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Posted by : Dento
Jan 27, 2016
Já fazia três anos desde que Red
vencera a Equipe Rocket.
Já fazia três anos desde que Red
se tornara um ídolo.
Já fazia três anos desde que Red
se tornara um Mestre Pokémon.
Já fazia três anos desde que Gary
Carvalho se tornou o cabeça da Elite dos 4.
Naquele verão, eles haviam
decidido correr atrás do sonho de serem Mestres Pokémon. Escolher um Pokémon,
sair em viagem, vencer os mais poderosos treinadores de Kanto e serem
reconhecidos.
Naquele verão, eles tinham
objetivos em comum. Infelizmente, só um deles tinha acesso a vaga. Por isso,
eles iriam competir entre si para ver quem seria o melhor. Eles eram rivais.
Naquele verão, tudo começou.
E foi assim que Gary Carvalho
acordou naquela manhã. Acordou com pensamentos nostálgicos, na época em que ele
era uma jovem criança que sonhava demais. O tempo passou, ele continua sendo o
campeão da Elite dos 4 da Liga Pokémon, mas ele continua sentindo a estranha
sensação de não pertencer àquele lugar. Ele continuava com a sensação de ser a
sombra de alguém.
Ele nunca conseguiu a glória que
imaginava. Ele venceu a imbatível Liga Pokémon. Mas ninguém falava sobre isso.
Somente comentavam de Red. O todo poderoso Red. Eles vieram da mesma cidade.
Eles se fortaleceram juntos. Gary o venceu em muitas batalhas. Mas Red
continuava sendo idolatrado.
Quando Gary venceu a Elite dos 4
pela primeira vez, não deu tempo de se gabar muito. Red apareceu e o venceu
numa batalha, arrasando a glória conquistada. Gary ficou muito chateado, mas
percebeu que ficar xingando o rapaz não adiantaria nada. Meses se passaram e Gary,
junto com seu avô, o Professor Carvalho, começou a entender melhor os Pokémon.
Eles não eram objetos. Eles não
eram ferramentas de batalhas. Eram seres vivos.
Seres vivos...
Gary precisava trata-los como tal.
Alguns meses depois, Gary desafiou
Red para uma revanche, saindo vencedor e recuperando o título de cabeça da
Elite dos 4.
“Pé no chão, Gary, pé no chão...”,
o rapaz dizia para si mesmo.
Alguns dias atrás, Gary fora
desafiado por Lance, um dos membros da Elite 4.
O evento fora transmitido simultaneamente para Kanto e Johto, e as
regiões aclamavam aquele combate épico.
“O Dragonite colossal
batalhava contra um monstruoso Blastoise. Ambos tinham o mesmo nível, seus
ataques eram precisos e poderosos. A arena de batalha tremia a cada comando.
— Essa batalha no
Planalto Índigo está emocionante! O campeão Gary Carvalho já teve quatro dos
seus seis Pokémon derrotados, enquanto o desafiante misterioso da Cidade de
Blackthorn utiliza apenas o seu segundo Pokémon, Dragonite! Que batalha
emocionante!” — Era
o que o narrador informava.
Gary
perdeu aquela batalha. O Dragonite de Lance era muito poderoso. Também pudera.
O Mestre dos Dragões se gabava de sua equipe. Derrotou os Pokémon de Gary um
por um. Blastoise. Alakazam (que ao menos havia derrotado Gyarados). Rhydon.
Arcanine. Pidgeot. Exeggutor. Foi uma humilhação.
Definitivamente,
Gary não estava em um ano bom.
Resolveu
então deixar seu posto como Campeão da Liga Pokémon, passando-o para Lance.
Desde então, o Mestre dos Dragões nunca fora derrotado.
Passou
um tempo de férias no laboratório de seu avô, Samuel Carvalho, onde o auxiliou
em pesquisas e terminou de completar a PokéDex (com o auxilio de seu eterno
rival, Red). Começou a entender coisas que não havia percebido. Começou a ser
mais estratégico. Começou a entender seus Pokémon.
Porém
havia um problema. Ele estava na zona de conforto. Não trabalhava. Continuava
sendo o “Neto do Carvalho”. Isso o incomodava.
Após
um tempo, recebeu a noticia que o Ginásio da Cidade de Viridian estava
procurando um Líder. Incentivado por seu avô, resolveu tentar a vaga. Viajou
para a sede da Liga Pokémon, em Saffron, para fazer a prova de aptidão. Passou
com louvor.
Hoje
o encontramos chegando no Ginásio para o último teste: O exame prático. Havia
escolhido seus seis melhores Pokémon, dos mais variados tipos, para não ser
pego de surpresa. Após respirar fundo, abriu as portas e entrou.
O
Ginásio estava vazio. Seus passos ecoavam por todos os cantos. Um homem estava
de costas, no lugar que pertence aos Líderes de Ginásio. Fazia algumas
anotações. Gary parou no meio do campo de batalha e pigarreou alto.
O
rapaz se virou. Ele era nerd. Forte. Seus óculos escoriam pela ponte do nariz.
Fazia anotações em sua prancheta enquanto a franja seu cabelo oleoso insistia
em tampar seus olhos. Em sua camisa, uma etiqueta informava seu nome: “Carl”.
“Você deve ser o... Gary Carvalho”, disse o jovem
Carl, meio fanho, olhando a ficha.
Gary
começou a tirar sarro do jovem rapaz. Magrelo, míope e ainda por cima, todo
engomadinho... Era alvo fácil.
Carl
era profissional. Conseguiu não levar a sério as piadinhas do interessado ao
cargo de Líder. Então disse as regras: Gary poderia usar todos os Pokémon que
tivesse contra os Pokémon de Carl.
“Tá
tranquilo. Vou vencer fácil”. Era o que Gary pensava.
Treinadores
a postos, o duelo começou. Carl saiu na frente lançando sua PokéBola. Dela, um
Honchkrow saiu voando pelo Ginásio para esticar suas belas asas.
Gary
achou melhor começar pelos ares também. Seu imenso Pidgeot saiu da PokéBola e,
alcançando o ar, pareceu provocar o pequeno Honchkrow gorducho.
Treinadores
se movimentaram. “Air Slash”, ordenou
Gary. Carl comandou “Wing Attack”.
Os
dois Pokémon se confrontaram com agilidade. As asas de Pidgeot, no entanto,
causaram maior dano. O Pokémon de Gary era claramente de um nível superior.
A batalha entre os dois voadores continuou por
um bom tempo, até que Pidgeot levou a melhor, derrotando Honchkrow.
1
x 0 para Gary.
Carl
usou seu próximo Pokémon: Steelix. Gary, em vantagem, usou Arcanine. Ainda que
o poderoso Pokémon de Carl fosse ágil, não era capaz de se defender do Arcanine
de Gary. Bastou alguns Flare Blitz e
o gigante já estava nocauteado.
Gary
começou a achar aquilo tudo muito fácil. Terceiro Pokémon de Carl: Slowking.
As
coisas começaram a ficar mais sérias.
Arcanine
se movia rápido, porém, seus movimentos eram contidos pelo Psychic. Gary não conseguia pensar em uma estratégia. Começava a
ficar nervoso. Ataques diretos não funcionavam. Com um último ataque, Arcanine
caiu nocauteado.
Gary
começou a perder a paciência. Seu próximo escolhido foi Machamp.
Slowking
novamente começou a utilizar seus poderes psíquicos. Machamp não durou cinco
minutos.
Gary
estava irritado.
Com
Rhydon, Gary conseguiu manter-se um pouco mais na linha, já que seu Pokémon era
feito de força bruta. Mas, dessa vez, Carl deu cabo de Rhydon usando outras
táticas. Um combo de Water Pulse e um
poderoso Water Gun finalizou o
terceiro Pokémon de Gary.
O
rapaz tentou manter a calma. O irritava que Carl não dissesse nenhuma palavra.
Apenas prestava atenção na batalha.
Gary
escolheu seu quarto Pokémon: Exeggutor. Voltava a estar em vantagem.
Era
um duelo psíquico. Os dois Pokémon liam a mente um do outro, estavam sempre um
passo a frente dos golpes do oponente. Porém, Gary derrubou o oponente com
algumas rodadas de Leaf Storm.
“Esse
é meu último Pokémon”, anunciou Carl antes de lançar Shuckle.
Gary
dessa vez pensava antes de agir.
Retornou Exeggutor e botou Pidgeot de volta na batalha. Porém, esquecera que
enfrentava um oponente que, ainda que fosse do Tipo Inseto, era também do Tipo
Pedra. Pidgeot confrontava o oponente dos céus, mas a defesa do pequeno era
gigantesca. Carl derrubara Pidgeot de forma fácil utilizando o Rollout.
Quando
Gyarados tomou o campo de batalha, Carl pareceu temer aquele dragão. A batalha
foi intensa. Gyarados atacava com o Waterfall,
super efetivo contra o pequeno Shuckle, que resistia bravamente. Atacando com Rollout, Gyarados ficava irritado,
perdendo a concentração tentando atingir Shuckle. Só que, além de forte, ele
era rápido. Adicionando o fato de o Pokémon ser pequeno, Gyarados não conseguia
mirar direito e Shuckle, incrivelmente, acabou levando a melhor com sucessivos
ataques Rollout.
Era
o último Pokémon de Gary contra o último Pokémon de Carl. Exeggutor assumia o campo de batalha. Os
treinadores já estavam exaustos. Quando Carl mandou Shuckle utilizar o Rollout novamente, percebeu que o
Pokémon havia se esgotado de tanto usar esse golpe sucessivamente contra
Gyarados.
Gary
rapidamente fez Shuckle dormir com o Hypnosis.
Incapaz de reagir, Shuckle caiu nocauteado após receber um Leaf Storm.
Carl
sentia o suor escorrer pelo rosto. Retornou seu Pokémon e voltou a fazer
algumas anotações em sua prancheta.
Gary,
sempre impaciente, o questionou sobre a batalha e se havia conseguido a licença
de Líder de Ginásio.
Ao
se retirar do Ginásio, Carl apenas disse: “Entraremos em contato”.
Algumas
semanas depois, Gary já era, oficialmente, Líder do Ginásio de Viridian.
Hoje
em dia, Gary Carvalho costuma pagar muitas multas e dar muitos esclarecimentos
à Liga Pokémon. Ele é o único Líder de Ginásio que nunca está no posto.
Geralmente, pode ser encontrado nas Ilhas Cinnabar, ao Sul de Kanto, ou no
laboratório Pokémon de seu avô, na Cidade de Pallet. Ele continua suas
pesquisas Pokémon para conseguir ser um bom treinador e quem sabe um dia
conseguir vencer Red num mano a mano. Mas afinal, ele tinha do que se orgulhar:
Ele tinha um cargo que seu rival não tinha conseguido ainda.
Queria a Lyra ;-;
ReplyDeleteMano coitado do Gary sempre o segundo,sempre derrotado,sempre mais legal que o red acha que ele pode voltar a ser campeão ele luta bem tem estratégia e percebe os dois lados da luta,observando os pokemons adversários.
Os episódios da Lyra ainda não são pra agora. Vão aparecer mais pra frente ainda, só um pouquinho. kkk
DeleteO Gary sempre foi o segundo mesmo. Vivendo na sombra do Red... Acho que isso acabou sendo uma motivação pra ele correr atrás de tudo, de ser o melhor. Os dois são poderosos, cada um a sua maneira e, por causa disso, um tende a equilibrar o outro. Não faço ideia se Gary aparecerá na história de novo, mas eu precisava estrear esse especial com ele, já que ele também foi importante no plot de Kanto e Johto. =]
Que crônica maravilhosa! E fiquei com pena do Shigeru. Sempre em segundo lugar, derrotado pelo Red... será que um dia ele ficará em primeiro lugar? ;-;
ReplyDeleteAnyway, boa crônica! Quero a Lyra, agora.
Acho que o Gary é um personagem meio desvalorizado. Ele tem as mesmas origens do Red e até hoje não foi reconhecido... Acho que isso mudou um pouco a forma que ele via as coisas e mudou a concepção do que era ser treinador. Deve ser por isso que ele via seus Pokémon mais como objetos para ter poder, mostrar-se mais forte. Eu, particularmente, acho ele um personagem fantástico que tem muito potencial. Por causa disso ele foi o escolhido de estrear esse especial. Que bom que você gostou. =D
Delete*aplaudindo de pé*
ReplyDeleteEsta crónica foi tão nostálgica, e...
*choro intenso*
Consegui detetar algumas diferenças da história principal e acho isso muito interessante para a distinção entre elas...
*som do choro*
FOI O GARY QUE SALVOU O ETHAN E COMPANHIA NÃO FOI?!?!?!
*heart attack*
Yo Angel!
DeleteQue bom que você curtiu esse especial. É uma escrita diferente, são detalhes diferentes que complementam a história principal. São essas diferenças que acabam complementando o enredo, então quero ver se você fica atento pra encaixar as pontas...
Será que foi o Gary mesmo? Façam suas apostas!
See ya!
Opa, cá estamos com essa primeira crônica!
ReplyDeleteCara, você mandou muito bem nessa! É sempre interessante a gente saber como se deu a trajetória de um líder de ginásio até ocupar o posto, e acho que o Gary realmente tinha que ser o primeiro. Ele é um líder de ginásio peculiar. Se não me engano, é o único em todas as gerações que se tornou líder depois de ser campeão. Temos a Iris em Unova, mas ela fez o caminho oposto.
Sempre a sombra do Red parece escurecer o caminho que o Gary tem pela frente, mas a maneira como ele tira isso como motivação para se tornar cada vez melhor é uma lição e tanto. Fico agora me perguntando se ele vai aparecer pela frente em Johto.
É isso man, excelente trabalho! õ/
Yo, Sigert!
DeleteQue bom que curtiu essa abordagem. Eu quis fazer algo diferente pra essas crônicas, além de retratar outros personagens secundários da história, eu queria imaginar como é que funcionam as funções do Mundo Pokémon... Acho legal compartilhar isso com os leitores, às vezes eles pensam igual ou de maneira diferente. A graça é essa.
O Gary usar o Red como motivação é uma coisa muito bacana. Afinal, ele podia querer ferrar o Red, passar por cima dele... Acho que isso torna o personagem maduro. Aparições de Gary por Johto não serão tão frequentes, visto que ele tem o cargo de Líder de Ginásio... Mas talvez, em alguma escapadinha, ele apareça por aí. =]
Espero que continue acompanhando.
See ya!