Archive for December 2018
The Omascar©
Ladies And Gentleman, vocês estão convidados a presenciar a realização do The Omascar, a maior entrega de prêmios do Mundo Pokémon! Em reconhecimento à excelência dos profissionais de nossa história, realizaremos uma comemoração junto de nossos melhores personagens que permanecerão em nossas lembranças desta longa história de aventuras.
COMO VOTAR?
Com um total de dez categorias, os leitores terão de escolher os melhores personagens, capítulos e batalhas; premiaremos aqueles que mais se destacaram nessa oportunidade de se eternizarem no Hall of Fame! Os votos podem ser computados de duas maneiras diferentes, tanto pelo Google Drive quanto por comentários.
QUAIS AS CATEGORIAS DISPONÍVEIS?
- Melhor Protagonista;
- Melhor Participação Secundária;
- Melhor Antagonista;
- Melhor Capítulo;
- Melhor Pokémon;
- Personagem Mais Poderoso;
- Melhor Líder de Ginásio;
- Miss Simpatia;
- Personagem Revelação;
- Melhor Shipp.
Início da Votação: 29 de Dezembro de 2018;
Data de encerramento da votação: 31 de Janeiro de 2019;
Entrega dos resultados: 17 de Fevereiro de 2019.
SEGUE A LISTA DE INDICADOS:
- MELHOR PROTAGONISTA -
- MELHOR PARTICIPAÇÃO SECUNDÁRIA -
- MELHOR ANTAGONISTA-
- MELHOR CAPÍTULO-
- Capítulo 31 - A Perseguição! Nidoran VS Vileplume! (Ethan, Amy, Forrest e Baoba);
- Capítulo 39 - A Luz da Meia Noite (Ethan, Jasmine e Amphy);
- Capítulo 40 - A Luta no Farol de Olivine! Nervos de Aço! (Ethan, Jasmine e Amphy);
- Capítulo 42 - Uma Decisão Definitiva! (Forrest e Argenta);
- Capítulo 44 - O Labirinto das Memórias (Red e Amy);
- Capítulo 46 - A Fúria dos Inocentes (Ethan, Amy Forrest, Lance, Red, Pryce, Vivian).
- MELHOR POKÉMON -
- PERSONAGEM MAIS PODEROSO -
- MELHOR LÍDER DE GINÁSIO -
- MISS SIMPATIA-
- PERSONAGEM REVELAÇÃO -
- MELHOR SHIPP -
- Ethan e Amy;
- Ethan e Jasmine;
- Forrest e Bruno;
- Joey e Rattata;
- Joey e Ethan;
- Red e Amy.
Primeiro Ato
Sugestão:
Dark Grovyle
Donnel
Sir Naponielli
Ideia original:
Dento
Sob colaboração de
ShadowZangoose
CanasOminous
Roteiro:
Dento
CanasOminous
Leeca
Produzido por:
Aliança Aventuras
Direção:
A Equipe de Resgate dos Corações de Ouro Ltda. S/A
©
1995-2018 Pokémon™/Nintendo/GAMEFREAK/Creatures Inc./Aliança Aventuras
Todos os direitos reservados.
— Papai, por
que não neva no Natal em Johto?
Aquela simples
pergunta fez o homem parar de cobrir seu filho e o encarar sem ter uma resposta
pronta, assim como todas as vezes.
Era véspera
de Natal, e como sempre, as crianças brincaram o dia inteiro. Após a ceia, a
família daquele casal se resumiu aos filhos, que agora esperavam deitados o
sono chegar, enquanto os demais parentes, entre tios, sobrinhos e primos, já
deviam estar no caminho de volta para casa após uma noite esplêndida.
E, como todas
as noites, as crianças faziam perguntas que culminavam em novas histórias sendo
contadas a elas. Histórias mágicas que sempre envolviam seres místicos.
Pocket
Monsters, ou apenas Pokémon. As mágicas criaturas que habitavam aquele mundo em
que aquela família vivia, e que inspiravam tantas e tantas histórias.
Afinal, tanto
Papai quanto Mamãe eram heróis para seus filhos. Eles foram grandes treinadores
Pokémon que viajaram por grandes lugares no mundo conhecendo centenas dessas
criaturas e tornaram-se referência às crianças, que queriam, é claro, explorar
também todos os continentes que existiam ao lado de seus parceiros de poderes
incríveis.
E justamente
a história daquela noite, assim como todas, envolvia os Pokémon. Ou melhor, os tinha como protagonistas.
A mulher
entrou no quarto dos filhos, que era decorado com diversas pelúcias de Pokémon,
espalhadas pelas estantes, pelo chão e pelas prateleiras pregadas nas paredes.
Pelo teto do quarto estavam espalhadas diversas estrelas fluorescentes que
brilhavam no escuro e que formavam diversas constelações, dentre elas a
favorita das crianças, a de Tauros. Ao ver o marido com a conhecida expressão
pensativa, a jovem já sabia o que estaria por vir.
Pensando no
bem estar de seu esposo, resolveu intervir.
— Muito bem,
queridos, hora de dormir. Papai e eu estamos cansados. Amanhã é o dia de Natal
e nós iremos visitar a vovó.
As crianças
fizeram um olhar desapontado.
— Ah, mamãe,
hoje ficaremos sem ouvir as histórias do papai? — perguntou a menina numa voz
chorosa, abraçando com força seu Wobbuffet de pelúcia.
— Tudo bem,
querida. Eles só me perguntaram o motivo de não nevar aqui. Está tudo bem, eu
consigo.
A mulher
ergueu o cenho, curiosa.
— Por que não
neva em Johto? Não foi por causa daquele caso envolvendo seu Wobbuffet, meu
bem?
Os dois
irmãos ergueram as sobrancelhas, espantados.
— O seu
Wobbuffet fez parar de nevar em Johto, papai?! — perguntaram em uníssono e ao
mesmo tempo.
O homem riu
ao ver os gêmeos caírem na resposta inventada da mãe. Ele adorava quando ela o
ajudava a elaborar temas para as histórias, principalmente quando eles queriam
saber de coisas simples, como o motivo do céu ser azul ou porque chovia, ou
simplesmente a razão do sol ser quente.
A
cumplicidade daquele jovem casal se refletia nas incríveis histórias que
aquelas duas crianças ouviam desde novas.
— Essa
história aconteceu há muito tempo atrás. E tudo começou quando um Pokémon de
gelo foi encontrado... congelado.
A mulher
aproximou-se da outra cama e começou a cobrir a filha, preparando-a para ouvir
a história. Por um segundo, repousou o olhar no boné dourado que o marido
costumava usar durante a juventude como treinador Pokémon, deixando-se envolver
por alguns instantes das incríveis aventuras que viveu com ele quando era mais
jovem.
Se deixando levar
pela voz do pai, logo cada cena narrada começou a tomar forma na cabeça dos irmãos,
como se eles próprios fossem transportados para o mundo em que aquela história
se passava.
Fazia frio. A
neve cobria cada centímetro do chão e se acoplava em cada canto possível,
fazendo com que o branco fosse predominante até além, muito além de onde os
olhos podiam ver. O vento frio espantava os Pokémon que costumavam habitar
aquela rota, fazendo com que procurassem abrigo ou acima das árvores, longe do
chão coberto de neve ou migrando para outras regiões, buscando ir atrás do sol
e climas mais quentes.
Um grupo de
Pokémon, porém, parecia não se importar com o clima extremo e caminhava
solenemente por entre as árvores sem folhas que permaneciam de pé naquele
bosque. Aquelas criaturinhas procuravam qualquer sinal de ajuda para que
prontamente buscassem socorrer quem quer que fosse. Seu líder, Pichu, um ser
amarelo, baixinho com as orelhas pontudas, onde a ponta de uma delas era
dividida em três e ouvidos sempre atentos caminhava com Psyduck, um pato
alaranjado que sofria de fortes dores de cabeça que nunca cessavam que não
escondia o cansaço — e nem poderia, visto que seus pulmões produziam um audível
som grave devido à falta de ar que, somada a exaustão, faziam o Pokémon quase
desmaiar, possibilidade que era alta principalmente após sair machucado da
última missão de resgate, de onde saiu com a nadadeira torcida —, Bulbasaur,
segundo no comando do grupo que tinha uma semente nas costas, sempre pronta
para atacar e defender os colegas, apesar da cara séria e Magby, um Pokémon de
fogo de cara amarrada, visivelmente insatisfeito de estar ali naquele momento.
Aqueles
quatro formavam o conhecido grupo da Equipe de Resgate dos Corações de Ouro, patrulheiros
das florestas e dos bosques (pelo menos, para eles). O corpo quente de Magby
derretia a neve no caminho dos Pokémon, permitindo que eles caminhassem.
— Será que
falta muito para a pausa? Eu acho que vou pegar uma gripe se continuar aqui
fora por mais algum tempo... — reclamou um Psyduck manco.
— Não é só
você... Quero voltar logo pra nossa cabana, de onde a gente não deveria ter
saído PRA COMEÇAR! — Magby realmente não estava nada feliz.
— Acho que
não ajudou muito ter mergulhado naquele lago... Onde já se viu um Magikarp não
saber nadar? Sobrou pra mim entrar na água congelada para resgatá-lo...
— Você é o
Pokémon aquático da nossa trupe, companheiro. Resgatar Pokémon embaixo d’água é
sua área.
— É, apesar
de que sair com a pata machucada não foi nada legal...
— Hey,
Psyduck, se um pato perder a pata ele fica viúvo ou manco?
Psyduck
pareceu não entender a piada de Magby.
— Pera aí, de
que pata estamos falando?
Magby fechou
a cara, completamente frustrado.
— Esqueci que
você é burro que nem uma porta. Prefiro quando você fica reclamando do serviço.
— Desde que
começamos o nosso grupo, todos tiveram ciência de que, faça chuva ou faça sol,
estaríamos dispostos a trabalhar para ajudar a todos os que precisassem. Não
reclamem de um friozinho de nada — advertiu Bulbasaur, que auxiliava Psyduck durante
a caminhada, ajudando o parceiro a se equilibrar.
Todos
permaneceram em silêncio. O grupo voltou a caminhar, mas Magby continuou
parado, olhando para as costas do Bulbasaur.
— O objetivo
da equipe é realmente resgatar Pokémon que precisem de ajuda, mas... Por acaso,
neste momento NÃO TEM NENHUM POKÉMON POR AQUI!
...POR AQUI!
...POR AQUI!
...POR AQUI!
A voz de
Magby ecoava solitária por entre o bosque congelado.
— Eu também
acho. Se nós fôssemos humanos, nem estaríamos trabalhando... — suspirou
Psyduck.
—
Provavelmente estaríamos numa casa confortável enchendo o bucho, ao lado de uma
árvore de Natal imensa... — delirou Magby.
Bulbasaur
tentou não perder a paciência.
— Pelo menos
a vantagem de ser um Pokémon é poder usar um Sleep Powder e fazer vocês pararem de encher o saco. O que acha,
Pichu?
Todos os
demais voltaram sua atenção para o líder, Pichu, que não havia dado uma única
palavra sequer desde o início daquela patrulha.
— Pichu? Você
está bem? — a voz de Bulbasaur tentou chamar a atenção do Pokémon, mas o mesmo
não respondeu. Encarava um ponto fixo e mexia suas orelhas, tentando ouvir algo
que os demais não ouviam.
— Tem alguma
coisa errada... — comentou Pichu de forma séria.
Os outros
três silenciaram-se imediatamente. Focaram sua atenção na área ao redor, que
aparentemente permanecia calma.
— Eu não vejo
nada... — comentou Bulbasaur, tentando concentrar-se nos menores ruídos possíveis
que podiam estar sendo produzidos.
Quase
inaudível, um murmúrio foi ouvido pelo grupo. Nenhum dos quatro Pokémon conseguiu
de forma imediata descobrir de onde ele estava sendo originado, então
caminharam cautelosamente em direções diferentes para tentar descobrir de onde
vinha. O murmúrio abafado ficava cada vez mais concentrado na frente de Magby,
a medida em que o Pokémon se aproximava de um grande volume de neve acumulada
de forma estranha, como se tivesse coberto uma imensa pedra.
— Gente, acho
que isso não é uma pedra gigante... — comentou Magby, observando o estranho
acúmulo mais de perto.
Ao derreter a
neve com cuidado, logo os Pokémon soltaram uma exclamação audível. Aquela pedra
estranha, na verdade, era um Pokémon com uma pele roxa, que nenhum deles sabia
se era devido ao contato com o gelo ou se era sua cor natural, e se assemelhava
a uma figura humana — até usava um belíssimo vestido vermelho. O que chamava a
atenção, no entanto era a expressão de espanto que a criatura fazia, como se estivesse
encarando algo terrível.
— Quem é esse
Pokémon? — questionou Magby.
— É o
Pikachu! — exclamou Psyduck.
— Claro que
não! Se for um Pikachu, eu me recuso a evoluir... — comentou Pichu olhando com
certa aversão a pele enrugada e escura daquele misterioso Pokémon.
— Acho melhor
levá-la para nossa cabana, afinal não sabemos quem ela é e nem como veio parar
aqui. Para descobrirmos, precisaremos fazê-la acordar primeiro — Bulbasaur
aproximou-se do corpo estirado do Pokémon e tentou erguê-lo. — Vamos, equipe,
me dêem uma forcinha aqui.
Os quatro
Pokémon se juntaram para tentar erguer o corpo do Pokémon congelado, mas era
demasiado pesado para eles.
— Psyduck,
vai ficar mais fácil com você levitando o corpo! Use o seu ataque Confusion — pediu Pichu ao companheiro.
Psyduck levou
as patas à cabeça e concentrou-se em seus poderes psíquicos. Apesar de ser um
pato aquático, o Pokémon acreditava veementemente que tinha poderes
sobrenaturais. As íris de seus olhos foram substituídas por um brilho azul, a
mesma cor da aura que envolveu o corpo do Pokémon congelado à sua frente,
levitando-o alguns centímetros do chão, suficiente para que Bulbasaur, Pichu e
Magby pudessem se posicionar embaixo do corpo e erguer suas patinhas (Bulbasaur
utilizava seu Vine Whip para envolver
o Pokémon) para carregá-lo de volta para a Base Secreta onde o grupo se reunia.
A cabana da
Equipe de Resgate dos Corações de Ouro fora construída com muito esmero no topo
da colina próximo à rota completamente tomada pela neve. Era feita basicamente
de madeira e cipós que protegia os Pokémon das condições climáticas e de
predadores que passavam por ali. Além do mais, sua localização permitia uma
vista privilegiada dos arredores, permitindo que o grupo pudesse rapidamente
ter ciência do que acontecia e prontamente se preparar para qualquer situação.
Dentro, uma
decoração simplória dava todo um charme. Não havia cômodos. Quatro camas
dividiam espaço com uma mesa de madeira com quatro cadeiras com uma cesta de
Apricorns em cima, uma lareira e duas janelas com cortinas feitas de seda de
Caterpie. A cabana era simples, mas bastante aconchegante. Tudo o que aqueles
Pokémon tinham de material era apenas eles próprios, as conversas durante as
madrugadas, as brigas e discordâncias comuns em uma relação longa e,
principalmente, o elo de amizade que ligava cada um deles.
Duas camas
foram juntadas para que coubesse o corpo do Pokémon congelado.
— Como a
gente sabe que tá vivo? — perguntou Psyduck, olhando desconfiado para o corpo
do Pokémon resgatado tentando perceber algum sinal vital sem que precisasse
chegar muito perto.
— Bem, esse
Pokémon continua emitindo um barulho estranho, igual você quando dorme, só que
menos irritante — comparou Magby.
— O que vamos
fazer? — quis saber Bulbasaur.
Pichu
aproximou-se do Pokémon e o analisou cautelosamente. Pensou por alguns
instantes antes de virar para seus companheiros.
— Acho que a
coisa mais óbvia a se fazer nesse momento é avisar à polícia.
Bulbasaur,
Psyduck e Magby olharam entre si com as sobrancelhas arqueadas em completa
surpresa.
— Envolver a
polícia? Mas não é perigoso? — perguntou Bulbasaur com um visível temor na voz.
— Perigoso
por quê? — indagou Pichu.
— Eles podem
achar que quem congelou esse Pokémon foi um de nós...
Pichu pareceu
refletir por um momento.
— Mas nenhum
de nós tem golpes de Gelo, não é verdade? Então eu acredito que não temos nada
a temer. É só contar a verdade, afinal, nós realmente
encontramos esse Pokémon congelado enquanto vagávamos pela floresta deserta na
antevéspera de Natal procurando resgatar algum Pokémon necessitado.
Magby
aproximou-se do ouvido de Psyduck.
— Se tem um
discurso mais suspeito do que esse, eu acho que desconheço...
Bulbasaur
caminhou na direção de Pichu e sorriu.
— Bem, se é
isso que você quer fazer, então eu apoio completamente! Mas ao mesmo tempo,
alguém precisa ficar cuidando desse Pokémon... Afinal, nem sabemos o seu nome.
— Não se
preocupem, eu irei sozinho. Fiquem aqui e façam o possível para que esse Pokémon
fique bem.
Pichu
despediu-se dos companheiros batendo uma continência e saindo pela porta de
madeira, encarando o frio e o gelo do lado de fora.
— Será que
ele vai ficar bem? — perguntou Psyduck.
— Ele sabe o
que faz — respondeu Bulbasaur, voltando a atenção ao Pokémon deitado em sua
cama.
***
A delegacia de polícia, localizada
a alguns bons minutos de caminhada da cabana onde a Equipe de Resgate dos
Corações de Ouro fazia sua morada, estava uma bagunça. Telefones gritavam, Growlithes
andavam apressados de um lado ao outro, policiais vociferavam uns contra os
outros e um caos irremediável tomava conta do ambiente. Pichu mal conseguia
ouvir seus próprios pensamentos quando se dirigiu a uma Furret recepcionista
visivelmente estressada com a imensa demanda de trabalho.
— Com licença, eu precisava fazer
um boletim de ocorrência.
— Desculpa, senhor, nós estamos
bastante atarefados por aqui. É alguma emergência?
— Bem, eu acho que sim...
— Muito bem, aguarde, por favor.
Assim que possível, lhe chamarei — avisou Furret sem tirar os olhos da máquina
de datilografia.
Pichu se dirigiu para algumas
cadeiras próximas da recepção e percebeu um Pokémon azul sentado. Com a cara
fechada e fumando um charuto enorme, o estranho lia um papel que tinha a foto
de um cara barbudo. Seus olhos eram cobertos pelo chapéu negro que utilizava, o
que fazia sua identidade ser um verdadeiro mistério para o pequeno Pokémon
amarelo, que aproximou-se daquele cidadão peculiar.
— Com licença, posso me sentar aí?
— perguntou Pichu apontando para uma cadeira vazia ao lado do Pokémon azul.
— Eu não faço ideia do motivo que
o traz até aqui, garoto, mas pode ter certeza que esta delegacia não é lugar
para crianças como você — a voz grave do Pokémon fez Pichu soltar uma
exclamação audível.
— M... Me desculpe, senhor! Eu
estou aqui para prestar queixa sobre um Pokémon, eu não queria atrapalhar.
— Prestar queixa? Acho que você
vai ter que voltar outro dia... Esses Pokémon estão preocupados demais em
procurar Papai Noel...
— Papai Noel? — Pichu pareceu não
entender.
O homem estendeu o papel que lia
para Pichu, que o olhou com atenção.
— HEIN? O PAPAI NOEL DESAPARECEU?!
O Pokémon misterioso deu uma
risadinha.
— Só uma criança pra acreditar
numa coisa assim... Mas sim, é o que dizem os boatos.
Pichu
continuou a encarar o documento com uma expressão incrédula.
— O Natal é
daqui a dois dias... Como é que as pessoas vão ganhar presentes?
— A pergunta
correta a se fazer é: Será que as pessoas vão deixar de ser idiotas e pararão
de acreditar em fantasias? Tch.
Pichu o olhou
curioso.
— Você não
acredita em Papai Noel?
O Pokémon
azul deu uma sonora gargalhada.
— Garoto, eu
sou o maior detetive do mundo Pokémon. Se Papai Noel existir, eu não me chamo
Wobbuffet.
Um Graveler
aproximou-se da dupla e dirigiu-se até Wobbuffet.
— De novo com
esse papo de super detetive? Eu já teria desistido de passar vergonha, se fosse
você.
Wobbuffet
virou a cara e deu uma profunda tragada em seu charuto.
— Não é super detetive, é o maior detetive. Você que acredita em Papai Noel e eu que passo
vergonha.
Os quatro
poderosos punhos de Graveler se fecharam ameaçadoramente.
— Eu só não
te espanco porque estou no meu horário de trabalho...
— Trabalho
esse que não te ocupa o bastante, visto que está aqui sem fazer nada. Fico
imaginando o que seus superiores diriam ao ver essa cena — provocou Wobbuffet
de forma cínica.
Graveler fuzilou
o Pokémon azul com o olhar. Queria esganá-lo até sua cabeça explodir em
milhares de pedacinhos. Notou a presença de Pichu, fazendo-o mudar sua postura
imediatamente.
— O que faz
aqui, baixinho? Se perdeu da sua mãe?
— Não,
senhor. Eu vim fazer um boletim de ocorrência.
— Boletim de
ocorrência? Você não é muito novo pra fazer essas coisas?
— Encontrei
um Pokémon congelado na floresta ainda a pouco e não sabemos o seu nome.
Graveler
ergueu as sobrancelhas.
— Um Pokémon
congelado? Eu até iria perguntar o que um baixinho como você estava fazendo
andando por aí debaixo de toda essa neve, mas vamos pular essa parte por
enquanto. Pode me dizer as características desse Pokémon?
— Ela tem a
pele roxa, está usando um vestido vermelho, tem cabelo loiro... E ah! Tem os
lábios grandões ashim — Pichu fez um
biquinho para tentar ilustrar.
Wobbuffet e
Graveler se encararam de forma séria.
— Pera aí...
Com essa descrição, será que poderia ser a Jynx? — questionou o Pokémon azul.
— A
assistente do Papai Noel que também sumiu recentemente? Só pode ser.
O Pokémon
azul soltou um sorriso sarcástico.
— O que foi?
— perguntou Graveler.
— Um Pokémon
de Gelo achado congelado numa estrada coberta de neve. Que Jynxperdício...
Graveler
massageou a têmpora, com a paciência completamente esgotada.
— Você realmente fez essa piada?
Pichu encarou
os dois com uma expressão confusa.
— Eu não
entendi.