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Capítulo 48
Quinta-feira,
14:27h.
Ethan mal conseguia tocar no almoço naquela tarde ensolarada.
Apoiava a cabeça e olhava para o prato com uma expressão perdida, brincando com
a comida.
— Está tudo bem, Ethan? Você está meio abatido desde manhã —
perguntou Amy que começava a ficar preocupada com o amigo.
— Deve ser pela batalha de Ginásio. Ele comentou que ia desafiá-lo
hoje, não? — Forrest respondeu pelo garoto, que não dava sinais de que havia
ouvido falarem com ele.
Amy suspirou.
— Ele já lutou em seis Ginásios e toda vez é a mesma coisa, né?
— Acho que perderia a graça se ele deixasse de ser assim.
Amy e Forrest ao menos tentavam se esforçar para que a estranheza
não voltasse a tomar conta do coração dos dois. A conversa do dia anterior
acalmou os ânimos, mesmo que o clima de desconfiança que estranhamente Amy
sentia em seu coração em relação à Forrest estivesse naquele momento sendo mais
forte do que qualquer outro tipo de sentimento.
A verdade é que era bom ter Forrest de volta. E aos poucos, Amy
começava a ter esperança das coisas voltarem aos eixos. Claro, Ethan estava
ficando com um comportamento estranho que provavelmente tinha a ver com o
retorno de Forrest, mas era bastante compreensível, visto que o garoto ainda
era extremo em suas atitudes. A garota sabia que, cedo ou tarde, Ethan voltaria
ao normal e ela poderia enfim ter sua tranquilidade de volta.
O pensamento dos garotos fora interrompido imediatamente quando
Vivian Chevalier chegou ao refeitório e aproximou-se deles.
— Quem de vocês vai enfrentar o meu avô?
Ethan, totalmente desinteressado, olhou para a menina.
— Sou eu. Por quê?
Vivian o olhou de cima a baixo como se o estivesse avaliando.
— Por nada. É só porque tem muito tempo que não vejo o vovô
atuando em uma batalha e estou ansiosa pra isso.
— Sei... Você não é nenhum tipo de espiã que está querendo saber
qual estratégia que eu vou usar não, né? — Ethan, pela primeira vez aquele dia,
fez alguma expressão além do desânimo — ele fora cínico.
Vivian fechou a cara, como se o garoto tivesse ofendido sua honra.
— Quem você pensa que eu sou?! Tá maluco?!
Ethan voltou a encarar o prato com o maior desinteresse do mundo.
— Eu nem sei seu nome, menina. Eu posso pensar qualquer coisa de
você, não acha?
Vivian pareceu refletir por alguns segundos.
— Mas eu sou a Vivian. Ainda que eu não tenha nenhum Pokémon, isso
não me faz muito diferente de você. Não é porque eu sou mais nova que eu acabo
sendo inferior.
— Você é mais inteligente do que eu pensei, ainda que tenha pouca
idade — sorriu Amy.
A garota ergueu a sobrancelha ao se ver observada por Vivian.
— Você é mais sensata do que eu pensei, ainda que seja uma ladra
de bicicletas.
Amy cruzou os braços e fez uma expressão de desagrado.
— Eu não roubei sua bicicleta. Eu peguei ela emprestado. Você
pegou ela de volta, não pegou? Então pronto, não me acuse.
— Ela está detonada!
— Bem, ela ficou no meio de uma batalha Pokémon. A Enfermeira Joy
disse que vai pedir para consertarem.
Vivian também cruzou os braços e imitou Amy. No entanto,
colocou-se de costas para a garota.
— Eu sou inocente e pura demais para esse mundo corrupto.
— Retiro totalmente o que eu falei de você — suspirou Amy, sem
paciência.
Forrest tentou apaziguar os ânimos.
— Vocês não vão brigar aqui, né?
Ethan levantou-se da mesa. Sem dirigir a palavra a ninguém, se
retirou do refeitório.
Vivian encarou as costas do garoto com uma expressão de
curiosidade no rosto.
— Eu disse alguma coisa errada?
— Não é nada pessoal. Ele sempre fica tenso dessa maneira quando
está prestes a desafiar um Ginásio. Já acostumamos — explicou Forrest.
Vivian encarou o moreno.
— E o que vocês fazem nessas horas?
— Geralmente o deixamos sozinho. Provavelmente ele irá estudar
alguma estratégia pra usar na batalha.
— Eu não sei não, mas eu tenho a impressão de que ele está bem
mais isolado e tenso do que o normal... — comentou Amy. — Mesmo que ele sempre
acabe ficando assim, parece que tem algo incomodando ele.
— Acha mesmo? Deve ser impressão sua, porque eu não percebi nada
de errado. Pelo menos por enquanto — opinou Forrest.
— Bem, eu vou atrás do vovô. Vejo vocês depois.
Vivian Chevalier retirou-se serelepe e dirigiu-se à saída do
Centro Pokémon. Amy e Forrest voltaram a se encarar.
— Acredite no que digo. Fico feliz por tudo estar se resolvendo
entre nós, ainda que aos poucos.
Os olhos de Amy emitiram um brilho novo. Era um brilho de satisfação.
Ela estava feliz. Claro que ela era uma pessoa muito fechada e não costumava
demonstrar seus sentimentos, mas desde que começara a viajar com Ethan e
Forrest, ela percebeu que podia começar a ser uma pessoa normal. E ver Forrest
de volta era uma afirmação de que estava tudo bem. Ela entendia a decisão dele
de ter deixado o grupo, e por que seria ela a criticar? Quando o amigo
descobriu que ela era uma agente Rocket, havia ficado do seu lado. Ela deveria
retribuir isso da melhor maneira que podia.
— Eu também fico — e sorriu.
Ethan, no balcão da recepção do Centro Pokémon, aguardava Chansey
trazer a bandeja com suas PokéBolas, deixadas pelo garoto para serem cuidadas
pela Enfermeira Joy. Pelo canto do olho, observava aquela cena entre os dois e
uma tristeza enorme tomava conta do seu coração. Será que ele realmente era um
fraco? Será que ele não podia fazer nada para que Amy fosse salva?
— Droga... Eu sou um inútil... — e enterrou o rosto nas mãos.
***
O céu azul sob a cidade trazia a suspeita de que em algumas
semanas, o clima ameno chegaria. Por estar localizada no topo de montanhas, Mahogany
costumava ter um clima mais frio do que demais cidades da região de Johto e,
naquele momento, Ethan queria ter se lembrado de trazer consigo um casaco. Não
que estivesse um clima congelante, mas o vento frio que batia contra o corpo do
garoto o incomodava. Amy e Forrest acompanhavam Ethan pelas calçadas da cidade
e juntos caminhavam devagar até o Ginásio local. A imprensa e os paparazzis que
outrora faziam plantão na frente do Centro Pokémon já não se encontravam mais
presentes, muito provavelmente devido a interferência da Elite 4, que agora
investigava sobre os acontecimentos estranhos no Lago da Fúria. Pelo menos por
enquanto, o trio deixou de ser protagonista de manchetes de jornal e voltou a
poder viver tranquilamente suas vidas de personagens anônimos.
Ethan continuava calado. Amy e Forrest vez em quando ainda
tentavam puxar algum tipo de assunto para tentar animar o garoto, mas sem
sucesso. Os dois continuavam a querer acreditar na ilusão de que ele estava
tenso (mesmo que até demais) na batalha de Ginásio que teria dali a pouco
tempo.
No entanto, uma enorme barulheira chamou a atenção de todos assim
que eles viraram a esquina que dava para o Ginásio.
Barulhos estrondosos de bombinhas percorriam todo o quarteirão.
Uma algazarra sem limites tomava conta da rua. Cartazes com o rosto de Ethan
eram erguidos como bandeiras de times de futebol. A torcida organizada jogava
dentaduras e bengalas para cima, como numa final de Copa do Mundo.
O queixo de Ethan bateu no chão.
— ACHOU QUE A GENTE NÃO IA APARECER DE NOVO? ACHOU ERRADO, OTÁRIO!
— Katherine berrou do meio da multidão.
A torcida organizada continuava a algazarra do lado de fora do
Ginásio. Ethan estava vermelho de vergonha enquanto Forrest e Amy gargalhavam
alto.
— Onde é que vocês se meteram? Sumiram por meses! — perguntou Amy.
— É que participamos de um bingo ao chegarmos em Ecruteak.
Ganhamos passagens para um cruzeiro do Carlos Roberto, aquele cantor da Jovem
Guarda. Ele é maravilhoso! — Katherine respondeu eufórica.
— Ah, que brega! Eu preferia mesmo era um Cadillac! — um dos
velhinhos gritou ríspido no meio dos idosos do fã-clube.
— Cala a boca, Zé! Tudo o que você ganharia é um calhambeque
caindo aos pedaços! — xingou Katherine arremessando uma bengala na cabeça do
colega.
— Cruzeiro do Carlos Roberto? Que chique! É o sonho da minha mãe
ir num desses — comentou Forrest, sorrindo.
— Sua mãe é brega! — outro dos velhinhos bradou, fazendo um coro
de risadas surgir da algazarra.
— Que bagunça é essa aqui no meu Ginásio?!
Pryce surgiu furioso forçando passagem no meio da multidão. Ao
notar a presença de Katherine, paralisou. A mulher ergueu as sobrancelhas e
abriu a boca numa expressão de espanto.
— Você? — disseram os dois em uníssono.
— Vocês se conhecem? — perguntou Ethan.
Pryce e Katherine continuavam a se encarar. Um turbilhão de
pensamentos passava em suas cabeças e, por um instante, o tempo parou. A
respiração dos dois ficou pesada, seus velhos pulmões faziam um barulho alto.
As pupilas dilatadas podiam ser um sinal sério de que a pressão arterial dos
dois começava a ficar acima do normal. O coração batia tão rápido que se
continuasse nesse estado, muito provavelmente ambos teriam um ataque cardíaco,
potencializado com o fato de que a respiração dos dois oscilava de uma forma
incomum.
— Eu não faço a mínima ideia de quem seja esse cidadão — disse
Katherine, com um certo tom de desprezo na voz.
Pryce apoiou-se em sua bengala e continuou encarando a mulher. Um
silêncio incômodo tomou conta do lugar. Ele então deu um sorriso de canto de
boca.
— Desculpe, eu também desconheço essa mulher.
As portas do Ginásio se abriram. Pedindo passagem com seu jeito
meio estabanado, Vivian Chevalier fora atraída pela multidão que havia se
formado do lado de fora. A surpresa tomou conta da expressão de todos quando a
garota soltou um berro ao ver Pryce e Katherine.
— VOVÓ? O QUE A SENHORA ESTÁ FAZENDO AQUI?!
A incredulidade tomou conta do ambiente. Em uníssono, todos os
presentes soltaram a mesma exclamação, ao mesmo tempo.
— O QUÊ?!
Katherine e Pryce nada disseram. Apenas viraram as costas um para
o outro. O velho líder então dirigiu-se para a entrada de seu Ginásio.
— É melhor vocês saírem daqui agora antes que eu chame a polícia
para acabar com essa baderna.
— Espere, senhor Pryce! Por favor, tenha um desafio de Ginásio
contra mim! — Ethan correu para alcançar o idoso que avançava com dificuldade
em direção à construção.
Pryce o encarou zangado.
— Você realmente acha que eu vou lutar contra um pivete igual a
você? Eu treino Pokémon há cinquenta anos, não perderia meu tempo com um
moleque fracote.
Ethan parou e encarou Pryce como se este tivesse lhe dado um soco.
Então, estava constatado — ele era um treinador medíocre.
Vivian Chevalier correu até seu avô.
— Por favor,vovô, lute com ele! Ele disse que é forte e nós vimos
como ele usou os Pokémon naquela luta no lago!
Pryce parou por um instante. Ethan permanecia de cabeça baixa.
— Por que está intercedendo por esse garoto, Vivian?
— Ora, vovô, ele é um treinador Pokémon! O sonho dele é vencer a
Liga Pokémon, igual ao meu sonho. A gente não deveria apoiar quem tem o mesmo
objetivo que a gente? Afinal, o senhor também é um treinador, não é mesmo? — a
garota sorria. Como um anjo, olhava para Pryce com um olhar inocente, como se
aquilo que ela disse fosse a coisa mais lógica e óbvia do mundo.
E no fundo, era mesmo.
Pryce suspirou e fechou os olhos.
— Muito bem então. Se é você que está me pedindo, eu aceito o
desafio do garoto.
Amy e Forrest aproximaram-se de Ethan.
— Você conseguiu! Vamos, é a sua chance! — exclamou Forrest.
Porém, Ethan continuava de cabeça baixa.
— Se for pra perder o meu tempo e o seu, é melhor voltar pra casa,
garoto — a voz de Pryce, cansada, deu o sinal de que ele não convidaria Ethan
para uma segunda chance de enfrentá-lo.
O garoto encarou Pryce e acenou positivamente com a cabeça.
— Muito obrigado. Eu agradeço a oportunidade, senhor.
O prédio que abrigava o Ginásio era construído com uma arquitetura
um tanto quanto simples, apesar de ter um tamanho grande. Um enorme muro
separava a rua dos portões que levavam ao Ginásio em si e um caminho pavimentado
por concreto que ficava no meio de um grande jardim verde e bastante florido
levava a uma grande porta de vidro, de onde era possível ver uma pista de
patinação. Quando as portas automáticas se abriram e o enorme grupo de pessoas
entrou no local, o vento frio produzido por potentes ares-condicionados tomou
conta. Sussurros que aos poucos evoluíram para protestos e reclamações
incompreensíveis pela massa sonora eram produzidos pelo público presente. Vivian
Chevalier, no entanto, não parecia achar tão ruim, ainda que a ruiva estivesse
vestindo apenas um casaquinho jeans com uma estampa de PokéBola bordada nas
costas.
— Silêncio! — bradou Pryce, irritado com a baderna. — Peguem os
casacos que estão atrás de vocês. Não vou me responsabilizar se algum de vocês
tiver uma hipotermia dentro do meu Ginásio!
Realmente havia araras espalhadas pela recepção do Ginásio, cheias
de casacos grossos de frio pendurados. Todos se dirigiram até os locais
indicados, agasalharam-se como conseguiram e foram para os seus devidos
lugares. Olhando novamente, Ethan percebeu que a pista de patinação tinha
durante seu comprimento diversas marcações pintadas, onde notou serem de um
campo de batalha oficial. O garoto aproximou-se de um dos lados do campo de
onde comandaria seu time e os demais seguiram para as arquibancadas do Ginásio,
construída sobre enormes blocos maciços de gelo. Katherine, no entanto, não se
sentou. Permanecia em pé, encarando de forma séria o campo de batalha.
Vivian Chevalier aproximou-se da senhora.
— Vovó, está tudo bem?
— Está, meu amor. Eu só não quero perder nenhum detalhe dessa
batalha.
— A senhora acha que o Ethan tem alguma chance?
— O garoto vai arrasar.
— Como a senhora pode ter tanta certeza disso?
— Eu apenas sei — Katherine disse aquilo com a voz levemente
embargada, ainda que não demonstrasse em nenhum momento que queria chorar.
Vivian Chevalier encarou sua avó por alguns segundos antes de
voltar sua atenção ao campo de batalha.
— Como o ainda Líder do Ginásio de Mahogany, eu aceito o seu
desafio para tentativa de ganhar uma insígnia. Será feita uma batalha de três
contra três e você tem a total liberdade para trocar seus Pokémon no meio da
batalha — Disse Pryce de forma séria analisando Ethan, que o olhava tenso.
— Certo, eu entendi.
— Muito bem então. Este é o meu primeiro Pokémon. — Pryce
arremessou uma PokéBola e liberou um Pokémon.
Ele era um Pokémon bípede, parecido com uma doninha, com um corpo
cinza pálido e várias áreas cheias de penas. Ele tinha uma coroa vermelha
brilhante em sua cabeça e uma gola feita de penas largas com uma pena única e
mais fina em cada orelha. Havia um sinal amarelo e oval no centro de sua testa.
Seus olhos eram vermelhos com três cílios em cada um e quatro presas se projetavam
de sua mandíbula superior.
O garoto sacou sua PokéDex.
— “Weavile, um Pokémon
Garras Afiadas. Ele vive em regiões nevadas. Ele esculpe desenhos em árvores
com suas garras como um sinal de sua presença para os outros” — informou o
dispositivo.
— Um chão feito de gelo me impede de arriscar um ataque direto,
porque é muito escorregadio... — Ethan tentava manter a calma e conversava
consigo mesmo sobre estratégias prováveis. O garoto então, sacou uma PokéBola
do bolso do shorts, apertou o botão central da cápsula e liberou seu primeiro
Pokémon.
Faísca, o Magnemite de Ethan, flutuou no ar, não parecendo se
importar o frio do local. Encarou Weavile com um olhar sereno, como se não sentisse
nenhum tipo de intimidação por ele.
— Faísca, ThunderShock!
O corpo de Magnemite foi coberto por
uma densa corrente elétrica alaranjada, que foi disparada na direção de
Weavile, que recebeu todo o golpe sem fazer nada para se defender. O Pokémon
encarou Magnemite com um sorriso sádico, aguardando ordens de seu velho mestre.
— Low Kick!
Weavile disparou. Pegou impulso e
saltou com agilidade na direção de seu oponente, chutando-o em direção ao teto
do Ginásio. Aquele chão nem parecia ser feito de gelo.
O golpe super-efetivo fez Ethan soltar
uma exclamação audível. Faísca atingiu o teto com violência, caindo em alta
velocidade até sofrer mais dano ao atingir o chão de gelo do campo de batalha.
— Faísca! — Ethan chamava por seu
Pokémon, que permanecia caído ao chão.
Pryce sorriu.
— Não vai ser fácil conseguir a
insígnia do meu Ginásio, garoto. Eu o avisei que você não seria páreo para mim.
O fã-clube de Ethan, tenso, tentava
motivar o garoto fazendo gritos de guerra. Amy e Forrest assistiam apreensivos
àquele começo de batalha.
Faísca ergueu-se do chão e voltou a
flutuar em seu campo eletromagnético. Afirmou positivamente quando Ethan lhe
perguntou se estava bem.
— Paralise-o com ThunderWave!
— Evasiva!
Os imãs de Magnemite prontamente produziram raios elétricos que
foram disparadas na direção de Weavile, que como um ninja esquivou-se para o
lado direito, desviando do golpe disparado pelo oponente.
— Night Slash!
As enormes garras afiadas de Weavile foram envoltas por uma aura
negra. O Pokémon então saltou e cravou as duas patas em Magnemite, que fora
derrubado ao chão com extrema violência.
— Faísca! — exclamou Ethan, agora sendo dominado por um desespero
imenso.
— Eu avisei garoto. Eu treino Pokémon há muitos anos, não há
qualquer tipo de estratégia que vai me derrubar.
A cabeça de Ethan se perdia em pensamentos. Ele não conseguia se
concentrar, tudo o que pensava era na hipótese de ele realmente ser um
treinador ruim.
Primeiro, Forrest, seu melhor amigo, queria entregar Amy para a
Equipe Rocket.
E não havia nada que ele pudesse fazer para impedir isso.
Agora, seu oponente não lhe levava a sério. Subestimava sua força
e o fazia ter a certeza que talvez, no fim das contas, o garoto fosse realmente
um fracasso.
Ele tinha que fazer alguma coisa para que pudesse dizer para si
mesmo que ele era sim forte.
— Faísca, erga-se! ThunderShock!
Magnemite voltou a levitar e disparou uma poderosa corrente
elétrica na direção de Weavile, que foi atingido em cheio, para vibração de
alivio da arquibancada.
— Não deixe ele se recuperar, Faísca! Tackle, agora!
— Low Kick!
Os dois Pokémon partiram para o ataque físico. Os dois golpes se
chocaram ao mesmo tempo, mas Magnemite acabou arremessado com brutalidade no
chão do campo de batalha. Dessa vez, Faísca não conseguiu ter outro destino a
não ser o nocaute eminente.
Uma gota de suor escorria pelo rosto incrédulo de Ethan. Começar
perdendo não era um bom sinal, principalmente com um oponente tão poderoso.
Pryce deu um sorriso sádico.
— Seria antiético de minha parte contar vitória antes da hora,
mas... Um à zero.
Da arquibancada, Katherine não esboçava nenhuma reação. Continuava
encarando o campo de batalha de forma séria. Ao seu lado, Vivian Chevalier
entrelaçava os dedos e, apreensiva, apoiava sua cabeça nas mãos.
Forrest e Amy permaneciam tensos.
— Isso é ruim... Começar perdendo assim sempre abala a gente —
comentou a garota, preocupada.
— Ele ainda pode virar o jogo. Ele precisa se concentrar, Pryce é
muito experiente. Talvez seja o desafio mais difícil que Ethan esteja
enfrentando até agora — Forrest procurava manter a calma e pensar positivo.
Suas mãos transpiravam pelo nervosismo, mas o garoto permanecia concentrado na
batalha.
— Vai, Quilava! Eu escolho você! — Ethan arremessou a PokéBola na
arena de gelo.
Quilava encarou Weavile e acendeu as labaredas em suas costas,
intimidando o oponente. Ethan sabia que apesar de estar em vantagem, precisaria
ter muito cuidado com os comandos de Pryce, que visivelmente saberia barrar um
Pokémon de Fogo em seus domínios.
— Lava, vamos começar com tudo! Flame Wheel! — ordenou o garoto.
— Weavile, desvie!
Quilava enrolou-se em uma intensa bola de fogo e acelerou em
direção à Weavile, que saltou para a esquerda, fazendo com que seu oponente
passasse direto. Quilava, no entanto, continuou acelerando e, em alta
velocidade, fez uma curva acentuada no sentido oposto, quase deitando no chão.
Mirou no oponente que foi pego de surpresa pela agilidade do Pokémon de Ethan e
o atingiu em cheio no estômago, fazendo-o perder o ar e cair para trás,
deixando Pryce surpreso pela primeira vez.
— Weavile! — exclamou o líder.
Os velhinhos do fã-clube deliraram. Uma intensa ovação chegou a
quase ensurdecer os presentes no local. Aquele golpe havia feito a chama da
esperança de uma possível vitória voltar a queimar.
Katherine, no entanto, continuava a observar de forma séria a
batalha.
— Foi um golpe incrível, mas ainda não definiu a batalha. Espero
que o Ethan continue assim — os olhos azuis de Amy não piscavam. Ela encarava o
campo de batalha como se sua própria vida dependesse do resultado daquela
batalha.
Pryce voltou a encarar Ethan. Sua expressão de surpresa deu lugar
a uma seriedade mais tensa. Golpe de sorte?
— Você está bem, Weavile? — questionou ao Pokémon, que respondeu
afirmativamente. — Ótimo. Fake Out,
agora!
Weavile ergueu-se do chão e correu na direção de Quilava com
velocidade, batendo suas duas patas dianteiras na frente de seu oponente. Uma
grande onda de choque foi produzida e Quilava foi arremessado com violência
para trás, batendo o cocuruto no chão sólido de gelo.
— Não desista, Quilava! Use o Ember!
Quilava ergueu-se do chão. No entanto, sua visão estava turva e
sua cabeça rodava. O Pokémon titubeou* e não conseguiu executar o golpe, para
desespero de seu treinador.
— Quilava!
— Weavile, Ice Punch!
Ágil, o Pokémon de Pryce fechou o punho, que foi envolvido por uma
grossa camada de gelo, atingindo em um soco poderoso o rosto de Quilava, que
bateu em uma das paredes laterais do campo de batalha de forma feroz.
O público da arquibancada soltou uma exclamação sonora. Quilava
podia ser resistente a golpes de gelo, mas os danos causados não foram pelo
golpe em si, mas pela violência que seu corpo teve ao chocar-se com as paredes
concretadas.
Esse era o grande segredo da estratégia de Pryce. Seu Weavile era
ágil e poderoso o suficiente para arremessar grande parte dos oponentes para
onde queria, a seu bel-prazer.
Ainda que estivesse frio dentro do Ginásio, Ethan transpirava de
nervoso. A tensão o fazia enrijecer seus músculos enquanto tentava pensar em
diversas soluções para contra-atacar. Mas por mais que pensasse em golpes, o
olhar que Pryce e Weavile lançavam em sua direção o fazia ter a certeza de que
eles estavam preparados para qualquer tipo de estratégia que o garoto
utilizasse.
Quilava, no entanto, não iria ser derrotado para um Pokémon do
tipo Gelo.
E então, ele gritou. A atenção de todos fora atraída para o
Pokémon de Ethan, que ergueu-se sobre as quatro patas e aumentou a intensidade
de suas chamas, que queimavam em um intenso calor que rapidamente tomou conta
do ambiente. Tais chamas expeliram como um vulcão em erupção, com fogo e fumaça
espalhando-se pelo campo de batalha e formando uma enorme onda gigante de
chamas escarlate que dirigiram-se com velocidade na direção de Weavile e o
engoliram por inteiro. O oponente de Quilava foi arremessado em direção ao
teto, batendo violentamente a cabeça e caindo de cara no chão, sem consciência.
“Lava Plume” era o nome daquele golpe
poderoso, de acordo com a PokéDex de Ethan.
Êxtase. O silêncio reinava no ambiente enquanto Pryce retornava
seu Pokémon sem dizer uma palavra. Nas arquibancadas, ninguém ousava sequer
respirar um pouco mais alto.
Da segunda PokéBola de Pryce, surgiu um Pokémon grande, marrom e
peludo com uma corcunda impressionante em suas costas que, apesar de seu
aparente peso enorme, pairou sobre o gelo sem sequer trincá-lo. Ele também
tinha duas presas feitas de gelo, que pareciam pequenas, mas podiam ser letais.
— “Piloswine, um Pokémon
Suíno. É a forma evoluída de Swinub. Por seus longos pelos em todo seu corpo
obscurecerem sua visão, ele simplesmente continua utilizando seu golpe Take
Down sem parar. Se ele usa sua investida em um oponente, os pelos em suas
costas ficam em pé. É muito sensível ao som” — informou a PokéAgenda de Ethan.
Pryce olhou para Piloswine e respirou profundamente antes de
ordenar o primeiro golpe. Considerou que a sorte de seu oponente acabaria em
algum momento.
— Mud Bomb!
Piloswine pegou fôlego e disparou grandes pedaços de lama na
direção de Quilava, que foi atingido em cheio de forma super-efetiva.
— Ember! — a voz de
Ethan ecoou confiante.
Brasas flamejantes foram disparadas da boca de Quilava na direção
de Piloswine, atingido em cheio e caindo ao chão. Pryce começou a hesitar.
Quilava realmente era bem treinado.
Ao erguer-se do chão, Piloswine prontamente atendeu ao comando de
seu mestre.
— Blizzard!
O Pokémon uivou alto. Sob seus pés, uma fumaça fria começou a ser
emanada do chão feito de gelo e a cobrir o corpo de Piloswine, que abriu sua
bocarra e disparou uma poderosa nevasca na direção de Quilava, que sentiu uma
forte ventania dominar seu corpo e o paralisar de frio. As chamas em suas
costas tentaram protegê-lo do congelamento completo, mas ao final do ataque,
viu que seus pés estavam completamente colados ao chão, congelados.
— Quilava, rápido, use o Lava
Plume!
— Mud Bomb!
As poderosas chamas de Quilava aumentaram sua intensidade. Mas
grandes pedaços de lama atingiram o Pokémon no rosto, o impedindo de
concentrar-se.
— Quilava! — Ethan exclamava em desespero.
— Ice Fang! — Pryce
ordenou impiedoso.
Piloswine acelerou em direção ao oponente e suas presas emanaram
um forte brilho azul claro, ficando maiores e cobertas por uma espessa camada
de gelo, que em questão de segundos atingiram um Quilava despreparado para
evitar o ataque fatal.
O Pokémon de Ethan caiu nocauteado. Ao retorná-lo para a PokéBola,
o garoto deu um suspiro lento e profundo. O sorriso sarcástico no rosto de
Pryce desapareceu. Ele encarava o jovem com certa surpresa e espanto. Estaria
seu Pokémon mais forte derrotado ou o garoto ainda tinha uma carta na manga?
A curiosidade de todos só foi saciada quando o brilho emanado pela
última PokéBola de Ethan cedeu. Piloswine bufou e a franja que cobria seus
olhos subiu por alguns segundos, possibilitando o Pokémon encarar seu oponente.
Sandslash devolveu o olhar com a mesma intensidade.
— Piloswine, Take Down!
— Sandslash, Dig!
Piloswine saiu em velocidade na direção de seu oponente numa
investida poderosa. Sandslash rapidamente cavou um buraco no gelo, fazendo com
que Piloswine passasse direto.
— Agora, Sandslash! Crush Claw!
— exclamou Ethan da superfície.
Sandslash surgiu por debaixo de Piloswine atingindo-o no estômago
e o arremessando para o alto. Enquanto o Pokémon estava no ar, Sandslash pegou
impulso do chão e foi de encontro ao seu oponente. Suas garras brilharam e o
Pokémon de Ethan arranhou Piloswine de forma violenta, arremessando-o ao chão.
— Piloswine! — Exclamou Pryce, agora completamente perplexo.
Ethan percebeu e passou a não deixar o Líder de Ginásio controlar
a situação. Ele agora estava no comando.
— Sandslash, Rollout!
O Pokémon de Ethan caiu no chão e rolou com velocidade pelo chão
de gelo na direção de seu oponente atingindo-o em cheio.
— Piloswine, resista! Ice
Fang!
— Sandslash, vá de encontro com Rollout!
Sandslash outra vez disparou veloz rolando pelo chão. Piloswine
correu de encontro com suas presas na boca emanando um forte brilho. Os dois
ataques se chocaram com precisão.
A arquibancada vibrava cada vez mais com a batalha. Amy e Forrest
olhavam apreensivos a cada golpe comandado pelos treinadores. Vivian Chevalier berrava de entusiasmo.
Piloswine foi arremessado para a parede atrás de Pryce e Sandslash
apareceu com as pernas e os braços congelados.
— Piloswine, recupere-se! Aproveite que ele está paralisado e
ataque com Take Down!
— Receba o ataque com tudo, Sand
Na plateia, Amy arregalou os olhos.
— Ele é louco?! Arriscar Sandslash assim é perigoso!
— Take Down é um ataque
que tira energia do próprio usuário... Será que ele está fazendo Piloswine ser
enfraquecido pelo próprio golpe? Se Sandslash perder... — analisou Forrest com
uma certa apreensão.
Piloswine atingiu Sandslash em cheio. O Pokémon foi arremessado e
bateu as costas com força na parede atrás do campo de Ethan.
— Sandslash, erga-se! — Ethan, aflito, chamava por seu Pokémon.
Sandslash estava exausto. Levantou-se e se dirigiu novamente para
o campo de batalha, onde encarou Piloswine que parecia estar numa situação pior
ainda.
— Senhor Pryce, eu só saio daqui hoje com a minha sétima insígnia.
O velho Líder de Ginásio encarou Ethan e sentiu firmeza nas
palavras do garoto. Então, fechou os olhos e concentrou-se.
— Talvez não seja sorte mesmo... Piloswine, Take Down!
— Vá de encontro com Crush Claw!
Piloswine correu rápido em direção a Sandslash com vigor. A última
coisa que se viu antes da nuvem de fumaça subir e tampar a visão do campo de
batalha foram as garras de Sandslash brilhando.
Um forte estampido foi ouvido. A fumaça cessou e todos puderam ver
o resultado.
Sandslash estava apoiado em um joelho com as garras ainda
brilhando. Piloswine deitado de bruços no campo de batalha. Nocauteado.
A torcida berrava. A batalha estava finalmente empatada. Os dois
estavam no mesmo nível.
Seria Ethan realmente um fracasso? Estaria Pryce enganado?
A última PokéBola fora arremessada em campo. Ethan surpreendeu-se
ao ver quem era o último oponente.
— Jamais na minha vida eu imaginei que apareceria alguém que me
faria utilizá-lo. Este Pokémon e eu temos uma história antiga, que começou há muito
tempo em terras distantes. E agora, você mostrou que está apto a enfrentá-lo.
Katherine, pela primeira vez, demonstrou-se surpresa. Ela mesma
sabia o quanto aquele Pokémon significava para Pryce e — mesmo não admitindo, —
para ela também.
— Sandslash! — ela exclamou.
O último Pokémon de Pryce era o Sandslash de gelo que lutou lado a
lado com Ethan e seus Pokémon no Lago da Fúria alguns dias atrás. O Pokémon de
Ethan cumprimentou seu oponente curvando-se em respeito. Seria uma honra poder
lutar contra um Pokémon tão forte contra aquele Pokémon de Gelo.
— Faça as honras — convidou Pryce, esperando o movimento do
oponente.
— Obrigado. Sand, comece com o Crush
Claw!
Sandslash disparou veloz na direção do oponente, enfiando suas
poderosas garras em seu tórax e arranhando-o. No entanto, o golpe não
funcionou. As garras de Sandslash escorregaram e não penetravam no peito do seu
semelhante de gelo.
— O quê?! — o garoto surpreendeu-se com a falha.
— Esse truque não funcionará aqui. Sandslash, Icicle Spear!
O Pokémon de Pryce virou-se de costas e disparou espinhos afiados feitos
de gelo na direção do oponente, que atingiram em cheio o peito de Sand, que fora
arremessado no chão. O golpe super-efetivo agora fez o nível de energia do
Pokémon de Ethan entrar em estado crítico.
— Sand!
— Metal Claw!
— Evasiva!
O Sandslash de gelo partiu com velocidade na direção do adversário
caído ao chão. Suas garras enormes emanaram um brilho prateado e ameaçador.
Sand enrolou-se em uma bola e girou para trás, fazendo com que o Pokémon de
Pryce atingisse o golpe no chão.
— Dig! — ordenou Ethan.
Sandslash cavou um buraco no chão e esgueirou-se pelo solo.
— Ice Ball naquele
buraco!
O Sandslash de gelo disparou bolas de gelo que dobravam de tamanho
a cada vez que eram arremessadas. O chão de gelo maciço rachou em diversos
pedaços quando as bolas produzidas encontraram o corpo do Pokémon de Ethan,
explodindo e fazendo-o ser arremessado para cima, bastante machucado.
— Sand! — a voz de Ethan quase não saiu.
— Slash!
— Crush Claw!
O Sandslash de gelo pegou impulso do chão e pulou para atingir o
oponente com as quatro garras poderosas que tinha em suas patas. O Pokémon de
Ethan, esforçando-se ao máximo para não perder a consciência, usou tudo o que
restava para que suas garras conseguissem atingir o adversário. Uma nuvem de
poeira subiu quando os dois ataques se colidiram.
Os dois Pokémon pousaram no campo de batalha. O Sandslash de Ethan
estava cambaleando. O de Pryce ofegava.
Era tudo ou nada.
— Icicle Spear!
— Sand, mova-se apenas ao meu sinal! — pediu Ethan ao Pokémon que
acenou afirmativo com a cabeça.
Novamente os espinhos de gelo do Sandslash de gelo foram
disparados na direção do Pokémon de Ethan, que aguardava tenso as ordens de seu
treinador. Os cacos de gelo aproximavam-se com velocidade e Sand preparou-se
para o impacto.
— Dig!
Em uma fração de segundo, Sandslash desapareceu debaixo do campo
de batalha. O Icicle Spear passou
direto e atingiu uma das paredes laterais do campo de batalha, fazendo um
enorme barulho.
— Ice Ball!
— Isso não! Agora, Sand!
O Sandslash de Ethan surgiu por debaixo do adversário de gelo,
pegando-o desprevenido. O impacto violento arremessou o Pokémon de Pryce para o
alto, levando-o a cair com violência de volta ao chão.
— Erga-se, Sandslash! — Pryce exclamava com todo o fôlego que
ainda lhe restava.
— Acabe com isso, Sand! Rollout,
agora!
O Sandslash de Ethan rolou com velocidade e, com toda a força que
conseguiu reunir, atingiu o oponente, atirando-o com agressividade alguns
metros à frente.
O Pokémon de Pryce bateu com violência na parede de concreto
construída atrás de onde o Líder de Ginásio assistia atônito o resultado final.
O Sandslash de gelo deslizou nocauteado. O de Ethan caiu de
exaustão.
— Empate?! — Forrest levantou-se imediatamente do banco em que
estava sentado e olhava incrédulo para o campo de batalha. Os dois Pokémon
caídos faziam a torcida na arquibancada não dar uma palavra sequer.
Ethan olhou para Pryce, buscando algum tipo de resultado. O Líder
de Ginásio o encarou de volta enquanto retornava seu Pokémon.
— Eu disse que não seria fácil conseguir a insígnia do meu
Ginásio. Você me mostrou que isso é completamente verdade.
Pryce aproximou-se do garoto e tirou de dentro do casaco que
vestia um símbolo de metal de formato hexagonal com desenhos que, juntos,
remetiam a flocos de neve. O símbolo brilhante era refletido na íris castanha
nos olhos de Ethan.
— Essa é a Insígnia Glacial. É a prova que você fez uma batalha
bem sucedida no Ginásio de Mahogany e que eu o reconheci como vencedor. Faça
bom proveito.
O fã-clube de Ethan trouxe a arquibancada a baixo. A algazarra
ensurdeceu o local e podia ser ouvida do lado de fora do Ginásio.
Katherine sorriu.
— Eu sabia.
Vivian Chevalier a abraçou aos prantos.
— Vovó, ele conseguiu! Ele conseguiu mesmo!
Pryce fechou a cara. Mesmo que tentasse, ele jamais conseguiria
fazer com que os idosos calassem as matracas.
Amy descia correndo a arquibancada para abraçar o amigo ao mesmo
tempo que Forrest se perdia em pensamentos.
— Ele realmente é um treinador excepcional... É melhor eu avisar
aos outros.
Ethan sagrou-se vencedor de uma batalha complicada. Mas, mal sabia
ele naquele momento que, mesmo com a sétima insígnia conquistada, outra batalha
mais difícil se aproximava e iria desafiar ainda mais suas habilidades como
treinador Pokémon.
TO BE
CONTINUED...