Archive for December 2015
Capítulo 4
Muitas coisas aconteceram desde
que Ethan acordou há dois dias e resolveu partir em uma jornada Pokémon. Andou
pesquisando por conta própria sobre o garoto ruivo, mas ninguém da Rota 29
havia o visto. Ethan ainda não sabia direito como é que ele iria encontrar
Silver, mas não iria desistir assim tão fácil.
O sol a pino daquele caminho cheio
de Pokémon selvagens o fazia treinar com Cyndaquil (presente de agradecimento
de Professor Elm por Ethan ter se arriscado a salvar os Pokémon do laboratório)
e Sandshrew, que pareciam adorar a presença do garoto e aqueles momentos de
liberdade fora das PokéBolas. Eles, inconscientemente, se conheciam e
fortaleciam seus elos de amizade, visto que começariam a passar um bom tempo
juntos até que Ethan encontrasse o ladrão e tomasse um rumo em sua vida — que
não podia resumir-se a correr atrás de um desconhecido que ele nem sabia onde
estava. Ele não tinha mais que receber ordens de sua mãe, podia acordar e ir dormir
na hora que quisesse e podia viajar pelos quatro cantos do mundo (se a
definição de “mundo” fosse ir além dos limites da Cidade de New Bark).
Por não ter PokéBolas para
capturar Pokémon, Ethan contentava-se apenas com o treinamento. Ele não sabia o
que encontraria nas próximas rotas, então decidiu ganhar experiência em
batalhas para não ser pego de surpresa.
— Sandshrew, Cyndaquil, vamos
descansar. De acordo com o PokéGear, a próxima cidade fica a poucos minutos
daqui. Vou leva-los a um Centro Pokémon. — Disse o garoto aos monstrinhos.
Os Pokémon de Ethan fizeram uma
afirmação com a cabeça e pareciam empolgados. Afinal, assim como o garoto,
nenhum dos Pokémon tinham visto como era o mundo fora de New Bark.
Um Pokémon roedor com pelos roxos
predominando em seu corpo minúsculo e com um par de presas afiadas saindo de
sua boca fazia companhia para um rapaz baixinho, de camisa amarela, short jeans
e um boné da Liga Pokémon azul. Em seu olhar curioso, a passagem de Ethan e
seus Pokémon ali tinha cheiro de desafio.
— Acho que chegou a hora de
chutarmos a bunda de mais um viajante, Rattata... — Disse o rapaz para o
Pokémon que ficou atento.
Próximo da entrada de Cherrygrove,
um barulho chamou a atenção de Ethan. O matagal atrás dele mexia demais e
galhos de árvore quebravam um atrás do outro. Estava sendo seguido.
O garoto parou. Seria Silver?
— Quem é você? — Perguntou Ethan
fechando os punhos com força.
— Eu sou o treinador Pokémon mais
forte do mundo. E para prosseguir, você tem que passar por mim. — A voz que não
tinha o timbre de Silver fez Ethan se virar.
Com o Rattata em seus ombros, o
garoto se aproximava de Ethan. Com um leve desdém, o rapaz de New Bark virou de
costas.
— Rattata, um Pokémon Roedor. Ele
come tudo. Onde quer que tenha comida disponível, ele vai se proliferar e se reproduzir
continuamente. — Informou a PokéAgenda de Ethan.
— O treinador mais poderoso do
mundo? Por favor.
— Meu nome é Joey. E é melhor você
começar a me tratar com respeito.
— Respeito? Você tá muito ousado,
pivete.
— Eu não sou pivete! Ao invés de
ficar falando asneiras, por que não se prepara pra lutar comigo e meu Rattata?
— Você quer mesmo me enfrentar com
um único Rattata? Eu não quero fazer você chorar.
— Esse não é um Rattata comum! É o
mais poderoso de todos os Rattata! É um Rattata com poder superior ao de
qualquer outro Rattata no universo! O top dos tops! O maior dos maiores!
Ethan suspirou.
— Está bem. Vamos batalhar. Eu
tenho dois Pokémon.
— Eu vou usar somente o Rattata.
Use quantos Pokémon você quiser.
— Você tem certeza? Não vá chorar
depois, hein?
— Vamos ver quem é que vai chorar.
Rattata, é com você.
Rattata pulou do ombro de Joey e
colocou-se em posição de combate. Ethan olhou para Cyndaquil que entendeu o
recado.
— Vamos acabar logo com isso.
Cyndaquil, Tackle! — Ordenou Ethan.
— Evasiva, Rattata! — Disse Joey.
Cyndaquil correu para a frente,
mas espantou-se ao ver a velocidade que o oponente se esquivou.
— Quick Attack! — Exclamou Joey rapidamente.
Rattata, como um raio, atingiu
Cyndaquil, que ficou meio zonzo.
— Cynda! — Exclamou Ethan.
— Você me subestimou. — Disse Joey
com um sorriso.
— Tsc. Não vamos cair assim tão
fácil. Cynda, Ember!
Cyndaquil, com uma expressão
séria, fez chamas saírem de sua boca, atingindo o Rattata de Joey.
— Isso! — Comemorou Ethan.
— Não conte vitória antes do
tempo! Rattata, Quick Attack!
Rattata avançou veloz e arremessou
Cyndaquil para o tronco de uma árvore próxima. A pancada fez o Pokémon de Ethan
cair nocauteado.
— Essa não! Cynda! — Exclamou
Ethan.
— Muito fácil. — Disse Joey em tom
provocativo.
—Você foi genial, obrigado. —
Ethan retornou Cyndaquil para a PokéBola e Sandshrew tomou a frente.
— Rattata, vamos cair pra dentro!
— Exclamou Joey fazendo Rattata responder entusiasmado.
— Dessa vez eu não vou bobear.
Vamos terminar com isso, Sand! — Disse Ethan ao seu Pokémon.
Os dois oponentes se encararam. O
orgulho de seus treinadores dependia de seus esforços na batalha.
— Scratch, Sandshrew! — Ethan ordenou ao seu Pokémon.
— Rattata, evasiva e vá de
encontro com Quick Attack! — Rebateu
Joey.
Sandshrew avançou em Rattata que
esquivou. Mas o Pokémon de Ethan conseguiu girar em seu próprio eixo e atingir
as costas de Rattata.
— Rattata! — Exclamou Joey.
— Haha! Quem é o melhor agora? —
Gabou-se Ethan.
— Continua sendo eu. Rattata,
finalize com Quick Attack! — Disse
Joey em um movimento final.
Rattata disparou em direção à
Sandshrew que ficou atônito com a velocidade do oponente. Atingido de forma
precisa no estômago, Rattata certificou-se de que Sandshrew cairia e não
conseguiria levantar de novo.
— Sand! — Exclamou Ethan.
— A vitória é minha! Rápido e
fatal! — Exclamou Joey em comemoração.
— Mas o quê? Como? — Questionou-se
Ethan incrédulo.
— Meu Rattata é o mais poderoso de
todos os Rattata!
Ethan recolheu seu Pokémon e saiu
correndo em direção à Cidade de Cherrygrove calado enquanto era observado por
Joey.
No Centro Pokémon, Ethan se
questionava o motivo de ter sido totalmente humilhado por Joey. Era fato que
seu egocentrismo era seu maior defeito e ele não imaginava que daria de cara
com um desafio difícil desses logo após sua saída de New Bark. Será que ele não
seria um bom treinador? Ele não pôde se defender de Silver. Não pôde derrotar
um simples Rattata. Como iria se virar daqui pra frente? Será que a única saída
seria voltar pra casa, de onde nunca deveria ter saído?
As portas do Centro Pokémon se
abriram. Passos iam em direção a um Ethan pensativo, que esperava seus Pokémon
se recuperarem depois de uma árdua batalha.
— Eu realmente imaginei que você
estaria aqui. — Disse Joey.
Ethan levantou o olhar e o tornou
a baixar novamente.
— O que você quer?
— Eu quero te ajudar.
— Eu não preciso de ajuda.
— Eu não diria isso. Aquela hora
você apanhou na nossa batal...
— Não preciso de ajuda sua.
Joey pareceu hesitar um pouco.
Respeitando Ethan, levantou-se e dirigiu-se a saída.
— Se precisar de mim, sabe onde me
encontrar.
Ethan pareceu hesitar também em
seu canto.
Joey estava quase saindo pelas
portas do centro médico quando ouviu a voz de Ethan.
— Por que você ofereceu ajuda?
— Tenho que ter um rival à altura
na Liga Pokémon. — Respondeu Joey com um sorriso de canto.
Ethan se ajeitou na cadeira e as
palavras ressoaram alto dentro de sua cabeça. “Rival”.
O garoto resolveu passar o fim do
dia no Centro Pokémon. Alugou um quarto e hospedou-se até definir o que faria
no dia seguinte. Em seu quarto, puxou conversa com seus Pokémon.
— Peço desculpas pela batalha
fracassada de hoje. Eu me empolguei e achei que ia vencer... Eu acabei
sobrecarregando vocês e sendo humilhado.
Cyndaquil aconchegou-se em seu
treinador enquanto Sandshrew ouvia atentamente.
— Sobre o que ele disse sobre a
Liga Pokémon... Vocês acham que eu deveria, sei lá, tentar participar e
esquecer dessa coisa daquele Silver?
Os Pokémon se entreolharam
parecendo não entender o que seu treinador dizia.
— Acho que eu preciso de novos
ares... Eu saí de casa e preciso viver. Acho que correr atrás das Insígnias vai
ser menos perigoso do que viver atrás de um bandido perigoso que pertence a uma
organização criminosa...
Batidas na porta. Ethan sentou-se
na cama e autorizou a entrada. Era Joey.
— Com licença? — Perguntou o
rapaz.
— Ah, você... — Disse Ethan
voltando a se deitar.
— Peço desculpas por ter sido
arrogante com você hoje mais cedo.
— Tá de boa. Eu que fui um babaca.
Um breve silêncio pairou no lugar
enquanto Joey acariciava Cyndaquil e Sandshrew, parados aos seus pés.
— Joey, como funciona a Liga
Pokémon? Eu sempre vi na TV, mas eu acho que nunca soube direito como aqueles
caras batalhavam lá...
— É relativamente simples. Você
consegue oito Insígnias de ginásio e então você entra na Liga. É uma competição
onde, no final, você tem direito de batalhar contra a Elite dos 4, uma Elite
com os cinco melhores treinadores de toda Johto.
— Não deveria se chamar “Elite dos
5”? — Perguntou confuso.
— É porque são quatro treinadores
mais seu campeão. A pessoa que venceu todos os quatro e então, guarda o posto
até um treinador vir e toma-lo dele. — Explicou Joey.
— E se fôssemos os campeões? Não
seria demais? — Perguntou Ethan com um sorriso. Os dois caíram na gargalhada ao
imaginar isso.
— Meu sonho é vencer a Liga Pokémon
com o Rattata. Eu acredito muito nele.
— Seu Rattata é bem forte...
— Eu o tenho desde criança. Temos
um vínculo muito forte e sei que temos condições de sair por aí mostrando nossa
força.
— Será que um dia eu conseguirei
fazer isso? — Perguntou Ethan sério.
— Por que não? Você tem dois
Pokémon que têm tudo para serem os melhores também. Só precisa de um pouco de
prática. E você pode formar uma equipe muito boa também.
— E como eu faço isso?
— Capturando Pokémon, oras.
Joey surpreendeu-se ao se dar conta
da imaturidade de Ethan. O rapaz então explicou tudo o que sabia sobre
batalhas, tipos, estratégias, números e tudo o que era relacionado aos Pokémon.
Eles viraram a madrugada conversando.
O Sol chegava e os garotos mal
perceberam quando a Lua despediu-se deles. Joey contava a Ethan sobre todas as
batalhas que travara e deixou o garoto fascinado.
— Nossa, cara! Você é incrível! —
Ethan exclamava e gesticulava de forma afobada.
— Eu e Rattata estamos há tempos
na estrada e convivemos bastante E acho que você pode ter isso também. — Disse
Joey de forma simpática.
— Obrigado, Joey. Eu vou capturar
Pokémon e formar uma equipe gloriosa! Eu vou derrotar o campeão da Elite dos 4
e vou deixar meu nome gravado na história de Johto! — Exclamou Ethan com
firmeza.
— Vamos treinar muito para
conseguirmos os nossos objetivos, certo?
Rattata, Cyndaquil e Sandshrew dormiam
e não percebiam a agitação de seus mestres.
O egocentrismo de Ethan e Joey
transformou-se amizade. E agora, os dois garotos planejam seguir jornadas
paralelas, fortalecendo-se e tendo metas parecidas. O mundo é pequeno e
coincidências unem corações curiosos. Essa rivalidade proporcionará muitas
aventuras e descobertas na vida de Ethan e de Joey. Como serão os próximos
encontros?
TO BE CONTINUED...
Personagens Secundários
Nome: Joey
Idade: 14 anos
Capítulo de Estreia: Capítulo 4: O Treinador Poderoso! Sandshrew VS. Rattata!!
Cidade Natal: Cidade desconhecida, Johto
Joey é, em sua cabeça, o treinador mais forte da região de Johto. Sempre acompanhado de seu Rattata, o garoto sempre desafiou viajantes nas rotas em que frequentava, inclusive, ficou amigo de Ethan em um desses desafios. Joey tem um ego muito grande, mas sempre se dispõe a ajudar outras pessoas. Um rapaz de coração puro, busca sempre alcançar a perfeição nas batalhas e se fortalecer com seu Rattata. Não aparenta a idade que tem por ser baixinho e de aparência jovial, sendo alvo de piadas por onde passa.
Nome: Lyra
Idade: 13 anos
Capítulo de Estreia: Capítulo 1: A Cidade Onde Sopram os Ventos do Recomeço
Cidade Natal: Cidade de New Bark, Johto
Lyra sempre foi uma menina determinada que distribui alegria por onde passa. Desde pequena, convive com os Pokémon devido à presença constante no laboratório de seu tio, o Professor Elm. Ela nunca se deu muito bem com Ethan, devido a ignorância do menino para com todo mundo. Por causa disso, sempre estão brigando. As pessoas costumam dizer que eles são apaixonados um pelo outro, mas Lyra se irrita com isso, afinal, como ela mesma diz, "Ethan é desprovido de amar alguém que não for ele mesmo". Sempre acompanhada por seu Marill, a menina sonha em viajar pelo mundo, mas ama demais seu tio e está sempre na "zona de conforto". Ethan, como seu rival, a motiva a correr atrás da Liga Pokémon, para provar que garotas também podem ser tão poderosas (ou mais) quanto os meninos.
Nome: Stella
Idade: Aproximadamente 15 Anos.
Capítulo de Estreia: Crônica 4: Festival
Cidade Natal: Cidade Desconhecida, Kanto.
Stella é uma treinadora originária da região de Kanto. Junto com seus amigos Kayla e Kevin, viaja pela região de Johto coletando insígnias junto com sua Clefable.
Nome: Kevin
Idade: Aproximadamente 16 Anos.
Capítulo de Estreia: Crônica 4: Festival
Cidade Natal: Cidade Desconhecida, Kanto.
Kevin é um treinador originário da região de Kanto. Junto com suas amigas Kayla e Stella, viaja pela região de Johto coletando insígnias junto com seu Weavile.
Nome: Kayla
Idade: Aproximadamente 14 Anos.
Capítulo de Estreia: Crônica 4: Festival
Cidade Natal: Cidade Desconhecida, Kanto.
Kayla é uma treinadora originária da região de Kanto. Junto com seus amigos Stela e Kevin, viaja pela região de Johto coletando insígnias junto com seu Kingdra.
Personagens Principais
O futuro líder (em treinamento) do Ginásio de Pewter, em Kanto, apareceu em Johto para uma jornada pessoal de treinamento e se desenvolver individualmente para se fortalecer e herdar o cargo de seu irmão mais velho Brock, atual líder. É dos três o mais calmo e a cabeça do grupo, ficando muitas vezes desfocado por nunca se manifestar sem ser chamado. É bastante estrategista, ao mesmo tempo que é muito tímido. Consegue ficar sem graça fácil na frente de alguém que não conhece (principalmente se for uma mulher). Forrest costuma observar bastante as coisas ao seu redor, tendo um senso crítico muito forte e sendo total oposto de Ethan, que costuma agir sem pensar. No fundo, os dois se gostam bastante, mesmo que acabem discutindo por pensarem tão diferente. Forrest é o melhor amigo de Ethan e, muitas vezes, serve até mesmo como seu mentor, ajudando-o em treinamentos e conselhos, mesmo sendo um garoto muito fechado. Forrest tem uma admiração imensa por seu tio Bruno, da Elite 4, apesar de, por motivos familiares, ser obrigado a quase não falar sobre ele e também por seu irmão mais velho, Brock.
Chase é o irmão gêmeo mais novo de Elaine. Junto de sua irmã, apareceu no meio da Floresta Ilex sendo encontrado por Bugsy. O velho Kurt, de Azalea, mencionou que eles foram trazidos por causa de um vórtice temporal causado por Celebi. Junto com sua irmã, começou a viajar com Ethan e Forrest sem saber ao certo o porquê, apesar de sentir que tem um propósito por trás. Chase acaba sendo, às vezes, um completo oposto de sua irmã, sendo muito racional e calculista em muitas situações. Mesmo sendo tímido, não pensa duas vezes antes de tomar a iniciativa em alguma situação de perigo.
Notas do Autor (Capítulo 3)
Olá pessoal. Como estão? =]
Mais um capítulo do Aventuras em Johto, hein? E com personagem novo! Eu tava doido pra esse capítulo, justamente por causa de Forrest. Quero trabalhar com ele desde que o vi no anime, no lendário Pokémon Chronicles (aquela série especial que se passa entre Johto e Hoenn, que tem o especial do Raikou). Sempre achei ele bastante interessante e totalmente oposto de seu irmão Brock. Ele é mais um dos personagens que tem um pouco de mim mesmo em certas partes de seu comportamento, eu acho que é por isso que é tão interessante trabalhar com ele. Mas como o nosso amigo Canas Ominous sempre diz, a gente sempre acaba colocando um pouco de nós mesmos em nossos personagens.
Novidades da semana: A página de personagens principais já está online. Durante essa semana eu pretendo trazer a de secundários também. Todas vão sendo atualizadas conforme o passar da história, então não se preocupem, vou acabar incrementando ela.
Espero que vocês tenham tido um ótimo Natal (o meu foi, de certa maneira, inesquecível... hehe). Na próxima semana, será publicado o capítulo final de 2015. Literalmente. (O capítulo 4 vai ser publicado no dia 31/12). Espero que vocês curtam, porque tem mais personagem pra aparecer, e talvez vocês se sintam um pouco nostálgicos com o carinha Top Percentage que vai dar as caras. ;)
No mais, é só isso. Fiquem de olhos bem atentos no Aventuras em Johto porque 2016 promete muita coisa bacana. =D
Capítulo 3
O relógio batia na casa do
meio-dia na Região de Kanto. Ali, na cidade de Pewter, encontrava-se um dos
mais habilidosos Ginásios da região. Muitos treinadores não conseguiam passar
do Ginásio de Pewter, nem mesmo com Pokémon aquáticos. Brock era realmente um
formidável Líder de Ginásio. E seu irmão Forrest — o mais velho de todos os
irmãos depois de Brock — tinha obsessão pelas estratégias de batalhas de seu
irmão primogênito.
Forrest e Brock eram muito
parecidos. Quase gêmeos. Diferenciavam-se somente por causa da altura de ambos.
Brock, sendo mais velho, era exatos trinta centímetros mais alto que Forrest.
— Vamos duelar hoje, Brock? —
Disse Forrest.
— Pra você perder de novo,
Forrest? Não... Sou piedoso. Haha! — Zombou Brock.
— Qualé, mano? Tá com medo? Você é
top, mas não é da Elite 4, falou?
— Elite 4? Para quê? Sinceramente,
prefiro meu ginásio. E outra... Os Pokémon do Tipo Pedra estão muito bem
representados pelo Bruno.
— E aí? Vamos duelar ou não? —
Insistiu Forrest.
— Se você insiste... Só não saia
chorando. — Disse pegando uma PokéBola do colete verde.
— Veremos quem é que vai chorar,
maninho... Rhyhorn, vai!
— Rhyhorn? Você não muda... Vai
nessa, Onix! Mostre a ele como é feito uma batalha de verdade!
Os dois Pokémon fizeram o campo de
batalha tremer quando saíram das PokéBolas. O majestoso Onix de Brock encarou
Rhyhorn e curvou a cabeça para ficar na mesma altura do Pokémon de Forrest.
— Onix, vamos acabar logo com
isso! Dig! — Comandou Brock.
— Rhyhorn, Earthquake!
— Como se eu fosse mesmo cair em
um truque barato desses. Esqueceu quem eu sou, irmãozinho? — Zombou Brock.
A enorme serpente de pedra
investiu- se contra o chão e entrou na terra. Rhyhorn jogou seu peso no chão
causando um enorme terremoto que fez tremer as paredes do Ginásio. O chão
começou a rachar e pedras começaram a se soltar do campo de batalha. Uma enorme
pedra caia em direção a cabeça de Rhyhorn que deu um pulo evasivo para frente.
Porém, Onix saiu de debaixo da terra fazendo um impacto com o estômago de
Rhyhorn que caiu no chão desnorteado.
— Onix, acabe com isso! Tackle!
A enorme serpente de pedra
investiu contra Rhyhorn que caiu nocauteado quando foi atingido.
— Rhyhorn! — Exclamou Forrest.
— E mais uma vez eu levei a
melhor... Retorne, Onix! Você foi fantástico mais uma vez.
— Retorne, Rhyhorn. Obrigado pela
batalha. — Disse Forrest retornando seu Pokémon.
— Que cara é essa, Forrest? Não
gostou da batalha?
— Ainda pergunta, Brock? Como eu
posso assumir o Ginásio se eu não sou páreo pra você? Isso é frustrante. —
Disse Forrest cruzando os braços.
— Relaxa. Eu também passei por
isso antes de me tornar o grande treinador que sou hoje.
— A modéstia mandou lembranças,
irmãozinho.
— Mas enfim... Um dia você vai
assumir o Ginásio. E eu vou ficar muito contente em te ver assumindo um cargo
importante assim.
— Mas antes, eu tenho que merecer.
Brock, eu estive pensando e eu vou sair em uma jornada Pokémon.
Brock encarou seu irmão. Por mais
que soubesse que ele estivesse certo, e que já era maduro o suficiente para tomar
as suas próprias decisões, seu espírito paterno sempre imaginava Forrest se
metendo em encrencas. Mesmo que o próprio Brock já tenha se envolvido em muitas quando viajava.
— Forrest...
— Ah, Brock, nem vem! Eu vou
viajar e vou me fortalecer! E vou me tornar um grande Mestre de Pokémon do Tipo
Pedra! Eu vou me tornar o maior Líder de Ginásio de Kanto! Você vai ver! —
Exclamou Forrest aumentando o tom de voz para cada afirmação que fazia.
Brock se aproximou do irmão.
Apoiou a mão na cabeça do garoto e sorriu. Realmente eles eram parecidos. Não
só fisicamente, mas em atitude também.
— Obrigado, Brock.
— Mas... Você só vai sair de casa
se papai e mamãe autorizarem.
— Tá, tá. Vou falar com eles. —
Falou Forrest correndo para dentro da casa.
***
Em New Bark, Ethan finalmente
conseguira convencer Marieta a liberá-lo para sair em uma jornada Pokémon. Preparando
suas coisas para a viagem, tinha a companhia do Pokémon mascote de sua mãe,
Sandshrew.
— Ei, Sand... Finalmente eu vou sair
em uma jornada! Depois de tanto tempo trancafiado aqui nesse quarto, uma
jornada Pokémon vai me fazer bem. Conhecer novas pessoas, cidades e Pokémon...
E é claro, ganhar a Liga! — Disse Ethan para o pequeno Pokémon amarelado que
estava em cima da cama ao lado da mochila que respondeu energicamente.
— Ethan, querido, vai demorar
muito? Ande logo antes que eu mude de ideia. — Ecoou a voz de Marieta pela
escada que dava para o quarto.
— Já estou indo, mamãe. — Disse
Ethan saindo do quarto sendo acompanhado por Sandshrew.
Depois de receber instruções de
sua mãe, Ethan estava quase saindo de casa quando ela interrompeu, pela última
vez, sua passagem.
— O que foi dessa vez, mamãe? —
Perguntou Ethan.
— Leve isso. — Marieta estendeu a
mão e Ethan viu um PokéGear.
— Um “PokéGear”?
— Pokémon Gear ou apenas PokéGear.
É uma ferramenta muito útil para comunicações à distância.
— Mamãe, pra que existe “celular”?
— Perguntou ironicamente.
— Sei lá. Hoje em dia tem tanta
tecnologia que eu nem sei pra que serve metade delas...
— Enfim, estou indo.
— Mantenha-me informada, O.K.?
— Tá, ligo todo dia se quiser.
— Todo dia não, toda semana. Acha
que eu tenho uma plantação de dinheiro no quintal pra pagar conta de telefone?
— Questionou Marieta séria.
— Tá certo, tá certo. — Disse
Ethan pegando o aparelho.
— A propósito... — Marieta pegou
uma Pokébola em uma estante branca onde estava a TV — leve ele com você. É
lógico que eu nunca deixaria um menino de 13 anos sair por aí sozinho.
Marieta retornou Sandshrew à
Pokébola e entregou o objeto nas mãos de Ethan.
— Mas você vai ficar aqui sozinha!
— Você quer que eu me lembre disso
e pense mais um pouco antes de deixar você ir?
Ethan fez uma expressão estranha.
— Não, não, não! Não precisa! Ok,
vou leva-lo comigo! Até logo, mamãe!
Após despedir-se de sua mãe, Ethan
saiu de sua casa em New Bark rumo ao laboratório de Elm.
***
Já no laboratório, um homem
grisalho de meia-idade acompanhado de uma garota de 15 anos batia
na porta.
— Elm, você está aí? — Chamou a
voz rouca de Samuel Carvalho.
A porta se abrira. O magrelo Elm
ao olhar quem o chamava, pareceu surpreso.
— Professor Carvalho! O que faz
aqui?
— Não posso mais visitar um velho
amigo?
— Ora, é claro que pode... Enfim,
entre. — Convidou.
— Obrigado.
Elm, ao fechar a porta e voltar
para dentro do laboratório, percebeu Amy, que silenciosamente examinava os objetos
do lugar.
— E quem é essa garotinha? —
Perguntou ao Professor Carvalho.
— Minha nova treinadora Pokémon:
Amy. — Disse Carvalho sorridente apresentando a garota que olhava desconfiada
para Elm.
— E ela fala? — Disse Elm tentando
fazer um sorriso simpático para a garota que continuava olhando-o desconfiada.
— Hahahah, é brincadeira, brincadeira... Apenas brincadeira... — Falou sem
graça ao receber um olhar feio da menina.
— Licença? — Chamou a voz de Ethan
do Hall de entrada.
— Hã? Ethan? Olá, Ethan! Estamos
aqui no fundo! Por favor, entre! — Convidou Elm.
Ethan, como da primeira vez,
encantou-se pela dourada estatua dos pássaros guardiões que estava dentro do
laboratório.
— Ethan? — Chamou Elm.
Ethan acabou saindo da distração e
desligando-se da estatua, entrou na sala. Ele fitou todos que estavam ali presentes. Mas,
por algum estranho motivo, seus olhos passaram a fitar incessantemente Amy, que encarava
o mesmo olhar com a mesma intensidade.
— Vocês se conhecem? — Perguntou
Elm sem graça.
— Não. — Responderam os dois ao
mesmo tempo.
Ethan se aproximou da garota e
estendeu a mão.
— Olá. Meu nome é Ethan. Prazer em
conhecê-la. — Disse o garoto.
— O prazer é meu. Meu nome é Amy.
Venho da Região de Kanto. — Respondeu a garota apertando a mão de Ethan.
— Ora! Vejo que “nossas crianças”
já começaram a se dar bem, Elm! — Brincou Carvalho.
Ethan desviou o olhar de Amy e
olhou para aquele velho grisalho que estava em sua frente.
— Professor Carvalho! É realmente
um enorme prazer conhecê-lo! — Disse Ethan agitando com vigor as mãos do
renomado pesquisador.
— O prazer é todo meu, jovem! —
Respondeu sorrindo.
— A propósito, Professor Elm.
Minha mãe me autorizou sair em uma jornada Pokémon. O senhor poderia fazer
minha licença de treinador? — Perguntou Ethan.
— Claro rapaz! Aguarde um
instante, sim?
— Claro! E outra coisa também...
Ontem eu me esqueci de devolver Cyndaquil.— Disse Ethan liberando o pequeno
Pokémon de fogo da PokéBola.
Cyndaquil e Sandshrew começaram a
brincar entre si.
— Cynda, Sand, não podemos
brincar. Temos que partir em uma jornada Pokémon e você, Cynda, terá de ficar
no laboratório. — Disse Ethan para os Pokémon que não deram atenção, continuando a brincadeira.
— Esse Cyndaquil é seu, jovem? —
Perguntou o Professor Carvalho para Ethan.
— Não senhor. Eu o “peguei
emprestado” do Professor Elm para correr atrás de um idiota que roubou o
Totodile do laboratório. Agora, estou devolvendo-o, porque não acho justo pegar
o Cyndaquil pra mim sem autorização.
— Entendo... É que você tem uma
ligação com esses Pokémon que eu não via desde que conheci Red. — Falou
Carvalho.
— Hã?! Você conheceu o Red? Aquele
que dizem ser o maior Mestre Pokémon do mundo?! — Exclamou Ethan.
— Sim... Assim como Amy está sendo
agora, ele já foi um dos meus treinadores Pokémon. Ele e seu primeiro Pokémon,
um Pikachu, cruzaram a região de
Kanto e derrotaram quase que sozinhos a Equipe
Rocket, uma equipe de canalhas que só queriam roubar Pokémon de treinadores
e vendê-los no Mercado Negro. — Disse Carvalho com uma expressão séria.
Amy fez uma expressão atenta e
fria com os olhos. Ainda mantinha-se calada, porém, agora prestava mais atenção na conversa.
— “Equipe Rocket”? E o Red chutou
a bunda desses vilões todos sozinho? Que maneiro! — Exclamou Ethan.
— Não acham que a Equipe Rocket
pode estar planejando voltar? — Disse Amy assustando Elm que estava totalmente
focado no Professor Carvalho e, por uma fração de segundo, havia esquecido da
presença da garota no local.
— Quem? A Equipe Rocket? Bem, três
anos se passaram desde que Red enfrentou Giovanni na Silph Co. e no Ginásio de
Viridian que, até agora, está sem Líder. Depois disso, a Equipe Rocket
desapareceu. — Falou Carvalho.
— Talvez eles estejam agindo no
silêncio... Na clandestinidade. Duvido muito que uma organização grandiosa como
a Equipe Rocket iria desistir de seus planos assim, de uma hora pra outra... E
iriam engolir o fato de terem sido derrotados por um moleque de onze anos... —
Disse Amy.
— Você tem razão, Amy... Como você
supôs isso tudo? — Perguntou o Professor Carvalho impressionado com o faro de
detetive da garota de quinze anos.
Para Amy, ser uma ex-agente da
maior organização criminosa Pokémon do mundo tinha suas vantagens e suas
informações. E ser uma ex-agente era
algo que traria muitas encrencas para ela. Encrencas em dobro.
— Bem, digamos que... É só um
instinto. — Falou a garota dando um raro sorriso.
Lyra e seu Marill chegavam ao
Laboratório. A pequena bolota azul logo fechou a cara ao ver Sandshrew
brincando com Cyndaquil.
A história era meio longa.
Sandshrew e Marill não tinham simpatia um pelo outro. Talvez, por este simples
fato, seus treinadores também tinham uma certa rivalidade entre si e, na
maioria das vezes, sempre estavam trocavam farpas um com o outro.
— Ora, ora, ora... A chata da Lyra
chegou... — Zombou Ethan.
— Idiota. Não sabe ser legal nem
na frente do meu tio e do Professor Carvalho? — Retrucou Lyra.
— Crianças, vocês não vão começar
a discutir agora, não é? — Perguntou Elm começando a ficar sem graça.
— Desculpem, Professor Elm,
Professor Carvalho e Amy, mas essa Lyra é folgada pra caramba! Te odeio, Lyra!
— Gritou Ethan.
— Eu te odeio mais, seu cretino! —
Retrucou Lyra.
— Nem vou perder meu tempo discutindo
com você, Lyra. Professor, vou partir em uma jornada Pokémon e mostrar pra todo
mundo que vou ser o melhor. E quando eu encontrar o Red, vou enfrenta-lo e vou
vencer! — Exclamou Ethan.
— Você ainda não deu uma
PokéAgenda pra ele, Elm? — Perguntou Carvalho.
— Não. Na verdade, não tive
tempo... — Desculpou-se o pesquisador.
— Bem... — Carvalho começou a
mexer nos bolsos — Acho que isso aqui pode te ajudar...
O velho tirou do bolso do jaleco
um pequeno computador compacto vermelho-rubi, onde uma lente circular azul
brilhava. Era uma PokéAgenda.
Os olhos de Ethan e Lyra brilhavam
só de olhar para o objeto. O garoto pegou o equipamento das mãos do professor e
examinou-o com cuidado.
— Agora sua missão, além de se
tornar um grande treinador, é trazer para mim e para Elm informações de todos
os Pokémon existentes do mundo. Nesta PokéAgenda, cabem mais de 250 informações
diferentes de Pokémon. É muita coisa. Será que você consegue coletar todas
elas? — Perguntou Carvalho para o garoto.
— Ainda pergunta? Vou conseguir
todas elas rapidamente! O senhor e o Professor Elm vão ver! — Falou Ethan. —
Mas antes, deixa eu testar esse treco aqui...
— “Sandshrew, um Pokémon Rato. Se ele cair de uma grande altura, este
Pokémon pode se salvar rolando ao redor de si mesmo como uma bola. Não gosta de
água. Ele vive em tocas profundas em zonas áridas”.
“Cyndaquil,
um Pokémon Rato de Fogo. Ele é tímido, e sempre se enrola como uma bola. Se
atacado, inflama as costas para se proteger. Ele geralmente anda curvado. Se
ele está com raiva ou surpreso, dispara chamas de suas costas.”— Registrou a
PokéAgenda quando Ethan apontou para Sandshrew e Cyndaquil.
— Vejo que já está sabendo usar a
PokéAgenda. E além de dados, esse equipamento mostra os ataques que tal Pokémon
pode aprender e usar. — Disse Elm.
— Muito útil! — Exclamou Ethan.
Lyra aproximou-se de Elm e pediu
para o mesmo se abaixar.
— Titio, eu também quero uma
PokéAgenda... — Cochichou.
— Uma PokéAgenda? Não acha que é
muito nova pra isso?
— Se o Ethan tem, eu também posso
ter.
— As PokéAgendas são apenas para
aqueles que tem um grande objetivo e podem cumpri-los sem a menor dificuldade.
— Gabou-se Ethan ouvindo o pedido de Lyra.
— Você não tem capacidade nem de
amarrar o cadarço do sapato, garoto!
— Como é?! Aprende a falar direito
com seus superiores, idiota!
— Vou te mostrar a idiota! — Disse
Lyra partindo para cima de Ethan cobrindo-o de tapas.
Enquanto Ethan e Lyra discutiam,
Forrest embarcava no trem que o levaria para a região de Johto. Ele desembarcaria
na Cidade de Violet de onde seguiria para o Laboratório de New Bark, onde
encontraria o Professor Elm para poder pegar instruções de sua jornada Pokémon
e então fortalecer-se o suficiente para poder assumir o Ginásio de Pewter.
Enquanto o trem partia, os pais de
Forrest não sabiam se choravam ou se acenavam para o garoto. Brock sorria confiante
e seus irmãozinhos corriam tentando acompanhar o trem e a janela de Forrest,
mas ia sendo cada vez mais inútil, visto que o trem acelerava cada vez mais. Na
curva para leste, a família de Forrest desaparecera na estação. Surgia um novo
futuro para Forrest. E dali a algumas horas, quando desembarcasse na estação,
novos desafios e encontros esperavam-no.
O destino de Forrest, Ethan e até
mesmo da misteriosa Amy estão para se cruzar. E, mesmo com objetivos
diferentes, esses três adolescentes mostrarão que têm mais em comum do que se
pensa. Mas, como três distintos personagens terão as vidas entrelaçadas?