest, por que não retomar do começo? Acho que muitas respostas que Mente de Cristal terá têm perguntas que pairam a história há muito, muito tempo. Algo maior está vindo e eu espero sinceramente conseguir surpreender você. Prepare as teorias conspiratórias, você vai precisar delas.

      Espero que continue se surpreendendo!

      See ya!

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  3. Foi dada a largada para a terceira e última temporada do Aventuras em Johto! Poucos chegaram na segunda, e o número é ainda menor na terceira. Já pode rebootar tudo? kkkkkk Quem diria, Sr. Dento, você começou a caminhada para a etapa final de sua história voltando exatamente para o passado. Esse interlúdio voltado para a Lyra foi muito bem posicionado, primeiro porque ele consegue dar uma introdução para todas aquelas reviravoltas que aconteceram no Capítulo 50, é bom dar um tempo para respirarmos antes de jogar mais um monte de informações nos leitores, porque sabemos que vai vir muita pancadaria kkk Quando se volta de uma pausa, eu gosto de colocar o pé no freio e ir retomando aos poucos, você cumpriu bem essa tarefa. A Lyra consegue entrelaçar os dois lados da história: o do trio principal e o dos Rockets. E de quebra, resolvemos aquele mistério WTF que ficou do relacionamento entre ela e o Silver kkkkkk

    Você foi aos poucos trazendo pequenos flashes do que aconteceu desde os primeiros capítulos, mas com a visão de outra pessoa que só acrescenta à trama original. E isso é maravilhoso! Uma verdadeira introdução para a temporada final. A Lyra é uma personagem muito bacana, gosto da forma provocativa como ela lidou com o Joey e como de alguma forma se sentiu ligada ao destino de Silver (Alma de Prata e os fios do destino atacam de novo). "A dor de um coração só pode ser curada por um amor bem maior que ela", profundo demais cara, bonito, poético, e mais incrível é pensar na linha de raciocínio desses seus leitores (Grovy, estou olhando para você haha), será que esse amor todo pelo Silver poderá ser a sina dela?

    Só tenho a agradecer por ter tido a chance de ver o Beliel dando as caras em seus primórdios, a Aliança Aventuras realmente se escreve sozinha, parece que tudo foi planejado! (E foi mesmo haha) E pra finalizar, eu adoro essas transições onde a imagem do "Capítulo Anterior" ainda é o símbolo do Lugia, mas o do "Próximo Capítulo" já trará a imagem do Suicune kkkk É, meu caro, você chegou até aqui e com louvor! Vá em frente e não pare mais.

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    1. Yo, Canas!

      Rebootar ainda está nos planos! Heheh

      Fico feliz que você tenha curtido! Iniciar uma temporada é sempre complexo, visto que é necessário buscar evoluir de uma temporada pra outra. Aconteceu em Coração de Ouro pra Alma de Prata e espero que aconteça de Alma de Prata pra Mente de Cristal também... (Re)começar relembrando alguns momentos da história serviu pra eu também me lembrar de como eu gosto de escrever AeJ e como me esforço a cada capítulo pra mostrar isso. AeJ não é uma história linear, sempre busquei mostrar que outros personagens, além de Ethan, Amy e Forrest, também vivem em suas jornadas e a Lyra é um grande exemplo disso. Mostrar que ela trilhou seu próprio caminho sem depender de Ethan era algo que eu já pensava em fazer tem tempo, mas que só agora eu pude me dedicar a isso. E como AeJ é uma caixinha de surpresas até pra mim, fico feliz em ver que a recepção foi tão boa. ♥

      Beliel é mais uma vez uma homenagem à AeS, que tanto inspirou AeJ. E eu, como o louco das timelines, sempre dou um jeito de explicar coisas hoje inexplicáveis lá em Sinnoh. Detalhes esquecidos que eu sempre fiquei de olho e que agora eu posso linkar aqui, da minha maneira. Espero estar fazendo um bom trabalho com tantas referências. Ainda mais com o Beliel, que é um personagem tão importante nos Fire Tales. Se tudo sair conforme o planejado, logo menos a gente vai ficar sabendo o motivo das coisas serem em Sinnoh do jeito que são.

      Espero que você continue se surpreendendo! Obrigado por todo apoio durante todo esse tempo, você foi fundamental para que hoje eu possa estar dando esse primeiro passo em Mente de Cristal. ♥

      See ya!

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  4. Joelma demonstrando ainda mais sua masculinidade.


    Agora sim a situação está a ficar interessante para os conflitos de identidade de género que Joey está a sofrer intensamente neste momento. E todo o drama ao redor de nossos herois.
    O que será feito da personagem e suas esferomonas nos capítulos seguintes? Resta esperar para ver. Em breve no Aventuras em Johto, Joey, o personagem mais misterioso e carismático, irá revelar ao mundo se nasceu menino ou se realmente era uma menina? Será que Ethan aguentará toda a pressão de ter um novo interesse amoroso em vista? Será que Lyra irá aguentar a tentação de ela própria seguir o exemplo inspirador de Joey, e acabar num menino? Quem será o misterioso e enigmático Raly?

    NÃO PERCA O PRÓXIMO CAPITULO! Só no AVENTURAS EM JOHTO!







    (Não quero ofender ninguém ok?, isto é uma brincadeira, ou será que não)

    Muito obrigado Dent, por esta representação LGBT incrível.

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    1. Yo, Shii! ♥

      Joey sempre foi e sempre será o protagonista desta história. E o fato de você saber tanto sobre ele, mesmo sem tais informações estarem explícitas neste enredo, só comprova isso. São tantos questionamentos que a cada palavra que digito, fico cada vez mais ansioso pra saber o que aguarda Joelma em sua trajetória fabulosa em busca de ser a melhor trans de todos os tempos!

      Espero que você continue amando o Joey como eu amo você e suas teorias loucas. ♥

      See ya!

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  5. Mais de 1.000 anos que não venho a esse site so pra ter a noção eu tive que reler o cap. 37 para relembrar a jornada de Ethan. Mal vejo a hora da Lyra e do Ethan saberem que são irmão, continua com otimo trabalho Dento rs.

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    1. Yo, Mega! Quanto tempo, maninho!

      Fico feliz por ver você de volta, e mais uma vez, reiniciando essa história comigo. Espero sempre vê-lo mais vezes por aqui, e principalmente, ajudando a criar altas expectativas!

      Ah, por que você não entra no Discord da Aliança, cara? Vai ser ótimo ter você lá, eu faço questão de ter você lá com a gente!

      Espero que continue curtindo, e espero ver você loguinho lá no Discord. ♥

      See ya!

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    2. cara tentarei comentar o tempo que eu puder, sobre o discord infelizmente terei que recusar por que simplesmente eu não tenho tempo tenho coisas pra fazer na na minha vida e tals. Espero que entenda isso rs.

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    3. Sem problema, maninho! Eu imagino mesmo, todos nós temos muuuita coisa pra fazer e eu acho um milagre a gente conseguir fazer as coisas que temos pra fazer kkkk Entendo perfeitamente, espero que não tenha se ofendido :)

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  6. Me atrasei pra vir comentar o capítulo, como sempre me atraso pra tudo na vida.

    Diga, meu caro Dento! Primeiramente eu queria parabenizá-lo pelo feito de dar início à sua terceira temporada aqui em Johto. Como o Canas disse logo acima, são poucos os que chegam a uma segunda temporada, e menos ainda os que conseguem alcançar a terceira. Mantenha o foco, a linha de chegada está cada vez mais próxima!

    Sobre o capítulo é aquilo que eu te disse mesmo. O interlúdio não foi muito bem o que eu estava esperando para a estréia da Mente de Cristal. Achei que você já fosse dar continuidade à rotina de tiro, porrada e bomba que encerrou a Alma de Prata ó, daquele jeito! Mas em vez disso você veio apresentar um pouco de como a Lyra mudou de lado e se aliou ao Silver. Logo ela, que estava tão esquecida, mesmo com os grandes planos que você tinha para a personagem. A decisão foi muito boa, mas acho que você poderia ter trabalhado melhor a ideia em vez de ter colocado alguns flashbacks picotados.

    Eu não sei se eu estou sendo chato, porque eu realmente não gosto de flashbacks. Conheço muito pouco sobre escrita, então esse comentário acaba sendo baseado apenas em opinião pessoal. Por isso não leve tudo que eu disser aqui como verdade absoluta, são apenas as sensações que eu tive lendo.

    Acho que um capítulo de 7000 palavras tendo sua maioria em flashback fica meio cansativo. Apesar de haver inúmeros outros pontos que poderiam ser abordados nesse interlúdio, você buscou o foco correto na Lyra e no Silver, pelo momento da história, mas eu acredito que teria sido mais vantajoso pegar alguns pontos desses flashbacks, os mais importantes talvez, e jogá-los para complementar a cena principal onde os dois aceitam que seus destinos estão entrelaçados, criando essa relação de cumplicidade como o próprio nome do capítulo sugere.

    Mesmo assim, com relação à organização do texto e ausência de erros de escrita você conseguiu manter o ótimo nível. Então o saldo ainda fica positivo.

    Vamos em frente com essa última saga, que ainda tem muito chão pela frente!

    Até a próxima! õ/

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    1. Yo, Shadow!

      Eu tava até estranhando sua ausência nos comentários, já que desde o primeiro capítulo (e alguns especiais), você sempre fez questão de vir dar sua opinião nos capítulos mesmo quando os lê de antemão. Mente de Cristal começou e essa tradição não se quebrou, apesar de, nesse momento, você não ser um dos primeiros, mas tudo bem. Kkkk

      Graças ao apoio de vocês, aqui estamos: Terceira temporada, começando o ano com o pé direito. Coração de Ouro começou em Dezembro. Alma de Prata em Julho e agora, Mente de Cristal em Janeiro. Tudo minimamente planejado pra que cada temporada seja marcada por simples detalhes que pra mim tem grande importância, apesar de sutil. A marca de três temporadas em si já é algo a ser comemorado, e como já disse diversas vezes, não chegamos até aqui sozinhos. Então se Mente de Cristal existe, MUITO OBRIGADO por isso!

      Bem, o fato de você ter dito de que esperava Mente de Cristal começar de maneira diferente é um elogio pra mim, porque eu consegui surpreender você (positivamente ou não), e isso é o que me faz continuar a escrever. Apesar de você saber o que acontece em AeJ, acho que você continua lendo e continua se surpreendendo com as coisas se desenrolando na história.

      Lyra e Silver sempre funcionaram na minha cabeça e agora chegou o grande momento que eu tentei fazer com que os dois respondessem grandes perguntas deixadas pelo final de Alma de Prata. Mas precisei voltar do início pra que a gente se lembrasse de detalhes que nossa história que muitas vezes a gente pode deixar passar. Você detesta flashback, isso é fato. Apesar de também achar as 7000 palavras um exagero, eu não me arrependo não. Ethan, Amy e Forrest juntos em capítulos recentes estão começando a dar essa média e acho que Lyra e Silver, agora como antagonistas, mereceram esse presente.

      As porradarias reiniciam no próximo capítulo.

      Espero que continue curtindo!

      See ya!

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  7. Cheguei tarde, mas cheguei!

    Eu adoro esses capítulos que na verdade são um resumão da história, mas aí só pra não ficar repetitivo, o autor coloca a história toda do ponto de vista de algum personagem secundário ou algum vilão, E AÍ COMEÇA A APARECER UM MONTE DE INFORMAÇÃO NOVA!

    Queria só deixar explicito que eu odeio a Lyra. Não que ela não esteja bem trabalhada. Ao contrario. EU ODEIO PQ SE ELA TIVESSE DO MEU LADO EU IA XINGAR MT ESSA MENINA! AI QUE ÓDIO DESSA PIVETA! Quanto mimimi dela! Troca de olhares com um desconhecido e já tá se achando a poderosona! Tem que comer mt arroz com feijão pra ser do nível Amy, mon amour!

    FICOU INCRÍVEL DENTO! TÁ DE PARABÉNS! Agora só falta saber o que vai acontecer na base dos Fogueteiros!

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    1. Yo, Kill!

      Parece que o rei do plot twist ataca de novo! Eu confesso que já fui muito viciado em flashback, principalmente pra cumprir tabela e preencher página. Mas esse foi especial, realmente senti necessidade de contar a história voltando no tempo pra mostrar como a Lyra se sentiu esse tempo todo. Apesar de os protagonistas de AeJ serem Ethan, Amy e Forrest, todos os personagens estão vivos e cumprindo suas jornadas. Vez em quando é sempre bom lembrar disso.

      Acho que quando um personagem causa qualquer tipo de sentimento real em nós significa que ele é vivo o suficiente para sair do mundo ficcional e transpor para o mundo real. Sentir isso pela Lyra me deixa feliz, significa que ela está fazendo um bom trabalho!

      Fico feliz que tenha gostado! A porradaria voltará no próximo capítulo.

      See ya!

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  8. E a terceira temporada de Johto começa agora!

    Confesso que achei o capítulo demasiado longo, ou então achei a questão dos flashbacks um pouco cansativa, mas, no final, tudo bateu certinho e faz sentido.

    A Lyra é, sem dúvida, uma personagem marcante pela sua provocação. Onde ela passa, há drama, não há ninguém que fique indiferente. E, através destes flashbacks todos, podemos observar uma certa evolução na sua personagem. Começando por ser uma garota mimada apaixonada por pokémon, passou por uma quebra-corações, que passou por uma fase de desinteresse relativamente aos combates, no entanto, quando Silver entra em cena, a sua personalidade muda e parece que ela perde o controlo de si própria. Torna-se vulnerável e abre o seu coração, entregando-se totalmente. Acredito que, de certa maneira, Lyra e Silver se transformem um ao outro, fundindo o amor de cada um, num só.

    Agora levanto a questão... será este amor uma maldição?

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    1. Yo, Angie!

      Começamos a parte 3! E começamos com um capítulo extenso. Eu quis retomar AeJ literalmente do começo. Sempre acho que meus hiatus acabam atrapalhando de alguma forma o entendimento da história. Resolvi pegar e fazer um capítulo explicando algumas coisa que desde o começo eu fui deixando propositais. Espero que você entenda o conceito e me perdoe se foi mal executado. kkkkk

      É uma excelente análise... Talvez seja a verdadeira tradução da personagem, o que me deixa aflito porque você pode desvendar o final da história sem eu chegar nele antes (não que eu acho ruim, AeJ sempre foi aberta à teorias e predicts). Eu gosto de trabalhar os antagonistas, são eles que movem a história por trás dos protagonistas, existem outros personagens além de Ethan, Amy e Forrest. Enquanto as câmeras os mostram, demais personagens vivem suas vidas e a gente não tá sabendo... Ela e Silver mostrarão porque estão no banner de AeJ desde o começo da fic! Espero que todas as respostas solucionem os questionamentos, ou deem espaço para que elas sejam encontradas...

      Espero que continue se surpreendendo!

      See ya!

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  9. Começando a ler a última temporada. Aeeeeee
    Eu gostei de ver tudo isso da visão da Lyra, foi uma ótima ideia, mas não sei se foi tão bem trabalhada. A leitura ficou bastante cansativa, eu tinha que ir pulando os parágrafos pra saltar o que não era importante. As vezes o leitor esquece mesmo, eu entendo, mas tinha muita coisa ali que podia ser pulada para dar uma aprofundada nos sentimentos da menina, dar a ela mais foco de modo que as cenas já vistas podiam ser apenas relembradas. Por exemplo, não precisava descrever toda a batalha na torre de rádio novamente, apenas que ela usou tais pokémons e que o chão caiu.
    Curti algumas partes, foi um interlúdio interessante, mas ficou de nível mais baixo do que o que você vinha escrevendo.
    Até o próximo cap.
    Beijos!

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