Archive for January 2016
Notas do Autor (Capítulo 8 + Crônica do Gary)
Tivemos uma movimentada semana. Quarta-feira: Primeira crônica especial. Ontem, capítulo novo. Hoje, as nossas Notas do Autor... Acho que vamos começar a ter coisa todo dia! Hahaha
Vamos começar falando do Especial. "Pokémon Chronicles: Diário do Treinador" é, como vocês imaginaram, algo baseado no Pokémon Chronicles do anime original. Episódios aleatórios que tendem à seguir um pouco o que aconteceu fora da aventura de Ash e Pikachu no anime. Levando em consideração os nossos personagens, eu criei uma oportunidade pra eles se mostrarem, assim, vocês podem entender melhor o que se passa na cabeça de cada um deles. Além disso, encontrei uma forma de mostrar pra vocês coisas do cotidiano do Mundo Pokémon. A primeira crônica, por exemplo, mostra como se tornar, em minha concepção, um Líder de Ginásio. Assim, a gente aprende junto também!
As crônicas não serão semanais. Elas irão aparecendo conforme o desenvolvimento da história principal. Elas ainda terão algumas aparições recorrentes nesse começo, pra vocês irem se acostumando com a ideia. Não por causa da ideia em si, mas se vocês notaram, a escrita é diferente. O tempo passa mais rápido e o enfoque é mais na vida do personagem do que em batalhas, por exemplo. É mais humano. Então espero que consigam digerir essas minhas duas formas de contar a história...
Na próxima quarta-feira eu ia trazer pra vocês a crônica sobre o Professor Carvalho, mas, a pedidos, eu vou adiantar o episódio sobre a Lyra. Ela é a personagem que tem mais capítulos no especial, não desmerecendo outros personagens, mas ela tem grande importância no desenvolvimento do Aventuras em Johto, mesmo que apareça pouco. Acho que esses especiais farão vocês entenderem melhor a história e os rumos que ela tomará, além de conhecerem uma Lyra que ainda não teve seu espaço nesse enredo. Espero que vocês não me xinguem. kkk
Sobre o capítulo, nós temos o desfecho do episódio anterior. Nos jogos, o plot da Equipe Rocket é parecido, e só envolve o sequestro de Kurt. Aqui, a gente tem quatro personagens (Amy, Ethan, Forrest e o velho Kurt), além da estreia de um personagem misterioso, o salvador da humanidade, no fim disso tudo. Esse personagem terá aparições frequentes e espero que vocês curtam a personalidade confusa dele. Ele é meu personagem secundário favorito, mas vou parar de elogiá-lo, se não é capaz do Ethan ficar com ciúmes (como se ele já não tivesse motivos o suficiente).
Capítulo que vem, nós temos a batalha pela segunda insígnia de Ethan, no Ginásio de Bugsy (se bem que, se vocês acompanham a página de capítulos, já imaginam o que podem esperar nos próximos capítulos...)
No fim, é só isso por enquanto. Semana que vem a gente conversa mais. =]
Espero que vocês estejam gostando da história e me perdoem se eu tiver esquecendo de algum personagem (cof, cof, Lyra, cof, cof). Vocês sempre podem sugerir ideias ou questionar sobre o sumiço de tal personagem. Às vezes, ele pode estar perdido na Floresta Ilex. Nunca se sabe.
See ya!
Capítulo 8
Ethan estava atordoado. Acordava sentindo-se totalmente dolorido. Sua
visão estava sensível. Sentia um peso nas costas. Tinha flashes do que
acontecera do lado de fora do Centro Pokémon. Estranhamente, Ethan não
conseguia se lembrar de quanto tempo fazia que estava desmaiado, e não sabia
que horas eram, ou se era manhã, tarde ou noite. A única coisa que tinha
certeza era que o lugar onde estava atualmente cheirava muito mal. Um cheio de
esgoto e de mofo impregnava o lugar. Resolveu manter-se quieto até ter certeza
se estava com alguém.
Ouvira passos. Muitos passos. Parecia que a pessoa, ou as pessoas,
estavam caminhando de um lado para o outro vagarosamente. Fazia muito tempo que
não estavam falando nada.
O silêncio foi quebrado por uma das pessoas.
— E então? O que faremos? — Perguntou uma voz feminina.
— Não sei. O que acha, Proton? — Questionou uma voz masculina.
— Que tal cortarmos as cabeças deles como estamos fazendo com os
rabos dos Slowpoke? — Sugeriu Proton de modo frio.
— É uma boa ideia. E quanto a Amy? — A voz feminina tornou a
perguntar.
— Acho que podemos seguir de acordo com o plano. Cê sabe.
Amordaçar, mandar pro Giovanni e pra Ariana e vê-la sendo transformada em
churrasquinho. Eu com certeza vou querer um pedaço. — Riu Proton.
— Muito engraçado você, Proton. — A voz de Silver fora ouvida.
— Qualé, Silver? Se você tivesse senso de humor você com certeza
pegaria mais garotas como eu. — Gabou-se Proton.
— Ao invés de trabalhar, você tem tempo para encontros? —
Perguntou Silver em tom sarcástico.
— Ah, cara, eu sou gostoso. As mulheres não resistem. Haha. —
Disse Proton com um sorriso sarcástico.
— Vocês idiotas deveriam estar presos! — Disse uma voz fraca e
rabugenta de algum lugar do buraco.
— Achei que cê já tava morto, velhote. — Ouviu-se a voz de Proton.
—Solte a gente! Não se pode respeitar nem mais os velhos! Não
basta esses Slowpokes aqui! Nós os amamos! — Berrou o velho.
Um som seco fora ouvido. O velho levou um chute de Proton e caiu
pro lado.
— Kurt, você não está mais naqueles velhos dias. Você podia muito
bem continuar fazendo suas PokéBolas... Mas foi se meter justo conosco... A
Equipe Rocket. — Silver disse em um tom frio, quase como um sussuro.
— Você é um verme! — Berrou Kurt do chão.
— Você acha mesmo que suas palavras me atingem? Sabe... Você sabe
que eu não gosto de me meter com a população... Isso dá um trabalho... Mas
sabe... Quando algumas pessoas interferem em nossos planos, é praticamente
impossível deixa-la livre... — Silver falou sério.
Ethan, do chão, abriu um pouco os olhos e viu Silver dando uma
joelhada no rosto de Kurt que caiu tonto.
Um ódio sem explicação começou a subir por todos os poros do corpo
de Ethan. Seu sangue começou a correr mais rápido nas veias e seu coração bateu
tão veloz que batia na garganta do garoto. Passou a mão na cintura, mas não
sentiu suas PokéBolas.
— Mas, é claro, que a Equipe Rocket é superior a todos os
cidadãos. Por isso, quando vai matar alguém, não deixa nenhum tipo de esperança
de sobrevivência para ela. A não ser que ela realmente mereça. Com treinadores
Pokémon, por exemplo... Obviamente que não somos patéticos de deixa-los com os
Pokémon. Não é, Ethan? — Silver aproximara do garoto deitado e chutou seu
estômago. Ethan sentiu o ar fugir de seus pulmões e um breu cobrir seus olhos.
Contorcia-se no chão e sentiu um líquido quente subiu pela sua garganta.
Espirrava sangue.
— Todos estão presentes aqui? Ótimo. — Silver caminhava pelo poço.
Ethan sentava se recuperando e examinava o local. Forrest estava com o olho
roxo e hematomas em seu rosto. Amy estava sentada, de cabeça baixa, porém, seu
chapéu estava pousado ao seu lado. Seus cabelos estavam desgrenhados. Haviam
vários Pokémon rosados parecendo tristes junto dos humanos e pilhas de caixas
de madeira guardadas em um canto. O tal Kurt era velho, baixinho, calvo com
cabelos prateados e nariz grande. Estava com um fio de sangue escorrendo pela
boca e os dois olhos roxos. Sua aparência estava horrível.
— Já que estamos todos aqui, quero apresentar-lhes todos. Aqui,
temos Ethan. Um “projeto de herói” que tive o desprazer de conhecer em New
Bark, quando roubei o Totodile, agora Croconaw, do laboratório do “renomado”
Elm. — Disse Silver se aproximando de Ethan e o puxando pela gola da camisa. — Vamos
terminar aquela batalha. — Disse dando com ignorância uma PokéBola para Ethan.
— Aqui? Agora? — Perguntou Ethan.
— Sim. Com medo? — Perguntou Silver com um sorriso.
— Medo? Quem deveria sentir medo aqui era você. — Respondeu Ethan.
— Ui, ui, ui, ui... Nunca te ensinaram a falar direito com seus
superiores? Tsc tsc. — Sorriu Silver sarcasticamente.
Os dois lançaram suas PokéBolas. Metapod saiu da capsula de Ethan
e um Zubat saiu da PokéBola de Silver.
— “Zubat, um Pokémon
Morcego. Enquanto voa, ele constantemente emite ondas ultra-sônicas de sua boca para verificar seus arredores. Capaz de voar com
segurança em locais escuros, ele emite esses gritos sônicos para verificar quaisquer
obstáculos a sua frente”. — Registrou a PokéAgenda de Ethan.
— Pode vir.
— Metapod, String Shot!
O Pokémon casulo lançou um fio de seda de sua boca, mas Zubat desviou
rapidamente.
— Já vi que vai acabar rápido. Zubat, Wing
Attack.
O Zubat de Silver desceu rasgando e atingiu em cheio Metapod que caiu no
chão.
— Metapod!
— Pokémon do Tipo Voador é forte contra um Pokémon do Tipo Inseto. Um
último ataque e au revoir. Wing Attack.
— Disse Silver, frio.
— Metapod, Harden!
Zubat novamente desceu o céu do poço e atingiu Metapod que se protegeu
graças ao Harden.
— Metapod, aguente! — Gritou Ethan para Metapod que continuava levando o Wing Attack de Zubat.
O morcego azul atingiu uma última vez o casulo verde que foi arremessado
longe.
— Metapod! — Gritou Ethan.
— Heh... Muito fácil. — Disse Silver.
Um brilho
emanou dos fundos da caverna, para onde Metapod havia voado. Um Pokémon veio
voando de lá e investiu fortemente contra Zubat.
— “Butterfree, um Pokémon Borboleta. É a forma
evoluída de Metapod. Ele coleta mel todos os
dias. Ele esfrega mel em seus pêlos e em
suas pernas para levar de volta
para o seu ninho. Um pó repelente de água em suas asas permite levar mel
até mesmo na mais pesada das
chuvas”. — Informou a PokéAgenda de Ethan.
— Evoluiu? — Silver exclamou.
— Obrigado, Butterfree... Você evoluiu para me ajudar e aos meus
amigos. Vamos acabar com esses idiotas da Equipe Rocket. — Ethan olhou para a
PokéAgenda ainda em sua mão — Use Confusion!
As íris dos olhos de Butterfree tornaram-se opacas. Zubat começou
a agir estranho e caiu no chão.
— Zubat! — Exclamou Silver.
Um jato d’água surgiu da superfície e começava a alagar a caverna.
Depois disso, pedras de gelo começaram a cair feito meteoros reduzindo
bruscamente a temperatura.
— O que é isso? — A mulher que estava com Silver perguntou
assustada.
— Devem ser ataques de Pokémon... — Disse Silver.
— Hydro Pump e Ice Shard. — Forrest disse de repente do
chão. — Baseado na potência da água, ela pode ter origem de dois grandes
canhões... Possivelmente, é um Blastoise que está fazendo isso. Agora, já o Ice Shard, eu não posso dizer, já que muitos Pokémon aprendem esse
ataque.
— Pode ser talvez de um Lapras. — Disse Amy que dissera alguma
coisa após muito tempo calada.
Silver e os outros dois capangas da Equipe Rocket se entreolharam.
Eles sabiam de quem aquele Blastoise e aquele Lapras pertenciam.
— Ele está lá em cima. —
Disse Silver.
— Então finalmente ele veio... — Disse Proton.
— Vamos sair daqui. Com os Pokémon que a gente tem, é impossível
derrota-lo. — Disse a garota.
— Concordo. Nos encontraremos depois, Amy. — Falou Silver olhando para
a garota que permanecia sentada com água no pescoço.
— FUJAM MESMO, COVARDES! — Berrou Ethan.
Um terremoto começou no local. Ethan correu até Kurt e conseguiu
solta-lo das cordas que o mantinham preso em uma parede. O chão ainda tremia
violentamente.
— Kurt, você sabe onde fica a saída? — Perguntou Ethan.
— Sei, é por ali... — Disse o velho apontando para perto de onde a
água e o gelo vinham cada vez mais fracos, cessando.
— Forrest, cuida da Amy, — Disse Ethan ao amigo que estava junto
da garota.
— Pode deixar. — Disse Forrest.
Ethan mal deu dois passos e uma forte onda de sono surgiu do nada.
Kurt pesou sobre seus ombros e ele viu Forrest e Amy se ajoelharem.
— Sleep Powder! —
Exclamou Ethan não aguentando mais e caindo já adormecido.
***
Amanhecia no Centro Pokémon. Em um dos quartos da enfermaria,
Ethan acordava com uma atadura ao redor da cabeça. Tossia bastante. Se sentia
confortável com o cheiro de lavanda vinda das cobertas da cama onde estava. Via
uma Chansey conferindo sua prancheta médica que estava posicionada ao pé da sua
cama. As paredes róseas, quase brancas, traziam um ar calmo. Ao olhar para o
lado, via Kurt tomando uma sopa. Parecia muito melhor do que quando o garoto o vira
no Poço Slowpoke.
— Dormiu bem, garoto? Já está a quase três dias dormindo direto! —
Exclamou Kurt.
— Caramba, três dias? Nem pareceu... O senhor está bem, eh...
— Kurt. Meu nome é Kurt. Lembra-se? Sou um produtor de PokéBolas
aqui na Cidade Azalea. — Disse o velho. — Sim, estou bem. Estou bem melhor do
que você. Haha.
— Parece mesmo...— Sorriu Ethan simpático.
— Você não tem muita sorte, não é? Um garoto como você dar de cara
assim logo com aqueles cretinos da Equipe Rocket...
— Pois é... Mas... Quem são eles?
Kurt terminara de tomar a sopa. Uma das Chansey assistentes viera
recolher o prato. Assim que a Pokémon rosa saiu do quarto, Kurt inspirou e
começou a contar.
— A Equipe Rocket é um grupo de pessoas lideradas por um tal de
Giovanni que ganha dinheiro vendendo Pokémon contrabandeados. Eles roubam
Pokémon de treinadores e vendem por preços absurdos.
— Mas que filhos da mãe! — Exclamou Ethan com raiva.
— A cidade Azalea era conhecida como “Cidade dos Slowpoke”. No
entanto, a Equipe Rocket há uns seis meses chegou aqui e começou a roubar os
Slowpoke da cidade. Então, arrancaram seus rabos e começaram a vender em
restaurantes ao redor do mundo. — Disse Kurt com um olhar triste.
— Ninguém conseguiu impedi-los de cometer esse tipo de atrocidade
com os Pokémon? — Perguntou Ethan.
— Há três anos, um garoto da Cidade de Pallet, na região vizinha,
Kanto, derrotou sozinho a Equipe Rocket e o seu líder, Giovanni, que era o
Líder do Ginásio da Cidade de Viridian. Depois disso, ele foi para o Mt.
Silver, aqui em Johto, esperando que alguém realmente forte fosse batalhar
contra ele.
— “Red”? Eu já ouvi falar nele... Ele é considerado o maior
treinador Pokémon do mundo, né? O verdadeiro Mestre Pokémon? Não por ter
derrotado a Equipe Rocket, mas por ter estratégias que derrubou até a imbatível
Elite 4?
— O próprio. Desde então, Red nunca mais apareceu em público, mas
muitos dizem ver o relâmpago do Pikachu dele de longe quando ele está
treinando.
— Obrigado pela informação, Senhor Kurt.
— Disponha, jovem.
Ethan levantou da cama e saiu do quarto. Viu um Chansey sair de um
quarto vizinho e resolveu espiar. Bingo. Era o quarto onde Amy e Forrest
estavam deitados.
Ethan entrou no quarto. Forrest ainda dormia, mas Amy estava
acordada mexendo em seu notebook. Ela suavemente fechou a tela assim que viu
Ethan se aproximar.
— Melhor?
— Um pouco, sim. Obrigada.
— Amy, poderia vir comigo até o terraço? Queria perguntar uma
coisa. — Falou Ethan.
— Posso sim. —Disse a garota levantando-se da cama. Ethan percebeu
que ela estava com ataduras nos braços e com um curativo na testa, onde podia
se ver uma mancha de sangue seca. Resolveu deixar o costumeiro chapéu na
cabeceira da cama.
Caminharam um pouco pelos corredores do Centro Pokémon até
encontrarem uma porta de vidro com uma vista para a bela cidade de Azalea. O
sol estava a pino e o céu bastante azul. Inclusive, via-se Pokémon correndo
pelas rotas ao redor da cidade.
— Então, o que queria me perguntar? — Perguntou Amy.
— Bem... Nós não nos conhecemos muito... Mas queria saber por que
a Equipe Rocket estava te perseguindo. — Disse Ethan fazendo Amy emudecer-se
por um momento.
— Desculpe, mas eu não posso falar sobre isso com você. —
Respondeu direta.
— Não ache que eu sou intrometido... Mas eu realmente acho que
você é uma pessoa fantástica. — Amy ficou um pouco envergonhada. — Acho que a
Equipe Rocket quer alguma coisa de você. Mas eles são uns cretinos, então não
boa coisa não deve ser.
— Onde quer chegar?
— Você está viajando sozinha?
— Sim. Estou fazendo uma pesquisa investigativa.
— Sobre o quê?
— Eu também não posso te falar a respeito.
— Por que não viaja com a gente?
— Não, obrigada.
Forrest chegava até o terraço onde Ethan e Amy conversavam. Seu
olho roxo já não era mais evidente, porém, havia alguns arranhões em seu rosto.
— Forrest! Está melhor? — Perguntou Ethan ao amigo.
— Estou sim, Ethan. Desculpem, naquela hora no quarto eu não pude
deixar de ouvir que vocês viriam para cá.
— Tá tudo bem. Estou falando com a Amy sobre aquele ataque da
Equipe Rocket. O que acha da ideia de a termos como companheira de jornada?
— Acho que seria uma ótima ideia! Até porque não podemos deixa-la
ser pega pela Equipe Rocket. Ainda mais agora que temos certeza de que ela é um
alvo daqueles cretinos. De novo
Ethan sorriu.
— Viu? Forrest tem a mesma opinião que eu.
— Já disse que não. Isso pode ser perigoso...
— “Perigo”? Eu rio na cara do perigo! Ha-ha-ha! — Imitou Ethan.
— Amy, não queremos te forçar a nada. Ethan e eu estamos viajando
sozinhos pela região. E se você estiver com a gente, poderemos te proteger
daqueles idiotas. E ter uma garota com a gente pra aturar as idiotices desse aí
— E apontou para Ethan. — vai ser ótimo.
— Ei! — Retrucou Ethan olhando com cara feia para Forrest. Amy
sorria.
— Nossa, a gente conseguiu te fazer rir! — Exclamou Ethan.
— Conhecemos a Equipe Rocket. E conhecemos suas habilidades. —
Disse Forrest.
— Está errado. — Falou Amy
séria.
Ethan e Forrest a encaravam.
— Por quê? — Perguntou Ethan.
— A Equipe Rocket não é apenas Silver e Proton. Existem agentes
que são muito mais poderosos que eles. E que podem estraçalhar vocês apenas com
um golpe de seus Pokémon.
Ethan a encarou com um olhar intrigado.
— Como você sabe disso?
Amy fez uma cara de quem tinha falado demais.
— E-Eu não posso contar nada pra vocês.
— Não se preocupe, não vamos insistir. A gente vai provar pra você
que podemos ser de confiança. Mas pra isso, você precisa conviver e dar uma
chance pra gente. — Disse Forrest estendendo a mão.
Amy olhava para os garotos. Ela não queria deixa-los em perigo.
Sabia do que a Equipe Rocket era capaz. O primeiro contato com Ethan que tivera
no laboratório do Professor Elm a fizera se sentir protegida e não sabia o
porquê do garoto passar essa sensação. Não havia conversado com Forrest ainda,
mas o tempo em que passara cuidando dela no Poço Slowpoke quando Ethan estava
desacordado fora imenso. Eles não podiam ser os melhores parceiros do mundo,
mas Amy não descartava a possibilidade de ter guarda-costas enquanto seu plano
era executado.
A garota apertou a mão de Forrest. Nascia ali uma amizade um tanto
quanto estranha e exótica.
— Vamos viajar juntos então! — Disse Amy sorrindo.
— Finalmente ela cedeu! — Disse Ethan comemorando. — Mas, espera
aí... Você sabe cozinhar?
— Quase nada... — Disse Amy.
— Vish... Agora ferrou... — Disse Ethan com um olhar depressivo.
— Ainda bem que meu irmão é um grande chefe de cozinha e me
ensinou muita coisa. — Disse Forrest.
Ethan sorriu e comemorou.
— Amy é nossa companheira. Forrest é nosso cozinheiro. Falta mais
o quê?
— Você se tornar um treinador melhor. — Disse Forrest.
— Pra que é que eu abro a minha boca? — Disse Ethan de uma forma
deprimida fazendo Amy dar boas risadas.
Ethan descobriu um pouco sobre a Equipe Rocket e sobre Red. Amy,
misteriosa como sempre, topou seguir viagem com ele e Forrest como estratégia
de seu plano. Mas, perguntas ainda assombram tudo isso. Que plano será esse?
Quem será que era o treinador que atacou o Poço Slowpoke? Quais serão as
surpresas que virão a seguir? Respostas destas e de outras perguntas virão
muito em breve.
Crônica 1
Já fazia três anos desde que Red
vencera a Equipe Rocket.
Já fazia três anos desde que Red
se tornara um ídolo.
Já fazia três anos desde que Red
se tornara um Mestre Pokémon.
Já fazia três anos desde que Gary
Carvalho se tornou o cabeça da Elite dos 4.
Naquele verão, eles haviam
decidido correr atrás do sonho de serem Mestres Pokémon. Escolher um Pokémon,
sair em viagem, vencer os mais poderosos treinadores de Kanto e serem
reconhecidos.
Naquele verão, eles tinham
objetivos em comum. Infelizmente, só um deles tinha acesso a vaga. Por isso,
eles iriam competir entre si para ver quem seria o melhor. Eles eram rivais.
Naquele verão, tudo começou.
E foi assim que Gary Carvalho
acordou naquela manhã. Acordou com pensamentos nostálgicos, na época em que ele
era uma jovem criança que sonhava demais. O tempo passou, ele continua sendo o
campeão da Elite dos 4 da Liga Pokémon, mas ele continua sentindo a estranha
sensação de não pertencer àquele lugar. Ele continuava com a sensação de ser a
sombra de alguém.
Ele nunca conseguiu a glória que
imaginava. Ele venceu a imbatível Liga Pokémon. Mas ninguém falava sobre isso.
Somente comentavam de Red. O todo poderoso Red. Eles vieram da mesma cidade.
Eles se fortaleceram juntos. Gary o venceu em muitas batalhas. Mas Red
continuava sendo idolatrado.
Quando Gary venceu a Elite dos 4
pela primeira vez, não deu tempo de se gabar muito. Red apareceu e o venceu
numa batalha, arrasando a glória conquistada. Gary ficou muito chateado, mas
percebeu que ficar xingando o rapaz não adiantaria nada. Meses se passaram e Gary,
junto com seu avô, o Professor Carvalho, começou a entender melhor os Pokémon.
Eles não eram objetos. Eles não
eram ferramentas de batalhas. Eram seres vivos.
Seres vivos...
Gary precisava trata-los como tal.
Alguns meses depois, Gary desafiou
Red para uma revanche, saindo vencedor e recuperando o título de cabeça da
Elite dos 4.
“Pé no chão, Gary, pé no chão...”,
o rapaz dizia para si mesmo.
Alguns dias atrás, Gary fora
desafiado por Lance, um dos membros da Elite 4.
O evento fora transmitido simultaneamente para Kanto e Johto, e as
regiões aclamavam aquele combate épico.
“O Dragonite colossal
batalhava contra um monstruoso Blastoise. Ambos tinham o mesmo nível, seus
ataques eram precisos e poderosos. A arena de batalha tremia a cada comando.
— Essa batalha no
Planalto Índigo está emocionante! O campeão Gary Carvalho já teve quatro dos
seus seis Pokémon derrotados, enquanto o desafiante misterioso da Cidade de
Blackthorn utiliza apenas o seu segundo Pokémon, Dragonite! Que batalha
emocionante!” — Era
o que o narrador informava.
Gary
perdeu aquela batalha. O Dragonite de Lance era muito poderoso. Também pudera.
O Mestre dos Dragões se gabava de sua equipe. Derrotou os Pokémon de Gary um
por um. Blastoise. Alakazam (que ao menos havia derrotado Gyarados). Rhydon.
Arcanine. Pidgeot. Exeggutor. Foi uma humilhação.
Definitivamente,
Gary não estava em um ano bom.
Resolveu
então deixar seu posto como Campeão da Liga Pokémon, passando-o para Lance.
Desde então, o Mestre dos Dragões nunca fora derrotado.
Passou
um tempo de férias no laboratório de seu avô, Samuel Carvalho, onde o auxiliou
em pesquisas e terminou de completar a PokéDex (com o auxilio de seu eterno
rival, Red). Começou a entender coisas que não havia percebido. Começou a ser
mais estratégico. Começou a entender seus Pokémon.
Porém
havia um problema. Ele estava na zona de conforto. Não trabalhava. Continuava
sendo o “Neto do Carvalho”. Isso o incomodava.
Após
um tempo, recebeu a noticia que o Ginásio da Cidade de Viridian estava
procurando um Líder. Incentivado por seu avô, resolveu tentar a vaga. Viajou
para a sede da Liga Pokémon, em Saffron, para fazer a prova de aptidão. Passou
com louvor.
Hoje
o encontramos chegando no Ginásio para o último teste: O exame prático. Havia
escolhido seus seis melhores Pokémon, dos mais variados tipos, para não ser
pego de surpresa. Após respirar fundo, abriu as portas e entrou.
O
Ginásio estava vazio. Seus passos ecoavam por todos os cantos. Um homem estava
de costas, no lugar que pertence aos Líderes de Ginásio. Fazia algumas
anotações. Gary parou no meio do campo de batalha e pigarreou alto.
O
rapaz se virou. Ele era nerd. Forte. Seus óculos escoriam pela ponte do nariz.
Fazia anotações em sua prancheta enquanto a franja seu cabelo oleoso insistia
em tampar seus olhos. Em sua camisa, uma etiqueta informava seu nome: “Carl”.
“Você deve ser o... Gary Carvalho”, disse o jovem
Carl, meio fanho, olhando a ficha.
Gary
começou a tirar sarro do jovem rapaz. Magrelo, míope e ainda por cima, todo
engomadinho... Era alvo fácil.
Carl
era profissional. Conseguiu não levar a sério as piadinhas do interessado ao
cargo de Líder. Então disse as regras: Gary poderia usar todos os Pokémon que
tivesse contra os Pokémon de Carl.
“Tá
tranquilo. Vou vencer fácil”. Era o que Gary pensava.
Treinadores
a postos, o duelo começou. Carl saiu na frente lançando sua PokéBola. Dela, um
Honchkrow saiu voando pelo Ginásio para esticar suas belas asas.
Gary
achou melhor começar pelos ares também. Seu imenso Pidgeot saiu da PokéBola e,
alcançando o ar, pareceu provocar o pequeno Honchkrow gorducho.
Treinadores
se movimentaram. “Air Slash”, ordenou
Gary. Carl comandou “Wing Attack”.
Os
dois Pokémon se confrontaram com agilidade. As asas de Pidgeot, no entanto,
causaram maior dano. O Pokémon de Gary era claramente de um nível superior.
A batalha entre os dois voadores continuou por
um bom tempo, até que Pidgeot levou a melhor, derrotando Honchkrow.
1
x 0 para Gary.
Carl
usou seu próximo Pokémon: Steelix. Gary, em vantagem, usou Arcanine. Ainda que
o poderoso Pokémon de Carl fosse ágil, não era capaz de se defender do Arcanine
de Gary. Bastou alguns Flare Blitz e
o gigante já estava nocauteado.
Gary
começou a achar aquilo tudo muito fácil. Terceiro Pokémon de Carl: Slowking.
As
coisas começaram a ficar mais sérias.
Arcanine
se movia rápido, porém, seus movimentos eram contidos pelo Psychic. Gary não conseguia pensar em uma estratégia. Começava a
ficar nervoso. Ataques diretos não funcionavam. Com um último ataque, Arcanine
caiu nocauteado.
Gary
começou a perder a paciência. Seu próximo escolhido foi Machamp.
Slowking
novamente começou a utilizar seus poderes psíquicos. Machamp não durou cinco
minutos.
Gary
estava irritado.
Com
Rhydon, Gary conseguiu manter-se um pouco mais na linha, já que seu Pokémon era
feito de força bruta. Mas, dessa vez, Carl deu cabo de Rhydon usando outras
táticas. Um combo de Water Pulse e um
poderoso Water Gun finalizou o
terceiro Pokémon de Gary.
O
rapaz tentou manter a calma. O irritava que Carl não dissesse nenhuma palavra.
Apenas prestava atenção na batalha.
Gary
escolheu seu quarto Pokémon: Exeggutor. Voltava a estar em vantagem.
Era
um duelo psíquico. Os dois Pokémon liam a mente um do outro, estavam sempre um
passo a frente dos golpes do oponente. Porém, Gary derrubou o oponente com
algumas rodadas de Leaf Storm.
“Esse
é meu último Pokémon”, anunciou Carl antes de lançar Shuckle.
Gary
dessa vez pensava antes de agir.
Retornou Exeggutor e botou Pidgeot de volta na batalha. Porém, esquecera que
enfrentava um oponente que, ainda que fosse do Tipo Inseto, era também do Tipo
Pedra. Pidgeot confrontava o oponente dos céus, mas a defesa do pequeno era
gigantesca. Carl derrubara Pidgeot de forma fácil utilizando o Rollout.
Quando
Gyarados tomou o campo de batalha, Carl pareceu temer aquele dragão. A batalha
foi intensa. Gyarados atacava com o Waterfall,
super efetivo contra o pequeno Shuckle, que resistia bravamente. Atacando com Rollout, Gyarados ficava irritado,
perdendo a concentração tentando atingir Shuckle. Só que, além de forte, ele
era rápido. Adicionando o fato de o Pokémon ser pequeno, Gyarados não conseguia
mirar direito e Shuckle, incrivelmente, acabou levando a melhor com sucessivos
ataques Rollout.
Era
o último Pokémon de Gary contra o último Pokémon de Carl. Exeggutor assumia o campo de batalha. Os
treinadores já estavam exaustos. Quando Carl mandou Shuckle utilizar o Rollout novamente, percebeu que o
Pokémon havia se esgotado de tanto usar esse golpe sucessivamente contra
Gyarados.
Gary
rapidamente fez Shuckle dormir com o Hypnosis.
Incapaz de reagir, Shuckle caiu nocauteado após receber um Leaf Storm.
Carl
sentia o suor escorrer pelo rosto. Retornou seu Pokémon e voltou a fazer
algumas anotações em sua prancheta.
Gary,
sempre impaciente, o questionou sobre a batalha e se havia conseguido a licença
de Líder de Ginásio.
Ao
se retirar do Ginásio, Carl apenas disse: “Entraremos em contato”.
Algumas
semanas depois, Gary já era, oficialmente, Líder do Ginásio de Viridian.
Hoje
em dia, Gary Carvalho costuma pagar muitas multas e dar muitos esclarecimentos
à Liga Pokémon. Ele é o único Líder de Ginásio que nunca está no posto.
Geralmente, pode ser encontrado nas Ilhas Cinnabar, ao Sul de Kanto, ou no
laboratório Pokémon de seu avô, na Cidade de Pallet. Ele continua suas
pesquisas Pokémon para conseguir ser um bom treinador e quem sabe um dia
conseguir vencer Red num mano a mano. Mas afinal, ele tinha do que se orgulhar:
Ele tinha um cargo que seu rival não tinha conseguido ainda.
Pokémon Chronicles: Diário de Treinador
Pokémon Chronicles: Diário de Treinador é uma série de especiais do Aventuras em Johto com episódios "one-shots". São histórias paralelas que ocorrem ou não junto com o enredo principal que focam em alguns personagens secundários da história, como rivais, vilões e até mesmo alguns Pokémon. Confira um pouco mais sobre a história não contada de seus personagens favoritos e como eles se comportam quando não estão perto de Ethan, Amy e Forrest. Viaje alguns anos no passado e explore os caminhos dos tempos atuais. Veja os pontos de vista diferentes sobre certos eventos da história principal e mergulhe um pouco mais na cabeça de cada personagem.
Crônica 1: Gary Carvalho
Crônica 2: Lyra
Crônica 3: Amy
Crônica 4: Festival
Crônica 5: Gold & Crystal
Crônica 6: Lyra (Parte 2)
Crônica Final: Wonder Trade
Crônica 2: Lyra
Crônica 3: Amy
Crônica 4: Festival
Crônica 5: Gold & Crystal
Crônica 6: Lyra (Parte 2)
Crônica Final: Wonder Trade
Notas do Autor (Capítulo 7)
Mais uma semana, mais um capítulo. Mais uma vez, o destino (ou o autor) faz Amy encarar a Equipe Rocket. A partir de agora, essas tretas passarão a ser mais frequente e a obsessão de Silver por Amy se tornará mais intensa... Nem preciso dizer que a treta foi plantada, né?
Ethan e Forrest finalmente chegam de forma triunfal na Cidade de Azalea, onde acontecerá a segunda batalha de ginásio do rapaz. Mas nenhum dos dois poderia imaginar que encontrariam a misteriosa Amy e a Equipe Rocket. E acho que nem vocês, leitores. O próximo capítulo será a continuação direta desses eventos e um novo personagem aparecerá. Um grande personagem. Será que vocês conseguirão descobrir quem ele é? Liguem seus faros de detetive!
Na próxima semana a gente se vê. =D
See ya!
Capítulo 7
Após ganhar sua primeira insígnia da Liga Pokémon, Ethan e Forrest
seguem rumo à Cidade de Azalea, onde está o próximo Ginásio. No entanto, a
viagem deles até a próxima cidade esperaria mais um tempo.
— Falta muito pra chegarmos a Azalea? — Perguntou Ethan
cabisbaixo.
— Temos que cruzar a Rota 31... — Disse Forrest olhando um mapa
portátil.
— Cara, eu sei que a gente tem que cruzar a Rota 31... Nesse mapa
que você arranjou no Centro Pokémon não tem quanto tempo falta pra chegar?
— Cara, isso é um papel. Não é um computador de última geração. —
Respondeu Forrest indiferente
—Mas eu tô com fome... — Disse Ethan botando os braços na barriga
que roncava alto.
— Se você não estivesse me arrastado pra cá assim que saímos do
Ginásio, a gente poderia ter parado pra lanchar no Centro Pokémon. Mas
nããããããão, “eu tenho que chegar logo em Azalea para conseguir minha segunda
insígnia logo!”. — Disse Forrest imitando o que Ethan havia dito sem tirar os
olhos do mapa.
— Aff, cara...Você não facilita, não é? — Disse Ethan vencido. —
Mas ainda estou com fome.
— Ao invés de ficar reclamando, por que não vai treinar seus
Pokémon? Caterpie não teve nenhuma batalha ainda. E não garanto que usar
Quilava e Sandshrew de novo vai dar certo. Você venceu uma batalha de Ginásio,
mas não garanto nada que vai vencer o próximo desafio. — Disse Forrest sério.
— Tem razão, Forrest...
Saia, Caterpie! — Disse Ethan lançando seu Pokémon.
O Pokémon Verme saiu da PokéBola e parecia feliz. Depois de tanto
tempo confinado, voltar a sentir a brisa do ar livre era muito bom.
— Caterpie! Vambora treinar! — Disse confiante.
Caterpie afirmou com a cabeça e deu um olhar confiante.
— É isso aí! Gostei de ver, Ethan! — Disse Forrest sorrindo.
Uma explosão fora ouvida. Ethan e Forrest caíram no chão e muitas
pessoas de preto começaram a sair dos bosques ao redor da rota.
— Mas o quê?! O que tá acontecendo aqui? — Disse Ethan assustado.
— Ethan, olha! Esses caras todos parecem estar perseguindo aquela
garota! — Disse Forrest apontando.
Ethan sentou-se e olhou na direção que Forrest apontava. Todos os
homens de fato corriam atrás de uma garota. Parecendo cansada, a garota
segurava um chapéu que Ethan já tinha visto há algum tempo. E pela roupa, o
garoto não se enganava.
— Nossa, cara! Aquela é a Amy! — Exclamou Ethan levantando-se de
forma ágil.
— “Amy”? Você a conhece? — Perguntou Forrest.
— Sim! Eu a conheci no Laboratório do Professor Elm há um tempo.
— Acho que nem se você a conhecesse a gente deixaria de ajudar,
não é? — Disse Forrest sacando uma PokéBola.
— De fato. — Disse Ethan pegando duas PokéBolas que restavam da
sua mochila.
— Rhyhorn, vai! — Forrest lançou sua PokéBola.
— Quilava, Sandshrew, eu escolho vocês! — Disse Ethan imitando
Forrest e jogando suas PokéBolas.
— Eu começo. Vou fazer esses idiotas tropeçarem. Rhyhorn, Earthquake!
Rhyhorn correu na frente e jogou seu peso no chão. Um terremoto
começou a espalhar-se e os capangas da Equipe Rocket começaram a cair
desequilibrados.
— Quilava, Ember! Sandshrew, Rapid Spin!
Quilava disparou brasas de fogo de sua boca e Sandshrew enrolou-se
em torno do próprio corpo e saiu girando para a frente atingindo capangas da
Equipe Rocket que se levantavam. As chamas de Quilava os faziam gritar de dor.
— Caterpie, String Shot!
— Exclamou Ethan.
Caterpie lançou-se na frente do treinador e lançou um jato de fios
de sua boca. Os capangas da Equipe Rocket que estavam no chão se contorcendo de
dor por causa das queimaduras foram todos amarrados e presos na seda de
Caterpie. Amy olhou para trás ao ver que não estava mais sendo seguida e
encarou Ethan.
— Amy! — Ethan exclamou e correu até a garota.
— E... than... — Suspirou e desmaiou nos braços do garoto.
— Forrest! Temos que fazer alguma coisa agora! — Berrou para o
amigo.
— Rhyhorn, venha aqui! — Gritou para o Pokémon.
O rinoceronte chegou correndo e parou ao lado de Ethan.
— Coloque-a no Rhyhorn. Vamos leva-la até o Centro Pokémon de
Azalea.
— Tá. — Disse colocando a menina no lombo do grande Pokémon cinza.
Ethan e Forrest retornaram seus Pokémon e montaram em Rhyhorn que
partiu correndo para onde Forrest apontava: A entrada da cidade de Azalea.
Silver chegara. Viu um Pokémon cinza com pessoas montadas partindo
para leste e viu os capangas da Equipe Rocket feridos e amordaçados por fios de
seda.
— O que está acontecendo aqui? Cadê a Amy? — Perguntava para um
dos Rockets.
— Nós a estávamos perseguindo. Mas eu acho que demos de cara com
amigos dela que nos pegaram desprevenidos... — Disse um.
— Vocês têm Pokémon para quê? Idiotas! — Exclamou Silver nervoso.
O ruivo refletia sobre a informação que acabara de ter. Amy fora
resgatada por... Amigos?
— “Amigos” você disse? Mas a Amy não tem amigos... Pra que lado
eles foram? — Perguntou Silver novamente.
— Acho que eles estavam indo para Azalea... — Disse outro dos
capangas.
— Azalea? Hum... Mudança de planos. Todos vocês, retornem para a
base. — Disse Silver.
Todos os capangas, ainda amordaçados, começaram a se entreolhar.
— Idiotas... Croconaw, Scratch.
— Silver liberou um Pokémon de tamanho médio que parecia um crocodilo
bípede azul e amarelo. Tinha três conjuntos de pontos vermelhos em seu corpo:
um com três pontos em sua cabeça, como uma crista, um com dois pontos em suas
costas, e uma ponta afiada em forma de diamante em sua cauda. Manchas pretas
cercavam seus olhos, que tinham íris vermelhas. Sua mandíbula inferior era
amarela e acentuada, e seu peito tinha um padrão assimétrico, amarelo
semelhante a uma pele de animal manchada. Era a forma evoluída de Totodile.
Croconaw usou as garras para cortar toda a seda que prendia os
capangas Rockets. Assim que todos estavam libertados, Silver deu um passo à
frente e começou a falar.
— Voltem para a base. Esqueçam o que o Giovanni falou.
Os capangas começaram a olhar nervosos entre si.
— Mas Silver, é loucura desobedecer a uma ordem do Giovanni! — Disse
um.
— Somos loucos, meu caro. Amy está indo para Azalea. Não se
preocupem, Proton dominou a cidade. Estamos com agentes escondidos por todos os
cantos. Logo, meu pai terá a Amy, que tornou-se a queridinha dele também. Nunca
o vi tão fissurado por algo quanto agora... — Disse Silver aos agentes.
— Então Giovanni vai pegá-la em Azalea? — Perguntou um dos
capangas.
— Sim. Por isso quero que vocês voltem para a base e avisem-no. O
resto é comigo. — Disse Silver.
— Certo! — Disseram os capangas se retirando da rota.
Silver conseguiu o que queria. Conseguiu ficar sozinho para pegar
Amy sem ninguém atrapalhar. E agora que sabia sua localização exata, nada
poderia detê-lo.
***
Ethan, Forrest e a desmaiada Amy finalmente chegavam à Cidade de
Azalea e cavalgavam com Rhyhorn até o Centro Pokémon.
— Enfermeira Joy, nos ajude! — Ethan entrou berrando.
— O que foi, o que foi? — Perguntou a enfermeira de cabelos róseos
assustada com a entrada repentina do garoto.
— Ajude minha amiga! Por favor! — Exclamava o garoto apontando
para Amy.
— Eu vou tentar ao máximo. Por favor, tenha calma. Chansey, por
favor! — Disse Joy chamando um Pokémon rosa com uma espécie de ovo guardado em
uma bolsa na barriga.
— “Chansey, um Pokémon Ovo.
Ele caminha com cuidado para evitar quebrar seu ovo. No entanto, é extremamente
rápido em fugir. Sendo poucos em número e difíceis de capturar, dizem que trás
felicidade para o treinador que o pega”. — Informou a PokéAgenda de Ethan.
— Cuide dela, por favor... — Pediu Ethan.
— Não se preocupe. Eu vou fazer o possível. — Confortou a
enfermeira.
Trinta minutos se passaram e Ethan e Forrest aguardavam sentados
na grande recepção do Centro Pokémon. Ali estava vazio. Não havia nenhum
treinador, fora Ethan e Forrest, esperando alguma recuperação de algum Pokémon.
— Será que ela vai ficar bem? — Perguntou Ethan preocupado.
— Não se preocupe, cara. Tenho certeza que a Enfermeira Joy está
fazendo um bom trabalho.
O barulho da porta da sala de exames fora ouvido e passos se
aproximavam da recepção.
— Garotos? — Chamou Joy.
Os garotos levantaram e se dirigiram até a enfermeira.
— E então? Como está Amy? — Ethan logo perguntou.
— Não se preocupe. Ela vai ficar bem. Só precisa de descanso. Os
ferimentos nas pernas e nos pés vão logo sarar.
— Ufa, é um alívio. Bom saber que a gente conseguiu fazer um bom
trabalho! — Exclamou Forrest.
— É verdade... Eu não só não consigo entender o porquê daqueles
caras estarem perseguindo a Amy... É estranho. — Disse Ethan pensativo.
— Bem, há respostas pra tudo. E eu acho que logo elas aparecerão.
— Disse Forrest.
Uma explosão fora ouvida. As portas de vidro na entrada do Centro
Pokémon foram explodidas. Cacos de vidro voavam para todos os lados, fazendo
Ethan, Forrest e a Enfermeira Joy se jogarem no chão para se protegerem. Alguém
entrava no Centro Pokémon, mas devido a fumaça, ninguém conseguiu ver quem era.
— Quem está aí? — Chamou Ethan do chão sem obter resposta.
— Mas que droga! Com essa fumaça toda não podemos ver nada! —
Ouviu-se a voz de Forrest.
— Sandshrew, tente desfazer a fumaça com Rapid Spin! — Disse Ethan lançando uma PokéBola.
Sandshrew começou a girar ao redor do corpo no chão fazendo a
fumaça desaparecer aos poucos devido ao vento que fazia, como um
mini-ventilador.
O Centro Pokémon já se tornava visível. Ethan levantou-se e seguiu
até a sala de exames onde estava Amy. Viu que a porta estava arrombada.
— Amy! — Chamou Ethan adentrando a sala.
A sala estava escura. De alguma forma, o invasor conseguiu
desligar as luzes da sala. Ethan só conseguiu pensar em uma solução para
iluminar o lugar.
— Vai, Quilava! — Disse lançando uma PokéBola.
Assim que saiu da cápsula, Quilava liberou chamas dos buracos em
seu corpo e graças a elas, Ethan conseguia enxergar melhor.
A sala não era muito grande. Tinha tamanho médio. Havia pôsteres
de Pokémon e de informações sobre primeiros socorros. Estava vazia.
— Ora... Parece que nos encontramos de novo, não é? — Chamou uma
voz fria que Ethan já ouvira.
Virando-se, deparou com um garoto ruivo de olhos vermelhos frios
que olhava com desprezo.
— Silver! O que está fazendo aqui? O que quer? — Perguntou Ethan
em tom nervoso.
— Bem, não lhe interessa... O que procuro é a Amy. E você não tem
nada a ver com isso.
— O que quer com ela?
— Acertar umas contas.
— Deixe ele em paz, Silver. — Ressoou uma voz feminina pela sala.
Amy estava de ataduras e encarava Silver de forma séria.
— E por que eu deixaria seu namorado em paz? É ele que tá falando
besteira pra mim, Amyzinha. — Disse Silver com um sorriso sarcástico.
— Já disse que eu não vou te dar nada.
— Tem certeza, Amy? Você não conseguirá fugir por muito tempo. —
Disse Silver aproximando-se.
— Fica parado, babaca. — Disse Ethan.
— “Babaca”? Bem, acho que você não se conhece direito, não é,
garoto? — Disse Silver com um sorriso sarcástico.
— Silver, me deixe em paz. Você e a Equipe Rocket vão se
arrepender se continuarem me enchendo. — Falou Amy.
— “Equipe Rocket”? — Perguntou Ethan olhando para Amy e Silver sem
entender.
— Parece que você ouviu demais, idiota. — Disse Silver com um
sorriso sínico agora bem próximo de Ethan que ia cada vez mais para trás
tentando proteger Amy que continuava tentando fazer Ethan sair da sala.
— Não se aproxima, babaca! — Disse Ethan desferindo um soco em
Silver que cambaleou para trás.— Vambora, Amy! — Exclamou o rapaz puxando Amy
pela mão.
Silver recuperou os sentidos e começou a correr atrás dos garotos
que rumavam à saída.
— Vocês. Me. Cansaram. — Silver disse nervoso jogando uma
PokéBola.
Croconaw saiu e avançou em Ethan e Amy que desviaram por pouco.
— Que Pokémon é esse? — Disse Ethan sacando a PokéAgenda.
— “Croconaw, um Pokémon
Grande Mandíbula. É a forma evoluída do Totodile. Há sempre 48 presas que
revestem a sua boca. Ele abre as suas enormes mandíbulas quando ataca. Se ele quebra
quaisquer dentes ao morder, eles voltam a crescer”. — Informou a
PokéAgenda.
— Um Pokémon do Tipo Água... Nossa, me ferrei... Quilava, SmokeScreen! — Pediu Ethan.
Quilava produziu uma fumaça que lançou de sua boca. Silver e
Croconaw ficaram cegos por um instante, o que deu tempo de Ethan e Amy cruzarem
as portas do Centro Pokémon.
Forrest e a Enfermeira Joy já estavam do lado de fora. Viaturas da
Polícia começaram a chegar. Silver saiu correndo com Croconaw atacando com Water Gun fazendo com que os motores das
viaturas pifassem. Um dos jatos d’água atingiram Quilava que caiu nocauteado.
— Quilava! — Exclamou Ethan.
— Pokémon do Tipo Fogo são fracos contra golpes do Tipo Água! —
Disse Forrest.
— Vai, Caterpie! String Shot!
— Disse Ethan lançando o Pokémon em batalha.
O verme fez sair fios de seda de sua boca, prendendo e
imobilizando Croconaw.
— Tackle!
Caterpie correu até Croconaw investindo-lhe no estômago. O golpe
pareceu surtir efeito, mas Silver logo olhava para o Pokémon.
— Bite! — Disse o ruivo.
Croconaw mordeu os fios de seda rompendo-os e logo em seguida,
mordeu a cabeça de Caterpie.
— Caterpie! — Berrou Ethan.
Da boca de Croconaw, Caterpie começou a brilhar. Seu corpo estava
mudando de forma e começava a ficar maior. Caterpie estava evoluindo.
— Metapod, um Pokémon
Casulo. É a forma evoluída de Caterpie. Dentro do casulo, é mole e fraco.
Ele permanece imóvel nesse casulo. Ele se prepara para a evolução pelo
endurecimento de seu casulo, fazendo assim uma defesa para seu corpo mole. — Registrou
a PokéAgenda.
— “Endurecimento”? Heheh... Metapod, Harden! — Disse Ethan.
Metapod emitiu um brilho. Croconaw fazia um esforço visível, mas
não conseguia partir a cabeça de Metapod. O esforço foi tanto que Croconaw acabou
quebrando um dente.
— Sand, vai! Ajude o Metapod! — Disse Ethan lançando sua PokéBola.
Sandshrew saiu da PokéBola e mirou em Croconaw. Girou ao redor de
si mesmo e um raio em forma de estrela saiu do corpo e dirigiu-se ao inimigo.
— Sandshrew aprendeu um golpe novo? — Perguntou Ethan.
— É o Swift! — Exclamou
Forrest.
Croconaw caiu nocauteado. Metapod olhou para Ethan e caiu
desmaiado também.
— Retorne, Metapod! — Disse Ethan retornando o novo Pokémon.
Amy olhava Ethan querendo dizer algo.
Uma fumaça toxica começou a impregnar o local. Todos ali presentes
começaram a tossir e desmaiar. Amy olhou para trás e viu um Koffing soltando Poison Gas ao lado de um homem com uma
boina negra que cobria os cabelos azuis e encarou aquele olhar azul frio.
Proton fora a última coisa que a garota vira antes de perder a
consciência. Ethan também não conseguira aguentar e nem salvar a colega.
Resistira o máximo que pode. O garoto ao menos conseguira retornar seus Pokémon
e vira Amy e Forrest desmaiarem inconscientes. Deixou-se tomar por uma visão
esbranquiçada e perdeu os sentidos. Nem sentira quando tocou o chão
violentamente.