- Back to Home »
- Capítulos »
- Capítulo 63
Gyarados e Magneton se
encaravam sem piscar. Ambos analisavam o oponente em busca de algum ponto
fraco, algo que pudesse ser efetivo já no primeiro movimento. Nenhum dos dois
Pokémon ousava subestimar seu adversário, afinal, aquela batalha carregava um
enorme peso psicológico, não se podia dar sorte ao azar.
— Eu sinto pena de você me
enfrentar primeiro. Eu não me
subestimaria se fosse você, meu objetivo aqui é impedir que você prossiga no
desafio para enfrentar meus colegas — disse Katharina, a Gyarados, de forma
ameaçadora, intimidando Faísca.
— Não se preocupe... Eu não
te subestimo — respondeu o Pokémon ímã.
Katarina deu uma risadinha.
— Você quem tem a vantagem,
mas parece tão... Temeroso... O que acontece? Logo você, um guerreiro com uma
belíssima armadura de metal, tão imponente... — Gyarados caminhava lentamente
na direção de Magneton, deferindo palavras num sussurro hipnotizante,
ostentando um sorriso diabólico. — Acho que você não passa de um pedaço de
lata.
A Pokémon Dragão avançou
com violência na direção de Faísca e o mordeu com força. O Bite de Gyarados fez com que Magneton titubeasse — GYARADOS’s Intimidate cuts MAGNETON’s
attack! — e desse alguns passos para trás. Seu oponente era poderoso e o
nervosismo tomava conta do Pokémon elétrico. A serpente dracônica aproveitou o
gancho que lhe era oferecido e passou a balançar sua cauda de uma maneira
circular, girando ao redor do próprio eixo. Uma corrente de ar foi se juntando
e transformando-se em um grande tornado, arremessado em direção à Magneton que
foi jogado para longe, caindo com força no chão. O dano foi absorvido pela
carapuça de metal que o Pokémon vestia, mas Faísca continuava amedrontado pelos
golpes sofridos — MAGNETON flinched! —.
Katharina ria com um prazer
mórbido. Sua risada fazia Faísca tremer, ele sabia que apesar de exercer
vantagem sobre o oponente, Gyarados atacava o psicológico, desestabilizando
totalmente o rival para que Magneton não conseguisse executar qualquer ataque.
O Pokémon de Metal
ergueu-se, apesar da tremedeira, e encarou sua oponente de forma séria.
— Se eu soubesse que eu
perderia meu tempo te ouvindo falar asneira, eu tinha te atacado antes.
Gyarados fechou a cara. Os
imãs de Faísca começaram a brilhar e a girar em alta velocidade.
— SonicBoom!
— bradou Faísca invocando o ataque.
Ondas sonoras poderosas atravessaram
o campo de batalha em um piscar de olhos, atingindo em cheio o peito de
Gyarados, empurrando a dragão alguns metros para trás. O primeiro golpe de
Magneton fora executado com sucesso. Com o peito ardendo e fumegando, Gyarados sentia
uma ira que ia crescendo dentro de seu peito e que se espalhava por cada veia
do seu corpo com uma queimação que vinha da ponta de sua enorme cauda, passava por
cada escama de seu corpo e chegou em sua garganta, transformando-se em uma bola
de energia que ia crescendo exponencialmente.
— Maldito! Dragon Rage!
— bradou Katharina, lançando um luminoso feixe azul na direção de seu oponente.
Aquele golpe atingiu Faísca em cheio, ardendo como fogo em sua armadura de
metal. O impacto do ataque com o Pokémon fez subir uma fosca cortina de fumaça
e Gyarados permaneceu atenta para qualquer movimento de Faísca, que era mais
lento do que ela.
A expressão de Katharina
mudou de apreensiva para surpresa quando ouviu as palavras profanadas por
Faísca.
— Você realmente não poupa
energia em seus ataques. Não a toa tem a função de impedir que os lutadores prossigam
em seu desafio. Mas seu problema é que...
Faíscas fagulhavam dos imãs
que permaneciam firmes ligados ao corpo do Magneton.
— ...Seu problema é que
você fala demais.
Katharina gritou quando
sentiu seu corpo sendo atingido por uma intensa descarga elétrica. Seus
músculos travaram, a Pokémon caiu no campo de batalha, contorcendo-se enquanto
seu corpo se contraía. O choque em si foi curto, mas os efeitos se provariam
ser de longo prazo durante aquela batalha.
A Pokémon levantou-se com
dificuldade e encarou Faísca com ódio. Seu orgulho a impedia de sofrer aquele
tipo de humilhação. Faísca devolvia a encarada com um olhar curioso, atento aos
próximos passos da grande Gyarados. Ao ver que a oponente estava paralisada e
não iria se mover tomou a frente para golpeá-la.
Os três imãs de Faísca começaram
a girar em sincronia. De cada um deles, um brilho era emitido, cada um de uma
cor. O de cima, amarelo, o da esquerda, azul e o da direita, vermelho. As três
luzes aumentavam de intensidade e de tamanho e o espectro delas formavam um
triângulo perfeito. Faísca bradou de forma firme o nome do golpe, como se de
alguma maneira, aquela atitude pudesse ser convertida em uma força a mais para
aquele movimento.
— Tri Attack!
As três esferas de energia
foram disparadas na direção de Gyarados. Por um breve segundo, três elementos,
fogo, gelo e eletricidade, se tornaram um só, fundindo-se em um único raio
poderoso que atingiu em cheio o tórax de Katharina, que caiu para trás e não
levantou mais.
Faísca não teceu nenhum
comentário. Aquela vitória não significava nada, ainda havia outras duas
batalhas pela frente. Quando viu o segundo oponente surgir em sua frente, teve
a certeza de que a partir daquele instante, não seria fácil se manter de pé.
Nadia, a Dragonair que há
muito habitava as lendas da Cidade de Blackthorn, graciosamente caminhava até o
campo de batalha. Faísca, imediatamente, deixou-se surpreender pela imagem do
Pokémon que mantinha uma postura majestosa, superior, como a verdadeira
mandante daquele lugar.
— V-você? Eu não imaginei
que lutaríamos tão cedo...
Nadia sorriu.
— Katharina caiu. Claro que
muito me surpreende, visto que nossa guardiã foi derrubada. Você não é um
oponente fraco, reconheço seu poder. Mas não posso deixar você e seus colegas
darem sequer mais um passo dentro de meus domínios. Chegou minha vez de
demonstrar o verdadeiro poder dos Pokémon Dragões. Já adianto meu sincero
pedido de desculpas por ser tão apelativa, mas acredito que você seja um
Pokémon sortudo por poder, em breve, afirmar que foi derrotado por mim.
Faíscas eram emitidas dos
ímãs de Magneton que não escondia sua raiva.
— Como você pode ter tanta
certeza de que vai me derrotar? — questionou Faísca de forma séria.
A Dragonair respondeu com
um sorriso de deboche.
— Como você pode ter tanta
certeza de que não será derrotado?
Faísca começou atacando com
Sonicboom, mas Nadia esquivou das
ondas sonoras como uma folha ao vento, em uma dança hipnótica que fazia seu
corpo dracônico e esguio se mover com precisão, desviando do golpe sem
dificuldades.
— Vai precisar de mais do
que isso pra me atingir. Thunderbolt!
O orbe azul que Dragonair
tinha no pescoço começou a emanar um brilho amarelado. Faíscas elétricas
subiram pelo ar na velocidade da luz e juntaram-se em um único raio poderoso
que atingiu Faísca em cheio. Não era apenas por ser um Pokémon Elétrico, mas
aquele golpe não chegava perto da ferocidade que o Magneton havia sentido em
seu treinamento nas montanhas. Até parecia que Nadia não havia utilizado todo
seu poder — ou pelo menos, acreditava que aquele choque seria o bastante para
derrubá-lo, porque ou ela o subestimava como oponente ou porque não considerava
como um oponente realmente forte. De toda forma, aquilo foi o bastante para que
Faísca se irritasse.
— Por que você poupa seus
ataques?! Por que é que você não me ataca com tudo o que tem? — bradou para sua
oponente.
— Quem me subestima é você.
Você quem quer definir tudo com golpes diretos sem sequer pensar em uma
estratégia.
— Eu não tenho estratégia?
Que tal isso? Thunderwave!
Dos imãs magnéticos de
Magneton saíram faíscas elétricas que rapidamente cruzaram o campo de batalha e
atingiram Nadia em cheio. A Dragonair
soltou um grito de dor e caiu ao chão, sentindo seus músculos paralisarem com o
golpe. Faísca não baixou a guarda, observou de longe sua oponente tentar
erguer-se do chão.
— Dançar para se esquivar
dos meus ataques é uma ideia fantástica... Mas será que você vai conseguir
continuar dançando depois de paralisada?
Nadia começou a rir. Uma
risada que se iniciou como um cochicho e foi crescendo, tomando uma forma além
da cômica, sendo um riso maníaco, beirando à insanidade. Faísca permanecia
encarando sua oponente completamente estupefato. Com certeza aquilo não tinha a
ver com senso de humor algum.
Como se estivesse se
despindo, Dragonair começou a contorcer-se. Aos poucos, ela foi se soltando de suas
escamas e deslizando como uma serpente pelo chão do campo de batalha, deixando
para trás uma cópia fantasma de si mesma, sem vida. A Troca de Pele* de
Dragonair deixou Faísca de boca aberta. A paralisia não fazia efeito em Nadia.
— O que você dizia mesmo
sobre dançar? — perguntou Nadia de forma maliciosa. — Você é quem está ficando
sem truques.
Uma bola de fogo surgiu na boca de Dragonair. Ao perceber o calor subir, Faísca tentou pensar rapidamente em alguma maneira de se defender, mas não existia. O Fire Blast foi disparado em um grande círculo de fogo que aumentava em proporção, inflamando e ardendo como uma enorme fogueira que, ao atingir Magneton, espalhou-se em brasas que se espalharam por todos os lados. Faísca veio ao chão, completamente desfalecido.
— Estratégia não se resume
apenas à força bruta... Espero que você
pelo menos tenha algo diferente para me mostrar.
Quagsire subia no campo de
batalha e olhava os arredores com certa fascinação. A arena de batalha em cima
de um rio de lava parecia um cenário assustador demais, mas o encantamento com
aquela arquitetura fantástica era ainda muito maior do que qualquer tipo de
ameaça.
— Então, de quem foi a
ideia de fazer um campo de batalha dentro de um vulcão?
— De que isso importa? — questionou Nadia.
— É que, sei lá... É perigoso. Se alguém usar Earthquake, não explode o Ginásio inteiro?
— Não se preocupe, a estrutura é
reforçada. Você vai se preocupar mais com a arquitetura do campo de batalha ou
com nosso duelo?
— Eu não me sinto muito seguro...
— Então permita-se mostrar como a arena funciona. Dragon Pulse!
Dragonair bateu a cauda que brilhou
em um tom azulado com força no chão. As ondas de impacto uniram-se e formaram
uma enorme bola de energia que atingiu Quagsire em cheio. O Pokémon aquático,
por um instante, segurou a respiração e sentiu o forte impacto contra um dos
pilares que sustentavam o teto do Ginásio. Caiu sentado e demorou alguns
segundos para que levantasse e encarasse sua oponente novamente.
— Você bate forte.
— Obrigada. Eu diria que
são anos de prática — respondeu Nadia de forma irônica.
— Agora é minha vez de
atacar, certo? — questionou Quagsire, respondendo um aceno positivo da
Dragonair.
Da cauda do Pokémon
aquático surgiu uma torrente de água corrente que foi aumentando e se
expandindo como um enorme chicote. Quagsire deu um salto e mirou em Dragonair,
girando seu corpo no ar e atingindo Nadia com precisão. O Aqua Tail deu
um acerto crítico — Critical Hit! — em sua oponente, fazendo
com que Dragonair desse alguns passos para trás.
Nadia ergueu a cabeça de
forma majestosa. Encarou Quagsire de maneira séria, como se fosse capaz de
enxergar o interior da sua alma. Testava-o antes de atacá-lo, queria descobrir
os limites de sua força. Aquele Aqua Tail
era, sim, forte, mas aquele Pokémon precisaria de muito mais do que aquilo
para conseguir derrubá-la.
— Fire Blast!
A voz de Nadia ecoou pelo
campo de batalha enquanto uma intensa bola de fogo era produzida no interior do
corpo de Dragonair. O calor intenso não chegou a incomodar Quagsire, mas ele
não conseguiu esconder a dor que sentiu quando o golpe atingiu seu tórax. A
queimadura formou um símbolo em formato de cruz e fez Quagsire cair de quatro
no chão sentindo uma dor lancinante.
O Pokémon aquático
ergueu-se com dificuldade. Pôs-se de pé e encarou Nadia com raiva.
— Eu vou apagar seu
fogo...! Water Gun!
Um poderoso jato d’água foi
disparado por Quagsire. Nadia, no
entanto, desviou magistralmente da bomba aquática, atirando seu corpo com
precisão para o lado esquerdo e avançou veloz em direção ao oponente, que
assustou-se ao se deparar com Nadia em sua frente quase em um piscar de olhos.
— Fica frio... Ice Beam!
A Dragonair lançou uma
explosão de gelo no rosto de Quagsire. O esguicho do Water Gun transformou-se em sólido e o próprio Pokémon fora
transformado em uma estátua de gelo. Congelado — Enemy QUAGSIRE was frozen
solid! —, Quagsire não conseguia mexer um único músculo, apesar de
ver claramente sua oponente mexer-se como uma serpente pronta para dar o bote.
A cauda de Nadia mais uma vez atingiu o chão com força, fazendo com que uma
pulsação de energia fosse disparada e atingisse em cheio o oponente. O Dragon Pulse deu o último suspiro de
Quagsire, arremessado com força para trás e caindo de costas para o chão,
completamente desacordado. Era mais uma vitória para os dragões.
Um sorriso de canto de boca
apareceu nos lábios de Nadia. Já era dois Pokémon que ela derrotava com
tranquilidade. A supremacia dos Dragões não seria derrubada tão facilmente.
Um guerreiro vestia uma
armadura rubra. Caminhou a passos largos pelo campo de batalha e logo se
posicionou em seu lugar na arena. Encarou Nadia e apontou sua garra em forma de
pinça, vermelha como sangue, em um gesto de ameaça.
— Eu não vim aqui pra pegar
leve.
— Seus colegas também
disseram a mesma coisa. Caíram, um por um.
Agora foi Scizor quem sorriu.
Olhava de forma provocativa para Dragonair, com a cabeça curvada para cima,
passando uma certa impressão soberba.
— Meus colegas não vestem
esta armadura. Iron Defense!
Scizor cruzou as garras em
frente ao corpo e sua armadura enrijeceu-se — SCIZOR used Iron
Defense! SCIZOR’s Defense sharply rose! —. O metal que o revestia tornou-se
impenetrável com a solidez de um diamante.
— Você não passa de um
grilo falante. Fire Blast!
Uma poderosa explosão de
chamas fora disparada por Dragonair na direção de Scizor. No entanto, ouviu o
oponente gritar “Bullet Punch!”
instantes antes de soltar o golpe.
Nadia foi arremessada para
trás. Scizor executava dezenas de golpes por segundo na oponente, que não
conseguiu executar o seu ataque. Os socos de Scizor eram precisos, impediam Dragonair
de se mover. Meio zonza, Nadia balançou a cabeça tentando reorganizar seus
pensamentos e se concentrar na batalha, mas foi surpreendida quando sentiu sua
cauda ser puxada.
Scizor agarrou a cauda da
oponente e a arremessou na arena. Pegou impulso e cruzou as duas garras na
frente de seu corpo e avançou veloz rumo à Nadia. O X-Scissor atingiu o tórax nu da oponente, fazendo-a finalmente cair
ao chão, derrotada.
O Pokémon rubro encarava
sua oponente desmaiada. Notou um terceiro Pokémon subindo no campo de batalhas
e aproximando-se dele.
O Kingdra cutucava
suas presas com um palito de madeira enquanto sentava calmamente no chão da arena.
Seu olhar trazia uma carga de petulância e atrevimento que harmonizavam com seu
sorriso travesso. O Pokémon não fazia contato visual com Scizor, seu único foco
de atenção era uma espécie de pistola aquática que ele calmamente carregava com
seis projéteis pequenos que tinham sua ponta afiada. Mesmo com Nadia desmaiada
ao seu lado, Kingdra não
pareceu incomodado.
— Esse seu
jeito de pistoleiro destemido... Você é assim mesmo ou é só personagem? —
perguntou Scizor.
Kingdra girava
o tambor da pistola lentamente, sem pressa de terminar o serviço. Vez em
quando, limpava o cano da arma contra o próprio corpo, infringindo claramente
toda e qualquer regra de uso daquele tipo de armamento.
— Se eu
for um personagem, você tem sorte. A morte de um personagem em uma história não
representa a morte do ator que o interpreta. É teatro, é coisa de mentirinha.
Já se eu for louco de verdade...
O Kingdra apontou
o revolver na direção de Scizor e puxou o gatilho. Um estampido
ensurdecedor foi ouvido. A bala passou bem em cima da cabeça do Pokémon de
armadura rubra, por entre os três chifres sem ponta que ficavam acima de sua
testa. O tiro foi de raspão, mas o olhar assassino de Kingdra enquanto
a pistola girava em seu dedo indicador anunciava que ele não erraria o próximo.
— Você
é Draco — concluiu Scizor. — Ouvi falar bastante de você de um colega
de equipe.
— Seu colega
de equipe teve a chance de me conhecer e sair vivo pra contar a história? Que
sujeito de sorte... — riu Draco.
— Pode até
ser... Mas eu não sei se você conseguiria derrubá-lo, viu? Uma muralha que
destruiu até seu centro de treinamento... Eu o temeria.
Draco engatilhou
o revolver e o admirou por alguns segundos antes de encarar Scizor com seu
familiar sorriso debochado.
— Temer.
Logo eu, a morte materializada e encarnada, como posso temer alguém?
E disparou. Scizor veio ao
chão, completamente desmaiado.
Draco soprou o cano
da arma e dissipou a fumaça do disparo. O Kingdra permanecia com o olhar
completamente insano, um olhar perverso que continha prazer apenas por destruir
seus oponentes. Não pode deixar de rir quando viu surgir em sua direção um
Pokémon do tipo Fogo. Ele claramente tinha vantagem naquela batalha, apenas um
único tiro poderia definir aquilo de maneira tão fácil quanto apertar um
gatilho.
— Um
Pokémon de Fogo sobe à arena... Isso seria uma tentativa de suicídio disfarçada
de homicídio? — questionou Draco, engatilhando sua pistola.
Quilava encarou o oponente
sem emitir qualquer tipo de reação. Sua respiração não hesitava nem por um
instante, era mantida sob controle sem o Pokémon demonstrar qualquer resquício
de ansiedade.
— Não estou aqui pra levar a vitória
sozinho. Eu vim aqui pra fazer parte dela.
— Discurso bonito. Pena que você não
passará dessa rodada. Hydro Pump!
Draco disparou seu revolver na direção de
Quilava. O Hydro Pump cruzou o campo de batalha com um estampido ensurdecedor,
ao mesmo tempo em que o Pokémon de Fogo esquivou-se com o Quick Attack. Kingdra foi atingido pela lateral e sua pistola voou.
Draco imediatamente abriu sua boca e liberou uma fumaça negra que correu e
cobriu rapidamente o campo de batalha, subindo com velocidade e impedindo que
ambos os Pokémon se enxergassem.
As costas de Quilava arderam em chamas. As
labaredas em suas costas reluziam por entre a fumaça e fazia subir ainda mais a
temperatura do ambiente. Mais fumaça, dessa vez, emanada de Quilava. Uma
mistura de fogo e poeira se espalhava como fagulha em pólvora. Do escuro, ambos
os oponentes berraram golpes em voz alta.
— HYPER
BEAM!
— LAVA
PLUME!
Um enorme raio de luz laranja cruzou a
arena rasgando a fumaça negra por onde passava. Quilava foi atingido em cheio —
Critical Hit! — e seu corpo fora
engolido pelo raio laranja enquanto o incêndio provocado por ele atingia
Kingdra com intensidade. Seu corpo ardeu e ele gritou de dor — Enemy KINGDRA
was burned! The foe’s KINGDRA is hurt by its burn! —. A marca da queimadura permanecia latejando em suas costas. Quilava,
no entanto, continuava deitado de bruços, tentando erguer-se de pé.
— Eu vou acabar com você! — ameaçou Kingdra,
ainda tentando se recuperar do golpe. Caminhou mancando até sua pistola, que
jazia jogada na arena, a pegou de volta e a engatilhou novamente. Tentou mirar
e disparar em Quilava, mas todos os músculos de seu corpo tremiam pelo esforço
que havia feito para executar o Hyper
Beam — KINGDRA must recharge! —.
Quilava notou o cansaço do oponente e, concentrando suas últimas
forças, entrou em combustão, girando seu corpo em chamas pela arena com velocidade.
O Flame Wheel atingiu Kingdra com
potência, mas não fora o bastante para que causasse algum dano sério. A
queimadura de Draco ardia cada vez mais. Kingdra já havia perdido a sanidade. Agarrou
Quilava, arremessou-o no chão e apontou a pistola para sua face, sem nenhum
tipo de piedade. Engatilhou a arma e, antes de puxar o gatilho, sentiu um
sorriso involuntário tomar conta de seu rosto.
— Isso é pela queimadura... Não me leve a
sério. Como você disse... Você não veio pra ganhar.
O Hydro
Pump atingiu Quilava com violência, à queima-roupa. O Pokémon de Fogo caiu
nocauteado e não mais respondeu.
Kingdra olhou mais um Pokémon surgir na
arena de batalha. Sandslash encarava com ódio o oponente, que não se cansava de
se vangloriar.
— Quando vão perceber que os tipo Dragão
são os mais poderosos de todo o mundo? Vocês não podem contra mim. Parece até
provocação um guerreiro que sobe a arena em completa desvantagem.
— O mundo é muito grande... E você ainda
é um Pokémon, como eu e cada um dos meus amigos que passou por essa batalha...
Ainda não acabou! — exclamou Sand, exibindo as garras afiadas de sua pata
direita.
Kingdra apontou sua pistola na direção do
oponente e a engatilhou, encarando seu adversário com os olhos arregalados e
sobrancelhas erguidas. O sorriso sádico do Pokémon o fazia parecer um maníaco.
— Vou tratar você da mesma maneira que
fiz com seu amigo de Fogo... Vou acabar com você com misericórdia... Você nem
vai ver o que te atingiu.
Draco lançou de sua boca uma cortina de
fumaça que voltou a tomar conta do ambiente, que ainda permanecia esfumaçado
pela batalha anterior. Rapidamente, a bruma cobriu cada centímetro da arena e
subiu até o teto, não permitindo que se enxergasse um palmo a frente do focinho.
Kingdra então disparou seu revolver e o seu estampido ensurdecedor ecoou por
todo campo de batalha.
O silêncio. Draco ouvia apenas a própria respiração. Algo estava
errado.
Sandslash surgiu por baixo de Kingdra. O Dig atingiu o oponente que foi pego totalmente desprevenido. Sand
continuou avançando e atacando Draco e arranhando suas escamas com fúria. A
armadura dracônica do Pokémon o fez resistir, apesar do estrago causado pela
queimadura do Lava Plume executado
por Quilava — The foe’s KINGDRA is hurt by its burn! —.
Sandslash voltou ao chão e girou ao redor
do próprio eixo, rolando com velocidade pelo chão da arena e retornando para o
buraco que havia feito com Dig para
escapar do Smokescreen de Kingdra, que ardia em fúria. Jamais aceitaria ser
derrotado por uma equipe de Pokémon como aquela.
De sua pistola, disparou outra vez o Hydro Pump, que entrou na escavação feita por Sandslash e, com força, percorreu
rapidamente os caminhos que foram cavados pelo Pokémon de Terra. Como um
gêiser, o poderoso jato d’água em espiral saiu do chão, carregando Sand na
ponta. O Pokémon girava ao redor do próprio eixo com velocidade, girando como
uma roda. Quando a água enfraqueceu e Sandslash tocou o solo novamente, rodava
no mesmo eixo. Uma nuvem de poeira e areia foi subindo e se espalhando. A terra
encharcada e espalhada das escavações de Sandslash virou uma lama grossa que
foi aos poucos se afunilando e se espalhando, chegando à Kingdra e o fazendo
sentir o chão se desfazer — The foe’s
KINGDRA was trapped by Sand Tomb! —. Draco caiu para a frente, de bruços,
sem equilíbrio — The foe’s KINGDRA is
hurt by Sand Tomb! —. O Sand Tomb
havia criado uma armadilha, mas aquilo não impediu que Draco mirasse em
Sandslash e apertasse o gatilho.
Não deu. O Hydro Pump super-efetivo atingiu Sand que não mais girou naquela
arena.
Draco continuava a tentar
sair daquela areia movediça em que se encontrava. O chão tremeu e uma imensa
tempestade de areia formou-se na arena de batalha. Havia uma imensa sombra por
entre o vendaval. Um rugido grave fez com que Kingdra pela primeira vez
sentisse algum tipo de mau pressentimento.
— Eu não pude lutar contra Nadia... Mas
eu vou ficar feliz em acabar com você, Draco.
Tyranitar, de dentro da areia devido ao
Fluxo de Areia**, deu um soco no campo de batalhas, rompendo o chão. A grande
quantidade de energia do choque correu em direção de Kingdra, que foi atingido
em cheio.
— Você aprendeu a brincar um pouquinho...
— disse Draco em um claro esforço. — Mas fui eu quem te treinou, eu conheço
seus pontos fracos...
Kingdra pegou sua pistola e atirou em
direção à Tyranitar. A bala atravessou a tormenta de areia e atingiu o ombro da
imensa criatura que berrou de dor. Seu rugido fez tremer o chão, não com a
mesma intensidade do Earthquake de
segundos antes, mas o suficiente para que a estrutura se mexesse e fragmentos
de pedra que formavam o campo de batalhas caíssem sob a lava do vulcão que corria
agitada embaixo da arena.
Kingdra mirou mais uma vez
em Tyranitar e puxou o gatilho, mas o disparo não aconteceu. As balas acabaram.
Draco arremessou sua pistola para o lado e deu um berro na direção de
Tyranitar, deixando todo seu ódio percorrer cada veia de seu corpo e
concentrando-se em um único ponto de seu corpo — seu peito —, onde ardia mais do que a queimadura causada por
Quilava. O ódio era evidente.
Um poderoso raio púrpuro saiu da boca de
Draco e percorreu a arena, atingindo Tyranitar no meio do tórax. O impacto do Dragon Pulse o fez cair ao chão e tremer
a arena devido ao enorme peso. A estrutura do Ginásio tremeu. Comandante ergueu-se.
Sua armadura de pedra resistia aos danos sofridos, mas não duraria para sempre.
Tyranitar era grande, mas muito pesado — isso era cobrado em sua velocidade,
muito mais lenta. Draco, por sua vez, estava cansado. Ele precisava terminar
logo com aquilo, mesmo sem o Hydro Pump,
que seria super-efetivo.
— Eu vou acabar com você, pivete! Hyper Beam!
— Stone
Edge!
Tyranitar deu uma pisada no chão da
arena, quebrando-a no meio e socando os pedaços de concreto, jogando-os na
direção de Kingdra que disparava o Hyper
Beam. O raio alaranjado atravessou a arena em um piscar de olhos e atingiu
Tyranitar em cheio.
Comandante caiu para frente e mergulhou
em direção ao rio de lava. Kingdra utilizou os fragmentos do Stone Edge para conseguir sair do Sand Tomb.
Draco caminhou com dificuldades pelo
campo de batalha destruído. Sentia o corpo latejar pelos machucados das
batalhas anteriores e mais ainda pela queimadura da batalha contra Quilava. Ao
olhar para onde Tyranitar tinha caído, viu bolhas na superfície. Tais bolhas
foram se multiplicando e se espalhando e crescendo exponencialmente. Claramente
havia alguma movimentação ali dentro.
— Impossível...! — exclamou Draco.
A lava se espalhou e se dividiu,
revelando o conteúdo de seu interior. Tyranitar encarava Kingdra com ódio, mas
em seus olhos não havia pupilas — eles estavam completamente brancos.
Comandante soltou um rugido raivoso, a lava do vulcão explodiu, começando a
correr mais rápido. Tyranitar subiu novamente para o campo de batalha
utilizando pedaços da arena para pegar impulso. O Pokémon Armadura caminhou
incontrolável para cima de seu oponente, arremessando pedras e pedregulhos.
Pegou Kingdra pelo pescoço e atirou em sua cara uma bola imensa de energia,
nocauteando o Pokémon imediatamente.
Lava escorria do corpo de Comandante, que
não parecia sentir absolutamente dor alguma. Vozes gritavam em sua cabeça. Tyranitar
passou a esmurrar o Kingdra desmaiado. As vozes continuavam inteligíveis dentro
de sua mente. Comandante deu um soco no próprio estômago, tentando fazer cessar
as vozes.
— TYRANITAR, VOCÊ TEM QUE PARAR COM ISSO!
— berrou Ethan para o Pokémon na arena destruída.
O Pokémon ajoelhou-se e levou as mãos até
a cabeça. Ele berrava, gritava de desespero e seu rugido fazia as estruturas do
Ginásio tremerem. As pupilas foram retornando para a os olhos, Tyranitar rosnava,
tentava manter o controle da confusão. O Outrage
ainda não estava completamente dominado.
Ao ver Kingdra completamente desmaiado no
chão, Clair caiu de joelhos. Sua expressão era de incredulidade.
— N-não... Não pode ser... — sussurrou
ela baixinho. — Eu... perdi? Como isso é possível?
Ethan tomou cuidado para não cair na lava
que continuava a correr com velocidade por debaixo do que antes era a arena de
batalhas — agora, perturbadas pela queda de Tyranitar nela. Avançou com pressa
até seu Pokémon e agachou em sua frente, chamando seu nome.
— Comandante! Ei, Comandante, por favor,
você tem que se acalmar...
Tyranitar grunhia e rosnava cada vez
menos. Olhou para Ethan e tentou erguer-se, mas suas pernas fraquejavam.
— Calma, calma... Você não precisa fazer
esforço. Vamos ao Centro Pokémon, está bem? — disse o menino ao Tyranitar,
pegando sua PokéBola.
O Pokémon assentiu com a cabeça. Ethan
encostou o botão da esfera bicolor no braço de Tyranitar, que foi sugado pelo
raio vermelho para dentro da cápsula.
— EU NÃO RECONHEÇO SUA VITÓRIA NO GINÁSIO
DE BLACKTHORN! — bradou Clair.
Ethan a encarou de forma surpresa.
— Mas eu te venci. De forma justa. Por
que eu não mereço sua insígnia?
— Porque eu sou uma Dragon Tamer. Eu enfrentei a Elite 4 e só perdi para uma única
pessoa nessa vida, o Lance. Não vou deixar um garoto qualquer conquistar a
minha insígnia.
Ethan permanecia estático.
Definitivamente não era a atitude que ele esperaria de Clair.
— Pouco antes de nossa batalha, você me
disse que um Dragon Tamer de verdade
jamais curvará a cabeça. Isso foi evidente em cada um de seus Pokémon, que nem
mesmo por um instante recuaram dos golpes de minha equipe inteira. Quando
lutamos a primeira vez, você me fez entender que eu precisava respeitar minha
equipe de Pokémon para poder fazer uma boa batalha. E agora, você se rebaixa
porque não consegue aceitar uma derrota justa.
O garoto encarou Clair com firmeza. Não
sentia mais medo algum da mulher, apenas pena.
— Pode ficar com a sua insígnia. Eu não
preciso dela. Sua honra se resume a uma coisa inútil.
Ethan se virou pra ir embora, caminhando em direção à saída dos
elevadores — agora destruída pela feroz batalha que travara há pouco. Clair
retornou seu Kingdra para a PokéBola e a encarou com seriedade.
***
Quando as portas do Ginásio
de Blackthorn se abriram, Forrest já estava próximo, aguardando o menino
acompanhado de Elaine e Chase, que estavam visivelmente ansiosos. O moreno
correu até Ethan.
— E aí, cara? Como foi a batalha? O bairro inteiro tremeu! — exclamou Forrest.
— Deixa eu ver a sua Insígnia? Você vai mostrar pra gente, não vai?! —
perguntou Elaine, ansiosa.
— Você diz isso como se não tivéssemos visto um milhão de vezes... —
comentou Chase em um sussurro antes de tomar uma cotovelada de sua irmã.
— Eu não peguei a insígnia.
Os três emudeceram.
— Você perdeu? — questionou Forrest.
— Não. Eu ganhei a batalha, mas a Clair
não me reconheceu como merecedor.
— Mas isso não pode acontecer! As regras
da Liga Pokémon claramente dizem que-
— Que se danem as regras. Eu fiz o melhor
com a minha equipe. Eu não preciso da Insígnia do Ginásio de Blackthorn.
— Mas... E a Liga Pokémon? — perguntou
Forrest.
— Eu dou um jeito, cara. Tu não tá
treinando pra ser um Líder de Ginásio? Pois então pronto, eu te desafio e ganho
a que falta.
— Eu ainda não fiz o teste... — explicou
Forrest sem graça coçando a nuca.
— Eu vejo isso depois. Vamos até o Centro
Pokémon. Minha equipe merece descanso.
— Eu já acompanho vocês, eu preciso fazer
uma ligação — avisou Forrest.
— Ah. Está bem, então — disse Ethan. —
Vejo você depois.
Os quatro concordaram e seguiram de volta
para o Centro Pokémon de Blackthorn.
***
Já fazia algumas horas que Ethan permanecia na recepção da enfermaria
do Centro Pokémon. Os danos no corpo de Tyranitar devido à exposição à lava
eram bastante sérios, mas a resistência do próprio Pokémon ao Fogo o impediu de
ter machucados piores.
Um falatório repentino tomou conta do ambiente. Ethan foi despertado
de seus pensamentos pela leve cotovelada de Forrest. Ao olhar para onde o amigo
apontava, Ethan deparou-se com Clair aproximando-se com sua capa esvoaçante.
— Desafiante Ethan, eis o reconhecimento
da sua vitória no Ginásio de Blackthorn.
Ethan levantou-se e encarou a mulher.
— Eu já disse que não preciso de sua
Insígnia. Não precisa dar ela pra mim.
— Não pense que eu estou fazendo isso pra
agradar. É meu dever como Líder de Ginásio reconhecer os treinadores
habilidosos que consigam derrotar os meus Pokémon.
— Pode ficar. Tá tudo bem, eu consigo
outra.
— Pode pegá-la, garoto. Você a merece
mais do que qualquer um nessa cidade.
Lance aproximou-se da dupla. Com seu
sorriso carismático, o ruivo era muito parecido com sua prima, Clair —
principalmente pela escolha de usar capas esvoaçantes —. Claro que a sua
presença ali já causava rebuliço entre os pacientes e enfermeiros que passavam
por aquela ala.
— Lance! Que surpresa vê-lo por aqui! —
exclamou Ethan.
— Resolvi visitar as raízes, ver pessoas
queridas... — comentou o ruivo enquanto passava o braço por cima do ombro de
Clair que o removeu no mesmo instante, completamente contrariada. — Como tem
passado a senhorita Amanda Green? Tenho certeza de que ela se orgulha em saber
que você demonstrou sua força ao conquistar as oito insígnias da região de
Johto.
Ethan ficou em
silêncio por alguns instantes antes de Lance voltar a falar.
— Bem, eu e Clair
temos coisas importantes para resolver. Pegue a insígnia. Boa sorte no torneio
em White City. A Elite 4 terá problemas com treinadores habilidosos como você
este ano.
Clair aproximou-se
de Ethan e estendeu a insígnia negra e triangular, que muito lembrava o rosto
de um dragão. A mulher curvou-se na direção do ouvido do rapaz.
— Eu não aceitarei
você perder para qualquer outra pessoa de agora em diante... Eu vou
pessoalmente jogá-lo na lava do meu Ginásio se eu apenas sonhar que você perdeu pra alguém que não a mim.
Ethan encarou Clair
de forma assustada.
— Bem, boa noite a
todos — despediu-se Lance, virando-se em direção à saída acompanhado de Clair.
Enquanto caminhavam
pelos corredores, o ruivo cochichava com a prima.
— Gosto de ver você
mantendo vivo o orgulho de um Dragon
Tamer, mas daqui a pouco ele vai apagar a cidade do mapa... Você já viu o
orçamento para a reconstrução da Toca do Dragão, não é? O que o Mestre vai
dizer sobre isso, Clair? Não posso ficar sempre vindo do Planalto Índigo pra
resolver os seus problemas.
Clair se manteve em
silêncio por alguns instantes antes de responder.
— É muito fácil pra você falar dos meus
problemas. Você tem tudo. Você nunca precisou se esforçar pra conseguir as
coisas.
— Como não, Clair? Você acha que eu
consegui o cargo de chefe do governo subornando quem?
— Quem está falando de dinheiro? Você não
entende nada mesmo...
Clair acelerou o passo, impedindo Lance
de alcançá-la.
...
Mais tarde aquela noite, Clair permanecia
encarando o que havia restado do campo de batalhas de seu Ginásio. Não
conseguia segurar as lágrimas de frustração enquanto encarava a Insígnia
Nascente na palma de suas mãos.
— O segundo colocado será sempre o
primeiro perdedor.
E arremessou o emblema na arena, que
quicou em uma das pedras e despencou rumo ao magma que corria embaixo do campo
de batalha.
TO BE CONTINUED...
*Troca de Pele refere-se à Ability Shed Skin.
**Fluxo de Areia refere-se à Ability Sand Stream.
Dento, confesso que fiquei surpreendido com a forma como criou este último combate de ginásio: a melhor palavra para o caracterizar é mesmo CRIATIVO E ÚNICO.
ReplyDeleteJá me tinha esquecido deste POV dos próprios Pokémon, mas é uma ótima forma de mostrar as suas personalidades individuais e perceber melhor como eles funcionam em equipa e interagem entre si. Gostei especialmente das descrições durante a batalha e de todas as estratégias usadas! Esses pormenores são fundamentais para criar uma disputa acesa e imprevisível para o leitor.
Parece que o Tyranitar terá de aprender a controlar o Outrage, mas é graças a Ethan que o Pokémon se consegue acalmar. E por falar no nosso protagonista, olha só como ele evoluiu: eu tenho a certeza de que o Ethan do passado faria uma birra caso a Clair não reconhecesse a sua vitória nos tempos anteriores, No entanto, desta vez ele não se preocupa com isso - desde que esteja com os seus companheiros Pokémon, ele conseguirá vencer qualquer Líder de Ginásio e qualificar-se para a Pokémon League.
Mas Clair volta com a sua decisão atrás e Ethan conquista a sua última badge. E agora, o que vem daí? Eu sei que muito ainda terá que acontecer, portanto... vamos para a frente!
No capítulo anterior eu comentei sobre o Ethan terminar a sua jornada derrubando o Ginásio de Blackthorn. É, eu errei na minha previsão, mas não negue que chegou muito perto!
ReplyDeleteClair é pra mim a líder mais difícil de Johto, e você conseguiu justificar isso nesse capítulo. Podemos falar qualquer coisa sobre o orgulho louco dela e de seus Pokémons, menos que ele não funciona em batalhas. Os malditos não recuaram nem por um minuto! Sempre de cabeça erguida e batendo cada vez mais forte.
E a Clair sendo a Clair, né... Péssima perdedora, não entrega a insígnia porque fica de birra. Ela é a única que fica nessa nóia toda. Se a gente parar pra pensar, a Whitney só esquece de te entregar a insígnia porque fica chorando, mas ela não se recusa a entregar. Já a Clair... Parabéns pelo profissionalismo, viu?
Agora é isso. Vamos ver como as coisas vão se desenrolar daqui pra frente. Ethan está oficialmente classificado pra Liga Pokémon, mas será que até lá teremos algumas semanas de paz por aqui? Sinceramente, eu duvido kkkkk
Até a próxima! õ/